ESTRELA DO EUROPEAN TOUR REPRESENTA PORTUGAL EM 2005 

Press-Release

Portugal vai voltar a ter um representante no Circuito Europeu de golfe em 2005, uma vez concluídas as negociações já muito avançadas que existem entre o profissional Philippe Lima e a Federação Portuguesa de Golfe (FPG).  

No ‘site’ oficial de ‘Internet’ do European Tour, o jovem que irá completar 23 anos na próxima sexta-feira já aparece como português, mas, conforme avisa Manuel Agrellos, o presidente da FPG, «o acordo ainda não foi assinado, faltando apenas ultimar alguns detalhes».

 

Depois de ter sido um dos protagonistas da vinda de Daniel Silva da África do Sul para Portugal, nos anos 80 do Século XX – com resultados evidentes, dado ser, até ao momento, o único português a vencer um torneio do European Tour – Manuel Agrellos, agora já no exercício do cargo de presidente da FPG, tomou um conhecimento mais concreto da vontade de Philippe Lima regressar ao país natal dos seus pais, no passado mês de Setembro, durante o Estoril Challenge Open Portugal Telecom, a prova do European Challenge Tour que a FPG organizou na Quinta da Marinha Oitavos Golf.

 

Desde essa reunião preliminar entre Philippe Lima e Manuel Agrellos, os pormenores da “transferência” foram ultimados entre o Gestor do Projecto de Alta Competição da FPG, Miguel Franco de Sousa, e a Victory Swing, a empresa que gere os interesses do jogador. Brevemente, será firmado um protocolo entre as duas partes.

 

Philippe Lima – cujo nome Manuel Agrellos prefere que seja escrito à portuguesa (Filipe Lima), por ser assim que consta no seu passaporte – é uma estrela em ascensão no golfe europeu e, este ano, foi divulgado pela Federação Francesa de Golfe como o primeiro francês a conquistar, no mesmo ano, três títulos em três circuitos profissionais diferentes: o Segura Viudas Challenge de España, do Challenge Tour; o Aa St. Omer Open, do European Tour; e o Masters 13, do Alps Tour.

 

Philippe Lima nasceu em Versailles, mas filho de pais portugueses. A mãe faleceu quando era ainda criança e o pai, que, entretanto, regressou a Barcelos, trabalhava no Clube de Golfe de Saint Nom La Brétèche, em França, onde o filho “nasceu” e se desenvolveu para o golfe.

 

Representou a selecção francesa durante seis anos, tendo ganho os Campeonatos Internacionais de França de ‘Stroke Play’ em 2000. Depois de, em 2001, ter terminado a época como o melhor amador francês, Philippe Lima passou a profissional em Novembro de 2002.

 

Em 2003, conseguiu a qualificação para o Challenge Tour (Segundo Escalão europeu) através do Apls Tour (um dos Terceiros Escalões) e, em 2004, não demorou muito tempo a impor-se. O triunfo no Aa St Omer Open, em França, rendeu-lhe uma isenção de dois anos no European Tour (Escalão Principal).

 

No seu ‘site’ oficial de ‘Internet’, o jogador, que, sublinhe-se, fala perfeitamente português, explica a sua decisão: «Tive sempre uma ligação particular ao meu país de origem, em parte devido às raízes do meu pai, que voltou a viver na região do Porto depois de reformar-se. É, por isso, um regresso às origens. O Sr. Manuel Agrellos, o presidente da FPG e antigo presidente da EGA (Associação Europeia de Golfe» conhece-me perfeitamente. Saliento também que o público português aprecia-me imenso (como, aliás, o francês) e apoia-me de forma incrível. O golfe em Portugal faz-me lembrar o de França há 20 anos, e o seu projecto de desenvolvimento é extremamente interessante e apaixonante e o desafio que me lançaram é aliciante».

 

Manuel Agrellos confirma a existência de um projecto de desenvolvimento desportivo que aproveite a imagem de campeão de Philippe Lima mas não pretende, para já, divulgá-lo: «É preciso um ídolo para desenvolver o programa e o Philippe Lima é, sem dúvida, um factor de desenvolvimento do golfe em Portugal, na medida em que voltamos a ter um português na alta-roda do golfe, mas, agora, precisamos que o jogador corresponda em termos de resultados futuros».

 

Idêntica opinião tem David Silva, o presidente da PGA de Portugal (Associação dos Profissionais de Golfe Portugueses): «Quanto melhor o Philippe Lima jogar, melhor para Portugal. É uma situação que faz lembrar a do Deco na selecção nacional de futebol. É claro que a sua vinda para Portugal só pode ser positiva para o golfe profissional no nosso país, ao trazer mais atenção para a modalidade».

 

Sobre o acordo efectuado e ainda não assinado, o presidente da FPG não quis avançar com detalhes, limitando-se a esclarecer que «a Federação Portuguesa de Golfe oferecer-lhe-á exactamente as mesmas condições e o mesmo apoio de que gozava por parte da Federação Francesa».

 

O único ponto que Manuel Agrellos fez questão de especificar referiu-se ao facto de Portugal aceder directamente ao lote de 24 países que, em Novembro de 2005, irão disputar a Algarve World Cup in Portugal/World Golf Championships (Taça do Mundo), em Vilamoura: «O Philippe Lima é uma hipótese, mas quem decide é a PGA de Portugal, na qual, terá de filiar-se».

 

David Silva, por seu lado, explica que poderá ser necessário «reformular os regulamentos existentes», de modo a prever «a atribuição de um ‘wild card’». À luz dos regulamentos actuais, o luso-francês teria de «disputar, pelo menos, 50 por cento dos torneios a contar para a Ordem de Mérito da PGA de Portugal, incluindo o Madeira Island Open e o Open de Portugal, para poder qualificar-se para a Taça do Mundo», mas é evidente que a Associação está sensível ao facto de «um jogador que está no European Tour não poder prescindir de torneios de elevado ‘prize-money’ para participar em eventos nacionais».

 

Segura está, isso sim, a sua presença nos dois torneios portugueses do European Tour, como explicou Miguel Franco de Sousa, o Gestor do Projecto de Alta Competição da FPG: «O Philippe Lima apresentou à FPG um programa de provas previsto para 2005 e esse calendário figurará enquanto anexo no protocolo entre as duas partes. Nesse programa, estão contemplados o Madeira Island Open e o Open de Portugal. Os torneios da PGA de Portugal e o torneio português do Challenge Tour não foram contemplados, primeiro, porque não podemos pedir-lhe que prescinda de eventos mais importantes do European Tour que se joguem na mesma semana, e, segundo, porque ainda não estão disponíveis os calendários desses dois Circuitos para o próximo ano».

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Revised: 02-12-2004 .