Press-Release O Clube de Golfe do Santo da Serra tornou-se hoje (Domingo) no segundo clube a conseguir a rara “dobradinha”, ou seja, a vencer, no mesmo ano, os torneios feminino e masculino do Campeonato Nacional de Clubes, que, em 2004, foi organizado pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG), com o apoio do Governo Regional da Madeira, no belíssimo percurso que, todos os anos, acolhe o Madeira Island Open. Na competição masculina, a Taça Visconde de Pereira Machado, o Santo da Serra ganhou o seu primeiro título em 41 edições da prova, ao bater na final os então ainda tetracampeões nacionais, o Clube de Golfe de Vilamoura, por 5-2, enquanto na prova feminina, a Taça Nini Guedes de Queiroz, a formação da casa repetiu o sucesso de 2002, ao vergar as campeãs do ano passado, o Clube de Golf do Estoril, por 3-2, na 12ª edição do torneio. Em 1999, o Oporto Golf Club tornou-se no primeiro clube a triunfar com ambas as equipas na mesma época. Cinco anos depois, o seu feito foi igualado pelo Santo da Serra.
António Gomes, o experiente capitão de Vilamoura, considerou que o “factor casa” acabou por revelar-se fundamental, quer pelo hábito dos madeirenses jogarem num campo tão técnico como o do Santo da Serra, quer por o público local não regatear apoio aos seus jogadores e, verdade se diga, que não faltaram espectadores entusiasmados num lindo dia de sol: «os jogadores do Santo da Serra conhecem muito bem os ‘greens’, que são muito difíceis e, obviamente, o apoio do público foi também uma ajuda importante, embora os nossos jogadores devessem abstrair-se disso e concentrarem-se apenas no jogo».
A equipa masculina de Vilamoura já por duas vezes conseguira vencer quatro Campeonatos Nacionais consecutivos e procurava, pela primeira vez, o pentacampeonato. Era, sem dúvida, a grande favorita, mas desde o início do torneio que se sabia que a tarefa iria ser mais difícil do que o habitual, quer pela subida de nível da concorrência, quer pelas ausências de Ricardo Santos e de David Moura, o primeiro, na Suíça, a disputar um torneio do European Tour, e o segundo já com o estatuto de profissional desde o início do ano. Em 2004, os algarvios apresentaram uma equipa renovada, com três ‘rookies’ na competição – Ricardo Melo Gouveia, Daniel Silva e João Carlota – e, em ‘match play’, sabe-se como a experiência é importante.
«Não estávamos à espera de perder os dois ‘foursomes’ da manhã, até porque um deles estava ao nosso alcance. Simplesmente as coisas não correram bem. Tornou-se mais complicado dar a volta ao resultado, ainda por cima, a jogar com três jogadores muito jovens, como é o caso do João Carlota, do Daniel Silva e do Ricardo Melo Gouveia. Foi a primeira vez que jogaram o torneio, mas eles estão de parabéns, porque tiveram um comportamento muito bom. Além disso, este torneio foi importante para prepará-los para o futuro, afinal, dentro de algum tempo, serão eles a base da equipa de Vilamoura», disse António Gomes.
Não se retire, contudo, qualquer mérito ao Santo da Serra, porque tem sido um clube que, ao longo dos anos, muito investiu na formação para que, um dia, conhecesse a glória agora conquistada. E o próprio capitão adversário o reconheceu: «ganhou hoje quem jogou melhor, o Santo da Serra, que, aliás, merece o título, pois já o perseguia há muitos anos. Gostava de endereçar os meus parabéns aos jogadores do Santo da Serra, à equipa técnica e à Direcção, pelo título conquistado e agradecer o acolhimento com que nos receberam, que foi excepcional. Gostava ainda de desejar-lhes boa sorte para o campeonato da Europa».
