«Vamos
prosseguir o trabalho de promoção da Madeira, também no âmbito do golfe,
que penso que é muito importante», disse Miguel Albuquerque no seu
discurso.
Tratou-se
de uma novidade importante, dado que o anterior presidente do Governo
Regional da Madeira, Alberto João Jardim, que também apoiou o evento,
não tinha o costume de discursar nas cerimónias de prémios do torneio
português do European Tour, de 600 mil euros em prémios monetários,
organizado pelo Clube de Golfe do Santo da Serra (CGSS).
Em
declarações ao Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal, Miguel
Albuquerque acrescentou: «Está um tempo lindo, isto tem uma paisagem
fantástica e, não minimizando os outros, é dos campos mais bonitos do
Mundo. Tem sido uma grande promoção da Madeira e nós estamos a
recuperar. Tivemos um ano turístico muito bom e as expectativas são
muito boas para o próximo ano. Temos de apostar na promoção e uma das
formas de fazê-lo é através do golfe, da natureza, do património, esse é
o segredo da Madeira».
José
Maria Zamora, o diretor de torneios do European Tour, concretizou no seu
discurso essa promoção, com um dado quantitativo impressionante: «As
imagens de televisão no programa de “Highlights” vão chegar a mais de
450 milhões de lares em todo o Mundo».
Na
realidade, o Gabinete de Imprensa da PGA de Portugal teve acesso a um
documento fornecido pelo European Tour ao CGSS que mostra que esse
programa com o resumo do torneio atinge um público potencial de
«466.657.097 lares» em todo o Mundo.
Por
curiosidade, diga-se que na Finlândia, a pátria do vencedor, Roope
Kakko, o resumo foi transmitido pela estação de televisão Viasat Golf,
que alcança 700.043 lares.
O
programa é distribuído em toda a Europa, América do Sul e do Norte,
África, Médio e Extremo Oriente e Australásia.
Em
relação a março deste ano, houve uma expansão na exposição televisiva
dos conteúdos produzidos pelo European Tour Productions, subindo de 429
milhões para os atuais 466 milhões de lares.
E estamos
a falar apenas de televisão, porque na internet o impacto é igualmente
importante, atingindo vários milhões de internautas.
O
presidente do CGSS, António Henriques, em declarações à RTP Madeira, deu
um exemplo significativo: «O jornalista do European Tour divulgou na
internet um artigo sobre sete razões para visitar a Madeira e teve mais
de 200 mil visualizações, o que é extraordinário».
«Não
teríamos hipóteses de chegar com a Madeira a todos os pontos do Mundo
com estes custos insignificantes – permitam-me a imodéstia – da
realização deste evento», acrescentou.
Depois do
mau tempo que assolou o torneio em 2014 e março de 2015, a
‘recalendarização’ do evento (inédita na história do European Tour) para
finais de julho e inícios de agosto levou os responsáveis a entender que
seria melhor tentar manter uma data semelhante para os próximos anos.
O
European Tour tem o costume de reservar as datas estivais para torneios
com prémios superiores a um milhão e meio de euros mas António Henriques
está esperançado de que tal possa ser possível e teve boas indicações de
José Maria Zamora: «Nós, clube, o European Tour e o Governo Regional
estamos todos empenhados para calendarizarmos mais próximo desta data,
de forma a que possamos extrair o máximo aproveitamento da qualidade
deste espetáculo. É um dado inquestionável que o agendamento deste
torneio terá de rondar estas datas».
A
confiança é tal, que já se fala em 2017: «Há uma promessa do European
Tour que algo se fará para se festejar condignamente a 25ª edição deste
torneio».
Miguel
Albuquerque, por seu lado, não quer pronunciar-se sobre questões
técnicas: «As decisões estratégicas devem ser tomadas pelo clube e por
quem está ligado ao setor e depois nós decidimos».
Mas o
presidente do Governo Regional não quis deixar de agradecer a todos
aqueles que possibilitaram a organização da prova pela segunda vez na
presente temporada, um esforço financeiro notável.
«Houve um
trabalho muito importante da Federação Portuguesa de Gofe, do CGSS,
houve um esforço conjugado de todas as entidades no sentido de
conseguirmos realizar o torneio este ano», sublinhou.
A menção
de Miguel Albuquerque à FPG é importante, porque foi muito pouco falado
nos media na semana passada, mas a FPG logrou um apoio significativo do
Instituto Português do Desporto e Juventude.
Apoio
fundamental para os jogadores portugueses, com destaque para Ricardo
Melo Gouveia, o único português a figurar (para já) no top-60 do ranking
olímpico. O 25º lugar (empatado) na Madeira permitiu-lhe subir 1 posição
esta semana, para o 43º posto. Se os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro
se realizassem agora, teríamos um português no torneio de golfe.
Mas não
foi só “Melinho” a beneficiar deste torneio. «Quatro portugueses nos
primeiros 25 lugares? É a primeira vez que tal acontece (em torneios do
European Tour) e isso é um sintoma de que os nossos profissionais estão
a melhorar. Este ano temos tido resultados espetaculares»,
congratulou-se Manuel Agrellos, numa entrevista concedida à SportTV.
Também
José Correia, o presidente da PGA de Portugal, em declarações à RTP
Madeira, falou da relevância do evento para os jogadores nacionais,
sobretudo aqueles que querem usar o Challenge Tour como rampa de
lançamento para o European Tour.
«O golfe
português está de parabéns – frisou José Correia – com 5 jogadores
apurados para o fim de semana, com dez a jogarem o torneio, com um
top-ten para o Tiago Cruz. Este torneio é muito importante para os
nossos jogadores. É o torneio mais forte do Challenge Tour, são 500 mil
euros para este circuito (600 mil para o European Tour). É muito
dinheiro para estes jogadores, é o Major do Challenge Tour. A Madeira
merece receber este torneio e continuar a organizá-lo por muitos mais
anos».