Em Portugal, quase tudo
se inicia tarde, tendo como óptimas desculpas, que tal permite
aproveitar as mais recentes experiências dos outros.
Há cerca de cinco anos
que defendo a ideia de introduzir o golfe nas escolas do ensino
básico, levando os alunos dos 6/7 aos 9/10 anos, a ganhar um interesse
pelo golfe, como acontece com as suas outras brincadeiras com o futebol,
o basquetebol ou o andebol.
O golfe é um excelente
exercício psicomotor que, como a dança, introduz a noção do balanço, do
ritmo, da destreza, exigindo algum salutar esforço.
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Fernando Fragoso
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As
escolas são o terreno das crianças e é ai que se deve começar a
entusiasma-las neste desporto, que é para toda a vida, e que, graças a
um novo equipamento educativo se pode jogar em qualquer piso, oferecendo
também boas condições de segurança.
Estamos a falar do SNAG Golf que, noutro artigo, poderá ser apreciado em
pormenor, e que ajuda os jovens a iniciarem-se nesta modalidade
desportiva, utilizando espaços cobertos ou ao ar livre, sendo os
primeiros, as próprias salas de aula, os ginásios e até os halls que
muitos edifícios possuem.
Esta iniciativa, que em algumas escolas portuguesas, já se iniciou há
algum tempo, carece de ser generalizado ao nível de todo o país. As
próprias escolas, através de patrocinadores, ou noutra hipótese, de
forma idêntica ao ensino de alguns instrumentos musicais, interessando
os pais a financiarem tal equipamento.
Alunos, com menos posses, poderão utilizar equipamentos
disponibilizados, em número limitado, pelos próprios treinadores através
de patrocínios.
Esta história parece ser considerada por muitos ridícula, sabendo-se que
Portugal dispõe de 84 campos considerados dos melhores do mundo e que
são utilizados por cerca de 300 mil jogadores em média por ano, isto num
país que apresentava em fins de 2010, 14.545 jogadores federados, dos
quais podemos estimar, que cerca de 2 a 3 %, são residentes
estrangeiros.
Estes milhares de jogadores, que consideramos turistas, efectuam 1,4
milhões de voltas, geram 1,1 milhões de dormidas, produzem 1,8 mil
milhões de euros em receitas, que equivalem a 1,25% do PIB Nacional e
1,4% do PIB Turístico.
A
formação nas escolas que começou nos EUA, em 1997, através da Fundação
First Tee, que já estendeu esta formação a cerca de 3.500 escolas
básicas, divulgou o golfe até 2009 a mais de 3,5 milhões de jovens. O
First Tee que já cobre todos os estados americanos, introduziu o seu
sistema de ensino na Irlanda, Montreal, Nova Zelândia e Singapura,
iniciando-se agora numa escola piloto em Manchester, em Inglaterra.
Muitos outros países como a Escócia e a Bélgica utilizam já o SNAG Golf,
enquanto nós procuramos sempre a última palavra deixando passar o tempo,
não sendo sequer capazes de adaptar o que de melhor fazem os nossos
vizinhos espanhóis que já este ano introduziram este sistema de ensino
nas escola de Navarra, esperando o bom sucesso desta iniciativa para a
generalizarem a toda a Espanha.
Em
locais tão diversos como, Taiwan, Hong-Kong, Índia, Nigéria e Sudão são
exemplos de entidades que seguem trabalho idêntico nas escolas, enquanto
entre nós se espera um ‘milagre’ para encetar experiências da mesma
dimensão, as quais, necessariamente, conduziriam que as nossas escolas
públicas e privadas atingissem os mesmos resultados positivos que de
tanto necessitam.
Só
este caminho permitirá ‘tocar’ a maioria das crianças e desvia-las da
sua quase exclusiva atenção pelos outros desportos com bola.
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