Como reconheceu o capitão de Vilamoura, a vitória dos madeirenses começou a desenhar-se nos ‘foursomes’ (pares), onde se confirmou, uma vez mais, o grande espírito de liderança de João Umbelino. O capitão-jogador assegurou dois pontos, em pares e singulares, frente a adversários de respeito. Foi, aliás, o único jogador da final a ganhar dos ‘matches’. «Este era o nosso objectivo há alguns anos. Sabíamos que era possível, apesar de termos consciência de que não seria fácil, pois Vilamoura tem uma equipa muito forte. Felizmente, conseguimos ganhar o Campeonato Nacional de Clubes em casa, na presença de muitos sócios. Temos uma equipa muito jovem, mas jogámos todos muito bem. Este triunfo é motivador para todos nós e para impulsionar o golfe na Madeira. Como capitão, gostava de dedicar a vitória a todos os que nos apoiaram e, sobretudo, ao Dr. Miguel de Sousa, que já há muitos anos perseguia este título», afirmou João Umbelino, referindo-se ao ex-presidente do Santo da Serra e actual vice-presidente da FPG.
Entretanto, no torneio feminino, a Taça Nini Guedes de Queiroz, a questão não era tanto a estreia no palmarés da competição, uma vez que as madeirenses já se tinham imposto em 2002, no Oporto Golf Club, mas, sobretudo, dar a esta geração de ouro da Região Autónoma, constituída por Lara Vieira e Carolina Catanho, o prazer de se sagrarem campeãs nacionais “em casa”. E, sem desprimor para Sofia Silva e Maria Sousa, foram, efectivamente, as duas ex-campeãs nacionais de sub-18 as grandes obreiras do título, ao vencerem os seus dois ‘singles’, depois de já terem assegurado juntas um ponto nos ‘foursomes’. Daí, o resultado de 3-2 sobre a equipa campeã de 2003.
«Foi uma vitória muito difícil e disputada. A Carolina acabou com três ‘birdies’ consecutivos para ganharmos o Campeonato. Mas, assim, o triunfo foi mais saboroso! No campo, o jogo foi puxado. Depois de empatarmos nos ‘foursomes’, o meu ‘match’ foi muito equilibrado e só a certa altura é que consegui dar a volta. A Carolina, por sua vez, esteve a perder e teve de se aplicar para virar o jogo. Estamos super contentes, pois concretizámos um sonho perfeito, de ganharmos em Homens e em Senhoras. Ainda por cima mais, em casa, no Santo da Serra. Gostávamos de dedicar esta vitória à Direcção do clube e ao João Pedro Sousa, que nos deram todas as condições e o apoio necessários para que pudéssemos tornar este sonho realidade», declarou a capitã-jogadora Lara Vieira.
Manuel Agrellos, o presidente da FPG, esteve na Madeira no último dia da prova e considerou a «organização fantástica», graças a «uma forma de receber fora do normal». Sabendo que o Santo da Serra irá, agora, representar Portugal nas Taças dos Clubes Campeões Europeus, Manuel Agrellos não quis colocar demasiada pressão nos ombros dos madeirenses, preferindo olhar para o futuro: «As vitórias do Santo da Serra foram excepcionais. Foram o corolário de um trabalho iniciado pela Direcção do Dr. Miguel de Sousa e continuado na Direcção do Engº. Graciano Góis. Mas é um trabalho de fundo que, no futuro, dará mais frutos e mais alegrias ao golfe nacional».
Os resultados das finais de hoje foram os seguintes:
12ª TAÇA NINI GUEDES DE QUEIROZ
