Desde o torneio da Penina, em
1999, que aquele que é considerado o melhor golfista português de todos os
tempos não ganhava no Circuito Profissional Português.
Daniel Silva conquistou o seu
primeiro título dos últimos seis anos numa prova do PGA Portugal Tour, no Mota
Engil PGA Classic, que a Best Golf organizou, nos dois últimos dias, no Clube
de Golfe de Amarante, com prémios no valor de 15.000 euros.
«Uma vitória é sempre uma
vitória, seja em que torneio for», disse o profissional de ensino do Hotel
Quinta do Lago, que somou 134 pancadas (66+68), duas abaixo do Par, que lhe
valeram 2.270 euros de prémio.
Considerado o melhor golfista
português de todos os tempos, devido aos excelentes resultados obtidos na
primeira metade da década de 90 do século passado, Daniel Silva, de 37 anos,
não ganhava um torneio da PGA de Portugal desde o torneio da Penina, em 1999,
mas, a espaços, tem sido capaz de revelar o génio que o levou a vencer a
Escola de Qualificação do Circuito Profissional Europeu em 1990 e um torneio
do European Tour em 1992. Em 2003, por exemplo, venceu uma prova do já extinto
Paradise Tour e em 2004 passou o 'cut' e obteve o melhor resultado de sempre
de um português no Madeira Island Open.
No Clube de Golfe de
Amarante, onde o seu melhor resultado de sempre era um terceiro lugar no
Campeonato Nacional de Profissionais Mota Engil de 2003, justificou plenamente
a alcunha de “o Bicho” de que goza no circuito, pela garra que sempre o
caracterizou. «No primeiro dia, senti-me a jogar bem e o resultado de 66 não
fez justiça ao que fiz no campo, mas o 68 de hoje foi, em contrapartida, a
consequência de ter conseguido agarrar-me ao jogo, porque passei uma fase,
entre os buracos 8 e 14, em que falhei muitos 'shots', vendo-me obrigado a
salvar-me com o jogo curto e o 'putt'», explicou o algarvio nascido na África
do Sul, alvo de uma sentida ovação da plateia, sobretudo dos seus companheiros
de profissão, na cerimónia de entrega de prémios.
«É bom continuar a ver nos
jornais portugueses que o Daniel Silva é o melhor jogador português de todos
os tempos, mas esta vitória de hoje provou que não foi apenas um grande
jogador – ainda é!», discursou, comovido, Sebastião Gil, o vice-presidente da
PGA de Portugal e treinador das selecções nacionais da Federação Portuguesa de
Golfe.
Daniel Silva venceu com uma
vantagem de dois 'shots' sobre António Dantas da Silva, um eterno segundo
classificado no PGA Portugal Tour, ainda à procura do seu primeiro título.
«Não merecia ganhar, porque falhei dois 'putts' de meio metro nos dois últimos
buracos», adimitiu, com desportivismo, o profissional da Penha Longa.
Na terceira posição, a cinco
'shots' do campeão, ficaram três jogadores, os profissionais Alfredo Cunha
(Ponte de Lima) e Brian Evans (Pinheiros Altos), e o amador Paulo Ferreira,
representante do clube da “casa”, que obteve a sua melhor classificação de
sempre em eventos profissionais.
Hugo Santos e João Pedro
Carvalhosa diviram o sexto lugar com histórias diferentes, enquanto o jovem de
Vilamoura partiu para a volta de hoje (Domingo) em segundo, com enormes
hipóteses de arrebatar o seu primeiro título como profissional, mas
enterrou-as com dois 'triplo-bogeys' nos buracos 4 e 13, o consagrado
representante de Tróia veio do 21º lugar e efectuou uma espectacular
recuperação, graças à melhor volta do dia (o mesmo 67 de Dantas da Silva).
O Mota Engil PGA Classic não
terminou sem mais um 'hole-in-one', desta feita da autoria de um profissional,
Nelson Cavalheiro (Golfe do Morgado), concretizado com um ferro-8, no buraco 7
(117 metros), aproveitando o vento contra para acentuar o 'back-spin'. «Foi o
meu primeiro 'hole-in-one' numa carreira de 28 anos», disse Cavalheiro, que,
abriu imediatamente uma garrafa de uísque e colocou-a à disposição dos
presentes.
Entretanto, ao contrário do
que escrevemos ontem (Sábado), o 'Pro-Am' não se realizou em dois dias,
havendo, isso sim, dois torneios distintos. No 'Pro-Am' de ontem, o título foi
para Nuno Campino (Paço do Lumiar), que fez 59 pancadas (-9) com o amador
Vasco Costa, exactamente o mesmo resultado de hoje de David Moura (Solverde)
com o amador Joaquim Sousa.
O 'top-15' de profissionais
do Mota Engil PGA Classic após 36 buracos ao Clube de Golfe de Amarante, ficou
ordenado do seguinte modo:
1º Daniel Silva (Hotel Quinta do
Lago), 134 (66+68), -2, 2.270,00 euros.
2º António Dantas da Silva (Penha Longa), 136 (69+67), Par, €1.445,00.
3º Paulo Ferreira (Amarante), 139 (68+71), +3*
3º Alfredo Cunha (Ponte de Lima), 139 (70+69), (+3), €1.145,00.
3º Brian Evans (Pinheiros Altos), 139 (70+69), +3, €1.145,00.
6º Hugo Santos (C.G.Vilamoura), 140 (67+73), +4, €882,50.
6º João Pedro Carvalhosa (Tróia), 140 (73+67), +4, €882,50.
8º Richard Allen (Hotel Quinta da Marinha), 141 (69+72), +5, €770,00.
9º Nuno Campino (Paço do Lumiar), 142 (70+72), +6, €620.
9º David Moura (Solverde), 142 (70+72), +6, €620.
9º Sérgio Ribeiro (Miramar/lion of Porches), 142 (73+69), +6, €620.
12º Scott Taylor, 143 (69+74), +7, €490.
12º João Chaves, 143 (73+70), +7, €490.
12º Nelson Cavalheiro (Golfe do Morgado), 143 (75+68), +7, €490.
12º Jorge Rodrigues (C.G. Estoril), 143 (74+69), +7, €490.
15º Allan Lopes (CityGolf), 144 (72+72), +8, €440.
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