132º Open Championship Data: 17 a 20 de Julho de 2003 Campo : Royal St. George's Par : 71 Local : Kent, Inglaterra Resultados

O americano Ben Curtis, 26 anos, que se tornou profissional em 2000 e se estreou no Tour esta época, conquistou o British Open com uma pancada de vantagem sobre o dinamarquês Thomas Björn e o fijiense Vijay Singh, concretizando no evento o único resultado abaixo do par do campo (uma pancada).

Esta inacreditável vitória conseguida por um novato desconhecido que efectuava a sua 16º saída como profissional e se encontrava na 396ª posição do ranking mundial, vai ficar na história do British Open e do golfe mundial como outros triunfos já obtidos por desconhecidos, como foi o caso de John Daly, em 1991, quando conquistou o PGA Championship e o de Claude Harmon (pai do actual treinador Butch Harmon) que venceu o Masters em 1948.

Esta primeira vitória de Curtis, conseguida no primeiro Major em que participou, só tem paralelo com a obtida, no US Open, em 1913, por Francis Quimet, um obscuro jogador de 20 anos que venceu então o famoso Harry Vardon.

Em 1975 Tom Watson, que já havia ganho no ano anterior o Western Open, conquistou o British Open, o primeiro Major em que participou.

Curtis começou a jogar golfe quando tinha três anos num campo público – o Millereak Golf Course – em Ostrander, no Ohio, de que era proprietário o seu avô.

Tendo conquistado três títulos de campeão amador naquele estado, foi considerado o nº 1 amador pelo Golfweek, após Curtis se ter sagrado campeão, em 2000, do US Amateur World Team e ter chegado às meias finais do US Amateur em 1999.

Ben Curtis tinha obtido como seu melhor resultado na época um 13º lugar, empatado, no 100º Western Open – o último evento dos 13 que já havia realizado no PGA Tour – que lhe deu o acesso ao British Open.

Com esta vitória Curtis subiu do 142ª posição da money list para a 22ª ao embolsar o cheque de 1.1 milhões de dólares (1.010.800 euros) destinado ao vencedor, tendo ainda recebido um cartão de acesso a este Major com validade de cinco anos.

Curtis que havia terminado a sua prestação e se preparava para um play-off, enquanto Björn – o líder do evento após a terceira ronda – concluía o jogo, constatou com espanto e alegria ser ele o vencedor do evento, quando o dinamarquês fez um duplo-bogey no buraco 16, um par três, e um bogey no 17, não conseguindo concretizar um birdie no 18 que o conduziria a um play-off.

Curtis que tinha conseguido igualar o resultado de Björn no buraco 4 com um birdie, viu-se ultrapassado por Singh que, com três birdies consecutivos nos buracos 5, 6 e 7, tomou a liderança.

Curtis veio de novo a comandar a prova no buraco 10 com um birdie, score que repetiu no 11, consumando nos buracos seguintes quatro bogeys nos buracos 12, 14, 15 e 17 que, graças aos birdies anteriormente feitos lhe permitiram concluir a volta com menos uma pancada que Singh, apurando 69 pancadas.

A actuação de Thomas Björn nos últimos buracos do torneio fez lembrar Van de Velde, neste mesmo evento, em 1999, em Carnoustie, que iniciou o buraco final com três pancadas de vantagem e o concluiu com um triplo-bogey o que o obrigou a disputar um play-off com mais dois jogadores de que saiu vencedor Paul Lawrie.

Björn que, em 2000, já tinha sido vice-campeão no evento ganho por Tiger Woods, viu-se agora de novo remetido para um 2º lugar, tendo como companheiro de infortúnio Vijay Singh – 13 vitórias no PGA Tour e 22 internacionais – que com a volta final de 70 pancadas bateu por uma pancada Tiger Woods que fazia parte da sua formação.

Tiger Woods partilhou o quarto lugar com Davis Love III, tendo apurado uma pancada acima do par do campo.

Woods, Love e Singh procuravam os seus primeiros Majors da época e as, quinta, quarta e terceira vitórias respectivamente, sendo que: Woods, que já obteve oito Majors, não ganhou nenhum dos últimos cinco que disputou; Singh, pensava na terceira “perna” do Grand Slam da sua carreira; e, Love corria atrás do seu segundo Major.

Outra figura do torneio foi Kenny Perry, que chegou a Inglaterra com três vitórias obtidas nas suas quatro últimas saídas no PGA Tour, e que pretendia alcançar nova vitória ao conquistar o Major, facto que não veio a concretizar devido aos fracos resultados obtidos na primeira e última volta, 74 e 73 pancadas, tendo terminado empatado com Nick Faldo no 8º lugar do evento com três pancadas acima do par do campo.

Nick Faldo, vencedor dos British Open de 1987 (Muirfield), 1990 (St. Andrews) e 1992 (Muirfield) teve no evento uma actuação digna de nota apurando nas últimas voltas marcas de 67 e 70 pancadas após 76 e 74 pancadas nas voltas iniciais.

O melhor jogador europeu em campo foi o sueco Fredrik Jaconson, o vencedor do Open de Portugal deste ano, que partilhou o 6º lugar com Brian Davies, apurando 2 pancadas acima do par do campo.

Em boa forma apresentaram-se Phillip Price e Sergio Garcia que partilharam o 10º lugar com os sul-africanos Retief Goosen e Hannie Otto – que liderou o torneio na primeira volta – concluindo as suas prestações com resultados de 4 pancadas acima do par do campo.

O campeão do ano passado, Ernie Els, que venceu o evento num play-off em que intervieram, pela primeira vez na história da competição, quatro jogadores – Stuart Appleby; Steve Elkington e Thomas Björn – concluiu a edição do evento deste ano na 18ª posição, empatado com mais três jogadores que produziram6 pancadas acima do par do campo.

O irlandês Padraig Harrington, a grande esperança europeia neste torneio, esteve muito longe do seu melhor, apurando os resultados parciais de 75, 73, 74 e 69 pancadas, que lhe ditaram o 22º lugar, empatado, com 7 pancadas acima do par do campo.

Colin Montgomerie, que nunca venceu um Major, viu-se obrigado a abandonar o torneio na primeira volta devido a ter contraído uma lesão no pulso.

Seve Ballesteros, não participou no torneio pela segunda vez consecutiva sem apresentar qualquer justificação para a sua atitude, deixando prever  que o facto se deve, por um lado, à sua muito baixa forma e, por outro, às más relações que mantém com os responsáveis do Circuito Europeu que o desclassificaram no Open de Itália e que considera que o perseguem acusando-o de jogo lento, como resposta às criticas que ele vem endereçando aos membros organizadores do European Tour.

Dos anteriores vencedores deste Major há que registar ainda: os 18º lugares de Tom Watson (1977, 1980, 1982 e 1983) e Greg Norman (1986 e 1993); o 28º lugar de Nick Price (1994); a 46ª posição de Tom Lehman (1996); 65ª de Mark O’Meara (1998); e, o 72º lugar de John Daly (1995).

Outros vencedores que não passaram o cut foram: Mark Calcavecchia (1989); Justin Leonard (1997); Paul Lawrie (1999); e, David Duval (2001).

Não passaram também o cut, entre outros jogadores, os seguintes: 

O inglês Mark Roe, que havia batido 67 pancadas na terceira volta, o o sueco Jesper Parnevik foram desclassificados por não terem trocado os cartões no início da volta fazendo nos seus próprios cartões a marcação, facto que só foi descoberto após a entrega dos mesmos acabando por serem penalizados ao abrigo da regra 6-6d.