Santo da Serra-Estoril, 3-2 Carolina Catanho/Lara Vieira-Deborah de Mello/Carlota Rodrigues, 1-0 (6/5) Maria L. Sousa/Sofia Silva-Teresa Matta/Carla Cruz, 0-1 (5/3) Lara Vieira-Carlota Rodrigues, 1-0 (4/2) Carolina Catanho-Teresa Matta, 1-0 (2/1) Maria L. Sousa-Carla Cruz, 0-1 (8/7)
41ª TAÇA VISCONDE DE PEREIRA MACHADO
Vilamoura-Santo da Serra, 2-5 Hugo Santos/Romeu Gonçalves-João Umbelino/Gonçalo Brito, 0-1 (1up) Pedro Lemos/António Rosado-João Pedro Sousa/João Góis, 0-1 (3/2) João Carlota-João Góis, 0-1 (5/3) Pedro Lemos-João Umbelino, 0-1 (2up) António Rosado-Nuno Henriques, 1-0 (4/3) Hugo Santos-Gonçalo Brito, 1-0 (2/1) Daniel Silva-João Pedro Sousa, 0-1 (5/3)
Entretanto, a última jornada não se resumiu às finais. Os outros resultados foram os seguintes:
41ª TAÇA VISCONDE DE PEREIRA MACHADO
Primeiro ‘Flight’
Oitavos-Miramar, 4-1 Francisco Trocado/Miguel Lourenço-Gonçalo Rego/André Gil, 0-1 (4/3) Nuno Brito e Cunha-Afonso Pires, 1-0 (6/4) Miguel Franco de Sousa-Manuel Oliveira, 1-0 (1up) Fraderico S. Almeida-Jorge Abreu, 1-0 (2/1) Bernardo Frere-Mário Nuno Coelho, 1-0 (2up)
Amarante-Paço do Lumiar, 2-3 João Beires/Rui Mendes Pinto-Bento Louro/Duarte Ortigão, 1-0 (4/2) João Tiago Pinto-Mário Sérgio, 0-1 (5/3) Carlos Magalhães-Bruno Martinho, 0-1 (3/2) Miguel Teixeira-Nuno Campino, 0-1 (6/5) Paulo Ferreira-Lourenço Ortigão, 1-0 (7/6)
Morgadinhos-Quinta do Peru, 4-1 António Castelo/Nuno Costa Campos-André Roquette/Frederico da Cunha, 0-1 (1up) Sean Corte-Real-Pedro Figueiredo, 1-0 (1up) Tiago Cruz-Salvador Castro, 1-0 (3/2) Visconde Pereira Machado-Eduardo Neves, 1-0 (2/1) Ricardo Oliveira-Filipe Salazar de Sousa, 1-0 (3/2)
Segundo ‘Flight’
Estoril-Oporto, 1,5-3,5 Nickolas Sturken/Pedro Caeiro-José Granja/Afonso Martins, 0-1 (5/3) Nuno Castro-Hugo Mota, ½-1/2 Pedro Empis-Miguel Teixeira Bastos, ½-1/2 Pedro Pessanha-Tiago Rodrigues, 0-1 (6/5) José Sousa e Melo-Alexandre Barroso, ½-1/2
Terceira-Lisbon, 3-2 Brás Linhares/José Fagundes-Francisco Valente/Pedro Nunes Pedro, 1-0 (4/3) José Garcia-Salvador Costa Macedo, 0-1 (4/3) Adelino Andrade-Mathew Smith, 0-1 (2/1) Délio Soares-Diogo Vaz Pinto, 1-0 (2up) Pedro Fagundes-Luís Costa Macedo, 1-0 (1up)
Belas-Centro, 5-0 Jorge Marecos/Miguel Marecos-José Seabra/António Santos, 1-0 (7/6) Rui Peres-Pedro Aguiar, 1-0 (5/4) Gonaçlo Xavier-Fernando Martins, 1-0 (8/7) Rodrigo Cordeiro-Rui Basílio, 1-0 (5/3) Eduardo Côco-Agostinho Lopes, 1-0 (3/1)
Aroeira-Sintra, 4-1 Olivier Costa/Miguel Miranda-Miguel Mendes/Tomás Monteiro, 1-0 (5/4) Ricardo Candeias-Sérgio Almaça, 1-0 (19º) Rui Glória-Carlos Marta, 1-0 (1up) Pedro Guerreiro-Carlos Guerreiro, 0-1 (2/1) Carlos Guerreiro-Ricardo Silva, 1-0 (1up)
12ª TAÇA NINI GUEDES DE QUEIROZ
Vilamoura-Quinta do Fojo, 2-1 Íris Mendonça/Sónia Lopes-Sofia Furtado/Joana Morais, 1-0 (4/3) Sofia Ferreira-Joana Silva Pinto, 0-1 (3/1) Inês Mendonça-Ana Furtado, 1-0 (3/2)
A classificação definitiva do Campeonato Nacional de Clubes de 2004 ficou ordenada do seguinte modo:
41ª Taça Visconde de Pereira Machado
Primeiro ‘Flight’
1º Santo da Serra 2º Vilamoura 3º Morgadinhos 4º Quinta do Peru 5º Paço do Lumiar 6º Amarante 7º Oitavos 8º Miramar
Segundo ‘Flight’
9º Terceira 10º Lisbon 11º Oporto 12º Estoril 13º Aroeira 14º Sintra 15º Belas 16º Centro
12ª Taça Nini Guedes de Queiroz
1º Santo da Serra 2º Estoril 3º Vilamoura 4º Quinta do Fojo 5º Quinta do Peru |
Revised: 08-09-2004 .