BALLESTEROS ORGANIZA O ALGARVE OPEN DE PORTUGAL

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Ivan Ballesteros, Severiano Ballesteros, Manuel Agrellos, Miguel de Sousa e Hélder Martins Exactamente 30 anos depois de ter disputado o Open de Portugal, no Clube de Golf do Estoril, o primeiro torneio da sua carreira profissional, o espanhol Severiano Ballesteros veio a Lisboa para assinar, hoje (quinta-feira), com a Federação Portuguesa de Golfe (FPG), um contrato de cessão de direitos de organização e comercialização do Algarve Open de Portugal. 

A cerimónia decorreu esta tarde, no ‘stand’ que a FPG instalou na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), na Feira Internacional de Lisboa (FIL), tendo assinado pela FPG o seu presidente, Manuel Agrellos, enquanto Severiano Ballesteros representou a sua empresa que se dedica à organização de eventos desportivos, a Amen Corner. Estiveram igualmente presentes no acto Hélder Martins, o presidente da Região de Turismo do Algarve (o principal patrocinador, através da Secretaria de Estado do Turismo), Ivan Ballesteros, gerente da Amen Corner, Fernando Chabert, do Meridien Penina Golf & Resort, Miguel de Sousa, vice-presidente da FPG, e José António Moreira, secretário-geral da FPG. 

Considerado o maior ídolo da história do golfe europeu, Severiano Ballesteros conseguiu a preciosa colecção de 87 troféus profissionais (57 dos quais do European Tour), com destaque para cinco títulos do Grand Slam (dois Masters e três British Opens), para além de ter integrado quatro selecções europeias vitoriosas da Ryder Cup (três como jogador e uma como capitão) e uma selecção da Europa Continental vencedora do Seve Trophy. 

No entanto, a sua actividade há muito se expandiu para além da competição e o famoso Seve tem hoje empresas que se dedicam ao desenho e construção de campos de golfe (já tem 26 concluídos com a sua assinatura e irá abrir um novo no Porto Santo em 2004), ao ensino da modalidade e à organização de torneios. Neste último caso, a empresa chama-se Amen Corner, foi fundada em 1985, organiza o Open de de Espanha desde 1986, o Seve Trophy e o Open de Madrid desde 2000, mas a sua jóia da coroa foi a Ryder Cup de 1997. Ao todo, já foram mais de quatro dezenas de torneios integrados no calendário oficial do European Tour que a Amen Corner organizou. 

Não admira, por isso, que antes do acto formal de assinatura, com a duração de três anos, Manuel Agrellos tenha sublinhado que «a Amen Corner dá-nos todas as garantias de qualidade organizativa», afirmando-se a FPG como «extremamente satisfeita pelo contrato realizado, tendo em conta o objectivo de rentabilizar um activo como o Algarve Open de Portugal». O presidente da FPG salientou duas diferenças em relação aos procedimentos transactos: «em primeiro lugar, o local onde estamos, pois, pela primeira vez, a FPG está na BTL – e muito bem – enquanto vector do desenvolvimento de uma actividade tão importante para o nosso país como o turismo. E em segundo lugar, o promotor do Algarve Open de Portugal será outro, mas nada é imutável».  

Manuel Agrellos referiu ainda que «em ano de “vacas magras” já é positivo manter-se o prémios monetário de 1,25 milhões de euros», mas acrescentou que «as nossas intenções, da FPG e da Amen Corner, é afirmar o Open na metade superior do Circuito Europeu». O Open de Portugal nasceu em 1953 e em 1973 integrou, pela primeira vez, o European Tour. Essa primeira edição no Circuito Europeu, há 31 anos, ocorreu no campo da Penina, o espectacular Par-72 desenhado por Sir Henry Cotton, e é curioso que Seve Ballesteros tenha decidido trazer o torneio de volta ao Meridien Penina Golf & Resort, de 1 a 4 de Abril.  

O Algarve Open de Portugal viajará pela nona vez à Penina, um campo que Ballesteros catalogou como «um dos melhores da Europa». Os espanhóis Jaime Benito (1973) e Manuel Ramos (1977), o norte-americano Hal Underwood (1975), os ingleses Howard Clarke (1978), Peter Mitchell (1998), Van Philips (1999) e Gary Orr (2000), bem como o escocês Sam Torrance (1982) foram os campeões da prova naquele percurso. «A Penina é um anfitrião natural do Open de Portugal e sente-se sempre muito honrada em receber o torneio. Teremos de fazer um investimento significativo, mas estaremos à altura dos nossos parceiros», disse Fernando Chabert, o director regional para Portugal do Le Meridien. 

