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Tiago Cruz bem lutou, mas foi incapaz de travar o francês Julien Foret, que, tal como a irlandesa Gillian O’Leary, conquistou o seu primeiro título da EGA (Associação Europeia de Golfe) na 74ª edição do Campeonato Internacional Amador de Portugal, que hoje (Domingo) terminou na Quinta do Cima, do Algarve, sob uma organização muito elogiada da Federação Portuguesa de Golfe.

Na final disputada em 36 buracos, Julien Foret arrancou em grande força e no buraco 14 já levava uma vantagem de 6 up sobre Tiago Cruz. Se esta final fosse jogada em ‘stroke play’ em vez de ‘match play’, o francês teria atingido o 17 com quatro abaixo do Par! O português mais não fez do que lutar muito e ainda logrou dobrar os primeiros 18 com uma desvantagem de 4 ‘down’, mas nunca ameaçou seriamente Foret, que acabou por impor-se por 3/2, logo no primeiro torneio internacional da sua carreira.

«Sinto um misto de alegria e de tristeza – disse Tiago Cruz – quer por não ter sido capaz de jogar o meu melhor, quer por não ter ganho. De manhã, vi que não estava bem e à tarde foi ainda pior. Os ‘putts’ não entraram, o que não me animou nem o jogo nem o moral. O cansaço pesou, a concentração também se ressentiu e estive inconstante. Sei que, num dia normal, tenho jogo para ganhar-lhe, mas não o mostrei hoje e a vitória dele acaba por ser justa».

Curiosamente, o ex-campeão nacional sublinhou que «não estava nervoso ou ansioso» por estar na sua primeira final de um Campeonato Internacional da EGA, ou então, «estava tão cansado que nem» se deu «conta disso». No entanto, o treinador da selecção nacional, Sebastião Gil, fez outra leitura da final e apontou mesmo o «nervosismo de parte a parte» como uma das características da final.

«O Tiago acusou a pressão de estar a jogar uma final “em casa”, preocupou-se demasiado com a distância, quando ele é um jogador de ‘feeling’», acrescentou.

Sebastião Gil era um treinador extremamente «feliz» no final deste Campeonato Internacional Amador de Portugal, por os jogadores portugueses «terem superado as expectativas. Ganhámos mais ‘matches’ do que perdemos e mostrámos que somos capazes de desafiar os melhores da Europa e de vencer um torneio deste nível».

Quanto a Julien Foret, acabou por cotar-se como um campeão surpresa, pois nunca estivera em Portugal e nunca jogara um torneio fora de França. «Só vim a Portugal porque este torneio faz parte da lista de provas que a Federação Francesa de Golfe estabeleceu como fases qualificativas para o Campeonato do Mundo», explicou o gaulês, de 21 anos, que considerou Tiago Cruz «um bom jogador, que não mostrou tudo o que sabe».

Ao vencer o torneio na Quinta de Cima, num belo dia de sol, Julien Foret ganhou o direito de integrar o lote de participantes do Algarve Open de Portugal, na Penina, em Abril, enquanto Gillian O’Leary também recebeu, da Federação Portuguesa de Golfe, um ‘wild card’ para o Ladies Open de Portugal da Costa Azul, em Maio, no Aroeira-I.

À semelhança de Foret, Guillian O’Leary também tem 21 anos, também visitou o nosso país pela primeira vez e também arrebatou aqui o seu primeiro título EGA no escalão principal, ao bater na final a escocesa Liz McKinnon por 5/4.

Os resultados das finais do Campeonato Internacional Amador de Portugal, na Quinta de Cima, foram os seguintes:

Torneio Feminino
Gillian O’Leary (Irlanda)-Liz McKinnon (Escócia), 5/4

Torneio Masculino
Julien Foret (França)-Tiago Cruz (Portugal), 3/2

Foto: Ramiro de Jesus/Golf Mark