António Sobrinho conquistou, na quinta-feira passada, o seu oitavo título no Campeonato Nacional de Profissionais Mota Engil de 2004, que a PGA de Portugal está a organizar no Clube de Golfe de Amarante. O agora octocampeão nacional, de Vale do Lobo, terminou com um total de 264 pancadas (67+64+64+69), 8 abaixo do Par do campo da Quinta da Deveza, propriedade da SGA Sociedade do Golfe de Amarante SA e concebido pelo arquitecto Jorge Santana da Silva.
«É uma vitória com um sabor especial porque detesto perder dois anos consecutivos e também foi muito importante para o meu patrocinador, porque uma das coisas que está no meu contrato com Vale do Lobo é ser o melhor jogador nacional. Um dos objectivos da época está cumprido. Agora, falta o segundo, que é a Escola de Qualificação do European Tour», disse Sobrinho, que reforçou o seu estatuto de nº1 da Ordem de Mérito da PGA de Portugal, ao embolsar mais 5.000 euros de prémios monetários. A Taça Daniel Silva, essa só será elevada no próximo Domingo, quando a cerimónia de entrega de prémios coincidir com a conclusão do ‘Pro-Am’ Mota Engil, que amanhã (Sábado) começa no mesmo palco.
António Sobrinho viveu, no entanto, um derradeiro dia atribulado. Partiu com uma vantagem de 14 ‘shots’ sobre o amador Tiago Cruz e tudo levava a crer que fosse apenas cumprir calendário, sobretudo quando dobrou os primeiros 9 buracos com quatro abaixo do Par. Simplesmente, os fantasmas do 12º buraco, onde no ano passado perdeu o Campeonato para Henrique Paulino, ao fazer 9 pancadas, voltaram a atormentá-lo. «Foi a primeira vez na minha carreira que voltei a um buraco a pensar no erro cometido um ano antes. Nunca pensei que isso fosse acontecer-me», reconheceu.
Como consequência, fez um duplo ‘bogey’ e, apesar de ter concluído com um ‘birdie’ no 18º, para as galerias, como ele tanto gosta, fechou os últimos 9 em cinco acima do Par. «Foi a minha única volta acima do Par e não fiquei nada satisfeito», lamentou-se. Ainda por cima, o 12º foi exactamente o momento escolhido por Tiago Cruz para assinar aquele que ele próprio considerou o seu melhor buraco da semana, arrancando um ‘eagle’ espectacular (‘drive’, ferro-4 e ‘putt’). Com 6 abaixo do Par, o amador dos Morgadinhos (Vila Sol) ficou na calha para fixar um novo recorde do campo.
No entanto, ao meter bolas nos ‘bunkers’ do 14º e do 16º, o ex-campeão nacional amador cometeu ‘bogeys’ que o levaram ao 18º a necessitar de um ‘eagle’ para bater o recorde. Ainda teve um ‘putt’ para o conseguir, mas teve de contentar-se com um ‘birdie’ e com as 62 pancadas que o fizeram igualar o recorde profissional de José Dias, Nelson Cavalheiro e António Sobrinho, ao mesmo tempo que estabeleceu um novo máximo amador do percurso.
«Vim para este torneio para treinar para o Campeonato Nacional Individual Amador (dentro de duas semanas, no Morgado do Reguengo) e, embora nada seja impossível, não estava à espera de igualar o recorde do campo. A explicação para o facto de não ter jogado tão bem neste campo no fim-de-semana passado, no II Torneio do Circuito Tranquilidade é simples, é que a pressão é diferente. Este não é o nosso campeonato», disse Tiago Cruz.
Mesmo assim, apesar da excelente ponta final de Tiago Cruz, os 7 ‘shots’ de diferença entre os dois primeiros foram a maior vantagem dos oito títulos nacionais de António Sobrinho, embora em 2002 tenha conseguido um resultado final melhor (263, -9). Se em 2003, Sobrinho falhou o ‘cut’ nos Opens da Madeira e de Portugal e ficou em terceiro neste Campeonato Nacional de Profissionais Mota Engil, em 2004 foi o único português a disputar as duas últimas voltas no Santo da Serra e voltou a impor-se em Amarante. De certa forma, o sucesso de hoje significa o regresso do domínio interno do “Tiger português”.
As 62 pancadas de Tiago Cruz foram o melhor resultado da semana e permitiram-lhe ser o único jogador a terminar os 72 buracos abaixo do Par (271 pancadas, -1) para além de Sobrinho, mas no último dia devem também realçar-se as prestações do profissional de Ponte de Lima, Alfredo Cunha, e dos amadores de Amarante, Paulo Ferreira e Albino Ramos, todos com 66 (-2).
O ‘top-ten’ final do Campeonato Nacional Nacional de Profissionais Mota Engil 2004, após 72 buracos, foi o seguinte:
1º António Sobrinho (Vale do Lobo), 264 (67+64+64+69) pancadas, -8, 5.000 euros. 2º Tiago Cruz (Morgadinhos/Amador), 271 (71+68+70+62), -1, sem direito a ‘prize-money’. 3º Alfredo Cunha (Ponte de Lima), 282 (70+74+72+66), +10, 3.000 euros. 4º Paulo Ferreira (Amarante/Amador), 284 (73+71+74+66), +12, sem direito a ‘prize-money’. 5º Sérgio Ribeiro (Miramar), 287 (74+72+69+72), +15, 2.000 euros. 6º José Dias (Oceânico Developments), 289 (68+76+75+70), +17, 1.625euros. 7º Daniel Silva (Vila Vitta Parc), 290 (78+70+72+70), +18, 1.125 euros. 7º António Dantas da Silva (Penha Longa), 290 (70+69+71+80), +18,1.125 euros. 9º João Pedro Themudo (BGLC/Leaseplan), 292, (73+75+73+71), +20, 875 euros. 9º T.J. Taylor (Quinta da Ria), 292 (74+73+69+76), +20, 875 euros.* *T.J. recusa-se a divulgar os nomes referentes às suas iniciais. Foto: Ramiro de Jesus/PGA Portugal |
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Revised: 27-04-2004 .