Severiano Ballesteros – que irradiou simpatia numa atitude informal que muito agradou um auditório de largas de dezenas de jornalistas, dirigentes da modalidade e demais interessados que se encontravam na BTL – explicou que, para ele, «é uma grande honra promover o Open de Portugal, um torneio que tem muita tradição», e admitiu que tem «o Open entalado na garganta como uma espinha», porque, como jogador, «a dada altura, quando o Circuito Europeu já tinha uma expressão significativa, o Open de Portugal e o Open de Itália eram os únicos torneios que faltavam» ao seu palmarés. «Há uma curiosidade que posso contar e sobre a qual não tenho vergonha, mas o meu primeiro torneio profissional foi o Open de Portugal, no Estoril, em 1974, e fiquei em último lugar. Depois, em 1985, estive muito perto de ganhá-lo, finalmente, na Quinta do Lago, mas fiz oito pancadas no buraco 16, por causa de uma árvore que espero que já tenha caído». 

Mais a sério, o pentacampeão de ‘majors’ avisou que a elevação de nível do Algarve Open de Portugal «deve resultar de uma conjugação de todos: da Amen Corner, mas também da FPG, dos campos e dos jornalistas. Devemos formar uma família». O espanhol, de 46 anos, considera que «Portugal atravessa uma fase de desenvolvimento do seu golfe semelhante ao que a Espanha viveu nos anos 70, mas estou convencido de que Portugal poderá transformar-se na Califórnia da Europa, no que diz respeito ao golfe. Tem todas as condições para isso». 

Sobre o Algarve Open de Portugal de 2004, Severiano Ballesteros pediu «paciência»: «posso garantir o profissionalismo da minha equipa, mas não se pense que só porque chegou o Amen Corner vamos já levar o Algarve Open de Portugal para a cabeça da Europa». Para o antigo nº1 europeu, a estratégia de trazer melhores jogadores a Portugal passa por «melhorar os prémios mas, mais importante do que isso é a qualidade dos campos». Em 2004, Seve espera que «venham bons valores por se tratar de um ano de Ryder Cup e de haver muitos jogadores a querem pontuar para o respectivo ranking». 

No entanto, infelizmente para o público português, o próprio Severiano Ballesteros não jogará no Algarve Open de Portugal deste ano: «tive muitas pressões nesse sentido, até do meu sobrinho Ivan, mas já tinha previsto jogar quatro torneios nos Estados Unidos, nessas datas, para preparar da melhor maneira o Masters. Não tenho jogado bem nos últimos anos e julgo que posso ainda fazer uma aparição condigna. Embora joguemos sempre para ganhar, tenho de ser realista e sei que não estou em condições de ganhar o Masters, mas posso ainda estabelecer como objectivo um lugar nos 20 primeiros. Contudo, apesar de não vir este ano, prometo jogar o Algarve Open de Portugal nos anos seguintes». 

Sobre a estratégia para a melhoria do Algarve Open de Portugal, Manuel Agrellos divulgou ainda «uma promessa» que lhe foi feita, «por parte do European Tour, de num futuro próximo a data do torneio ser alterada, de forma a ser disputado duas semanas depois do Masters e não na semana anterior», como sucede actualmente. Porém, o presidente da FPG recordou que «o Open de Portugal já se disputou em Outubro, antes do Volvo Masters, mas foi transferido para Abril, para a sua data actual, para satisfazer um pedido dos agentes e das instituições ligadas ao turismo português, por considerarem essa data como a mais adequada aos seus interesses de promoção do país». 

Severiano Ballesteros permanecerá em Portugal até à manhã do dia 24 (Sábado). No dia 23 (sexta-feira), terá duas reuniões em Lisboa, já para tratar do Algarve Open de Portugal, e à noite será a “vedeta” de um jantar promovido pelo ICEP, por iniciativa da Secretaria de Estado do Turismo, no Golfe da Belavista, em Lisboa.

Foto: Ramiro de Jesus/GolfMark

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Revised: 28-01-2004 .