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F.P.G.
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CAMPEONATO DA EUROPA INDIVIDUAL AMADOR FEMININO |
PRESS-RELEASE
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Carolina
Catanho
obteve o melhor resultado de sempre de uma golfista portuguesa no Campeonato
da Europa Individual Amador, a competição feminina mais importante do
calendário da EGA (Associação Europeia de Golfe), cuja 16ª edição foi
organizada pelo Irish Ladies Golf Union, no Shannon Golf Club, na Irlanda.
No
Programa Oficial da prova, Manuel Agrellos, o presidente da EGA (e igualmente,
presidente da FPG), escreveu: «A oportunidade de reunir as melhores amadores da
Europa, num mesmo campo de golfe, para uma única competição, é uma ocasião de
testemunhar a alegria, a glória e um talento golfístico ímpar. Nesse sentido,
saúdo as jogadoras, pela honra e pelo privilégio de terem sido seleccionadas
para participar neste evento singular».
Portugal
esteve representado por duas jogadoras madeirenses, do Clube de Golfe do Santo
da Serra, acompanhadas pela treinadora da selecção nacional feminina, a
profissional Patrícia Brito e Cunha. Carolina Catanho classificou-se no 19º
lugar, com 303 pancadas (79+71+75+78), 11 acima do Par, enquanto Lara Vieira
teve de contentar-se com o 100º posto, entre 108 participantes, de 25 países,
com 253 (84+85+84), 34 acima do Par, não integrando o grupo de 71 jogadoras que
ultrapassaram o ‘cut’ após os primeiros 54 buracos.
«Foi a
melhor classificação de sempre! A Carolina ficou com o mesmo resultado da 16ª
jogadora e foi pena ela estar um pouco ansiosa nos últimos buracos da última
volta, pois a classificação poderia ter sido melhor, embora já tenha sido
espectacular. Em relação à Lara, foi a primeira saída dela este ano, estava
menos confiante e o torneio não lhe correu muito bem. De qualquer forma, estou
muito satisfeita com elas»,
declarou Patrícia Brito e Cunha.
«A
Carolina tem atravessado um ano que, desportivamente, tem estado aquém das suas
capacidades, mas este resultado é assinalável. Espero que lhe traga muita
confiança e vontade de trabalhar mais no ano que vem»,
frisou Miguel Franco de Sousa, o gestor do Projecto de Alta Competição da
Federação Portuguesa de Golfe.
Para se ter uma ideia mais correcta da
proeza da actual campeã nacional de sub-18, vale a pena sublinhar que,
efectivamente, as 303 pancadas igualaram o resultado da 16ª classificada, nada
mais, nada menos, do que a sueca Caroline Westrup (77+78+73+75), a campeã da
Europa de 2002, que não foi capaz de defender o título na Irlanda. Em quatro
voltas, Carolina Catanho registou 11 ‘birdies’, 20 ‘bogeys’ e um duplo ‘bogey’,
merecendo especial destaque o segundo dia em que assinou um cartão de 71
pancadas (-2). Como afirmou a treinadora nacional, foi pena a ponta final da
derradeira jornada (‘bogey’ no 15º buraco, duplo ‘bogey’ no 16º e ‘bogey’ no
18º).
«Saí com o sentimento do dever
cumprido. Aliás, mais do que isso, pois, em termos classificativos, não tinha
estipulado nada, mas pensava fazer um resultado à volta das 15 pancadas acima e
terminei com 11 acima. Fiquei um pouco admirada, especialmente com a volta do
segundo dia. Este resultado é bom, para ganhar confiança e terminar a época
bem, em Inglaterra, o Faldo Junior Series Final 2003, e em Paris, no Campeonato
da Europa de Interclubes Feminino», disse
Carolina Catanho, a portuguesa que mais se tem salientado em provas
internacionais nos últimos tempos: em 2002 e 2003 passou o ‘cut’ no Lancia
Ladies Open de Portugal da Costa Azul e, no ano passado, chegou a figurar no
17º lugar do Campeonato do Mundo (Espírito Santo Trophy), na Malásia,
terminando em 79ª.
O
Campeonato da Europa Individual Amador foi ganho pela francesa Virginie
Beauchet, com 293 pancadas (71+74+75+73), uma acima do Par, duas a menos do que
a espanhola Adriana Zwanck. Beauchet jogou com um ‘handicap’ de +2.3, uma
diferença substancial em relação às portuguesas, já que Carolina Catanho
apresentou-se com 1.5 e Lara Vieira com 2.2. Beauchet foi campeã nacional
absoluta de França em 2002 e a sua vitória na Irlanda reforçou o peso do golfe
gaulês nos últimos tempos. Não podemos esquecer-nos que, há um ano, foi um
francês, Raphael Pellicioli, a sagrar-se campeão europeu no Tróia Golf e,
também no ano passado, a França ficou em segundo lugar (atrás dos Estados
Unidos) no Campeonato do Mundo (Eisenhower Trophy), na Malásia.
Ao
contrário do sucedido no Campeonato da Europa Individual Amador masculino, em
que 11 jogadores bateram o Par do campo, desta feita, no sector feminino,
nenhuma jogadora ficou abaixo, algo que poderá ser explicado pela dificuldade
do campo, que, apesar de apresentar um Par-73, recebeu um sss de 75 para
efeitos de ‘handicap’. «O campo era muito bonito, comprido (5.723 metros),
bastante estreito e muito estratégico. Os ‘greens’ eram grandes e rápidos»,
analisou Patrícia Brito e Cunha. O Shannon Golf Club foi fundado em 1967,
recebeu o Campeonato da Europa de Juniores de Equipas Femininas em 1990, ganho
pela Suécia, liderada por Annika Sorenstam, a actual nº1 mundial, e recebeu, ao
longo dos anos, visitas de grandes campeões, como Seve Ballesteros, Nick Faldo
e Greg Norman.
A 16ª
edição deste torneio da EGA foi patrocinado pelo Fáilte Ireland’s International
Sports Tourisme Iniciative, um fundo anual de 5,45 milhões de euros que
viabiliza cinco eventos desportivos por ano. «Foi o nosso compromisso de
desenvolver o golfe feminino e de promover a Irlanda como um destino turístico
de luxo. Os campos de golfe irlandeses são renomados e estimamos que 250 mil
turistas estrangeiros venham jogar todos os anos ao nosso país, um fluxo que
gera receitas que rondam os 150 milhões de euros por ano», declarou John
O’Donoghue, o ministro para as Artes, Desporto e Turismo da Irlanda. |