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A FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE GOLFE CONVOCOU TRÊS AMADORES, A PGA DE PORTUGAL OUTROS TANTOS PROFISSIONAIS E A QUINTA DA MARINHA OITAVOS FICOU COM CINCO LUGARES, TRÊS PARA AMADORES E DOIS PARA PROFISSIONAIS, QUE IRAM DISPUTAR DE 30 DE SETEMBRO A 1 DE OUTUBRO O ESTORIL GOLF CHALLENGE

Reza a história que, na época medieval, uma dúzia de portugueses rumou às Ilhas Britânicas para feitos de cavalaria que ficaram famosos pela designação de os «Doze de Inglaterra». Ainda hoje, em Cascais, há casas comerciais que recordam esses dias. Também em Cascais, mais concretamente na Quinta da Marinha Oitavos, outros doze ‘gentlemen’ irão trocar as espadas por tacos e tentar prestigiar as cores portuguesas no Estoril Golf Challenge Portugal Telecom. 

E se no famoso romance de Alexandre Dumas os três mosqueteiros eram, na verdade, quatro, também, neste caso, os portugueses não são doze, mas onze. O 12º é, na realidade, francês, de nome Philip A’Court, mas o profissional de ensino de Oitavos deve o convite ao campo anfitrião e defenderá, por isso, os interesses da casa. 

A Quinta da Marinha Oitavos foi, aliás, a entidade mais bafejada na distribuição de convites, uma vez que coube-lhe cinco vagas, entregues a dois profissionais e três amadores: Philip A’Court receberá a companhia do profissional Luís Lameira, enquanto os amadores distinguidos foram Miguel Franco de Sousa (o gestor do Projecto Pequim 2008 da FPG), Bernardo Frére (o enviado da FPG ao Orange Bowl, na Florida, em 2003) e Nuno Brito e Cunha (que representou Portugal no Campeonato do Mundo da Malásia em 2002). 

Dois anos depois do Mundial da Malásia, perfila-se já no horizonte o Campeonato do Mundo de 2004, em Porto Rico, e nada mais natural do que dar rodagem competitiva à selecção que representará o nosso país no Eisenhower Trophy, em Outubro. A Comissão de Alta Competição propôs e a Direcção da FPG aprovou os nomes dos amadores Ricardo Santos, Tiago Cruz e Hugo Santos, sintomaticamente, por esta ordem, os três primeiros classificados no ‘Ranking’ Nacional da FPG.  

São valores inquestionáveis, mesmo se, de fora, ficou o campeão nacional absoluto, Nuno Campino.  

Ricardo Santos venceu este ano o Campeonato Internacional Amador da Suíça, foi o único português convocado para a selecção da Europa Continental do St. Andrews Trophy, foi 13º no Campeonato da Europa Individual Amador, atingiu os quartos-de-final no Campeonato Internacional Amador de Espanha Copa S.M. El Rey, classificou-se no 16º lugar no Scottish Amateur Open Stroke Play Championship e chegou aos oitavos-de-final do Campeonato Internacional Amador de Portugal. 

Tiago Cruz ganhou o I Torneio do Circuito Tranquilidade no Pinhal, venceu o I Torneio Nevada Bob’s Golf, chegou à final do Campeonato Internacional Amador de Portugal, foi finalista do Campeonato Nacional Individual absoluto, terminou na segunda posição do Campeonato Nacional de Profissionais Mota Engil, Terminou ingualmente no segundo lugar no LG Electronics Open PGA de Portugal, foi quarto classificado no II Torneio do Circuito Tranquilidade em Amarante e sexto posicionado na Taça da FPG. 

Hugo Santos, depois de ter sido o campeão nacional absoluto de 2003 e de ter sido nomeado Jogador do Ano de 2003 pela FPG, conheceu um início de 2004 atribulado, devido a uma lesão no tornozelo esquerdo, que o prejudicou seriamente. Mesmo assim, ainda logrou conquistar a Taça FPG pela terceira vez na sua carreira e foi semifinalista tanto no Campeonato Internacional Amador de Portugal como no Campeonato Individual Absoluto. Internacionalmente, passou o ‘cut’ no Campeonato da Europa Individual Amador. 

Entre os profissionais, a PGA de Portugal optou pelo sistema que não tem sofrido contestações no passado, em torneios do European Tour, ou seja, como tinha três vagas, escolheu os três primeiros da sua Ordem de Mérito: António Sobrinho (Vale do Lobo), Alfredo Cunha (Ponte de Lima) e Sérgio Ribeiro (Miramar). Há ainda um quarto lugar disponível e a PGA de Portugal aceitou o pedido da FPG de o oferecer a Nuno Campino, que neste mês de Setembro passou de amador a profissional.  

Nuno Campino não podia concorrer em nenhuma categoria mas é, sem dúvida, um dos grandes valores do golfe nacional. Para além de ser o actual bicampeão nacional amador (1999, 2004) e de ter sido por três vezes nº1 da Ordem de Mérito Nacional da FPG (1999, 2001 e 2003), foi ainda o melhor português no Algarve Open de Portugal Caixa Geral de Depósitos (86º), prova em que, por duas vezes, passou o ‘cut’. 

António Sobrinho é, indubitavelmente, o melhor golfista português do novo milénio e seria fastidioso enumerar o seu palmarés, bastando dizer que venceu por oito vezes (incluindo a edição deste ano) o Campeonato Nacional de Profissionais Mota Engil. No Mota Engil PGA Portugal Tour 2004 venceu três das cinco provas disputadas este ano e é o nº1 da Ordem de Mérito. Quanto a Alfredo Cunha e Sérgio Ribeiro, ainda não venceram nenhum torneio do Circuito Profissional Português, mas integram sistematicamente o ‘top-5’, razão pela qual figuram no ‘top-3’ da Ordem de Mérito da sua classe.