As expectativas eram muitas para a última volta ao percurso algarvio
(Par 73), com o CG Miramar, líder ao final da segunda ronda, com uma
vantagem de três ‘shots’, e o mais direto rival Oporto GC em disputa
acesa pela conquista do 57.º título do Campeonato Nacional de Clubes –
Solverde. E, como por uma pancada se ganha e por uma pancada se perde,
foi precisamente o que aconteceu no Morgado Golf Course.
O Oporto GC totalizou, no cômputo das três voltas de 18 buracos de
‘stroke play’, 645 pancadas (215+216+214), 12 abaixo do Par, e ganhou a
Taça Visconde Pereira Machado pela vantagem mínima sobre o CG Miramar,
que agregou 646 ‘shots’ (218+210+218).
Pedro Lencart, que havia assinado duas exibições de luxo com 67 (-6) e
65 pancadas (-8), na primeira e segundas voltas, voltou a entregar um
cartão com 67 ‘shots’, mas não foi o suficiente para, juntando ao
agregado de Pedro Clare Neves (73+71+75) e as 76 pancadas de domingo de
João Iglésias, revalidar o título conquistado nos últimos dois anos.
Já o Oporto GC beneficiou do experiente e consistente desempenho de
Vasco Manuel Carreira Alves (68+68+70), Afonso Girão (72+73+70) e de
João Girão (75+75+74) para voltar a erguer o troféu, após a última
vitória em 2016.
“Foi um dia de nervos até ao último momento e acabou por ser um
‘match-play’ com Miramar. Mas a nossa equipa estava confiante e conta
com três jogadores muito experientes, jogadores de seleção [Vasco Alves,
João Girão e Afonso Girão]. Estávamos à espera que eles não cedessem à
pressão nos momentos decisivos e eles estiveram ao seu melhor nível”,
defendeu Miguel Montenegro, capitão do novo campeão nacional.
Apesar de o empate ter sido suficiente para o Oporto GC erguer o troféu,
destaca o capitão, Vasco Alves “fechou o buraco 18 com um ‘birdie’ para
confirmar a vitória” da equipa, num dia em que a Quinta do Peru alcançou
o terceiro lugar, com 674 pancadas (217+231+226).
“Foi para isto que trabalhámos. Após a pandemia [Covid-19], os nossos
jogadores trabalharam arduamente, inclusive durante todo o mês de
agosto, para tentarmos concretizar o nosso objetivo para este ano, que
era ganhar o Campeonato Nacional de Clubes – Solverde. Por isso, estão
todos de parabéns”, concluiu Miguel Montenegro, que levou a oitava Taça
Visconde Pereira Machado para as galerias de Espinho.
Na competição feminina, Sofia Barroso Sá ‘puxou dos galões’ e ofereceu
hoje uma extraordinária exibição, traduzida em 65 pancadas (-8), ao seu
clube, Quinta do Lago, que ganhou, assim, vantagem na última corrida
pela Taça Nini Guedes Queiroz.
Graças ao agregado de 418 ‘shots’ (-20), para os quais contribuíram os
202 (69+68+65) da campeã nacional de sub-16 e os 216 (74+71+71) de Maia
Samuelsson, a equipa capitaneada por José Ferreira estreou-se no
Campeonato Nacional de Clubes – Solverde com uma vitória.
“Foi a primeira vez que participámos e não poderíamos estar mais
contentes. Entrámos a ganhar”, rejubila José Ferreira, que viu a sua
formação deixar Miramar no segundo lugar, a 11 ‘shots’ de distância.
Apesar da participação inédita, o capitão da Quinta do Lago reconhece
que, apesar de não ter esperado grandes resultados na prova masculina,
uma vez que jogaram com atletas de sub-12 e sub-14, alimentava “algumas
expectativas para a equipa feminina.”
“Tínhamos a expectativa de vencer e elas tiveram uma prestação
incrível! A Sofia foi um bocadinho mais que meia equipa, tem trabalhado
e jogado bem, e os resultados são o reflexo do seu empenho, mas a Maia
também é uma excelente jogadora e a equipa funcionou muito bem. Pensava
que ia ser mais renhido, mas acabou por ser tornar um dia fácil”,
acrescentou José Ferreira, defendendo ainda que o novo e reduzido
formato do Campeonato Nacional de Clubes – Solverde (três voltas de 18
buracos de ‘stroke-play’) “devia ser mantido no futuro, porque permite
aos clubes mais pequenos e com menos jogadores formar equipa.”
Entregue o título máximo à Quinta do Lago, Miramar sagrou-se vice-campeã
nacional, com um total de 429 pancadas (-9), graças às 212 (71+69+72) de
Ana da Costa Rodrigues e as 217 (75+73+69) de Matilde Fernandes.