A vitória não podia ter sido mais memorável,
termina com -22 pancadas, com uma última volta incrível de
63 pancadas, 9 abaixo do par do campo, com um registo de 9
“birdies”. Santos vê, assim, o seu nome não só inscrito no
belíssimo troféu do Madeira Islands Open Portugal, mas
também no “record” da prova, sendo o jogador que venceu com
menos pancadas. O anterior “record” pertencia a James
Morrisson, com -21 pancadas, obtidas em 2010 no Porto Santo
Golf.
Passaram exactamente 20 anos desde que Daniel Silva,
sul-africano (luso descendente), que representava as cores nacionais,
venceu em Inglaterra, o Jersey European Airways Open (1992), para
voltamos a ter um português erguer um troféu na principal “liga” do
golfe europeu.
Ricardo Santos é o primeiro profissional formado pelas
escolas portuguesas, Vilamoura, e pela selecção nacional a vencer uma
prova desta importância.
Filipe Lima já havia conseguido uma vitória no principal
Tour Europeu, em 2004, no Aa St. Omer Open, mas na altura, ainda,
ostentava a bandeira francesa no seu saco.
As expectativas eram muito grandes e nem por isso Santos
se deixou abalar. Não começou a derradeira ronda a liderar, pelo
caminho, o dinamarquês Andreas Harto foi escalando até ao primeiro
lugar, com 6 “birdies” nos primeiros nove buracos. O buraco 12, 14 e 15
foram decisivos uma vez que o jovem de 23 anos não aguentou a pressão e
fez “bogey”, abrindo uma frecha para Santos não desperdiçar e arrematar
o título com uma volta imaculada “bogey-free”.
O ponto de viragem foi no “green” do 17, quando meteu um
“putt” de cerca de 10 metros, confirmando assim o seu domínio.
Apesar das quatro dezenas de seguidores que não o
largarem desde o início, o português confessou-nos que esteve até ao
penúltimo buraco (17) sem perceber que era o líder. Ouviu-o pela boca de
um fã inglês que gritou “já temos campeão”.
Nos restantes buracos “só” precisou de controlar as
emoções, fazer a volta da sua vida, e viver o momento mais importante da
sua carreira.
“Foi um dia memorável para mim e para Portugal não tenho
palavras para descrever o momento”, disse o jogador visivelmente
emocionado.
À chegada do 18 tinha uma centena de apoiantes à sua
espera, ouvia-se palmas, assobios e um coro de “olé, olé” ensaiado pelos
jogadores portugueses que não quiseram perder a vitória do luso, entre
eles o seu irmão mais velho Hugo, que não passou o “cut” do torneio. Mal
a bola entra no buraco do “green” do 18, para “birdie”, uma chuva de
champanhe brinda o campeão, e tal como nos confessou depois sentir-se
pequeno: “tenho quase 1,90, mas naquele momento senti-me com meio
metro”.
Santos venceu a 20ª edição do Madeira Islands Open com um
agregado de 266 pancadas (-22), voltas de 66/67/68 e 63.
Na hora de falar com os jornalistas de vários países
europeus que se encontravam na Madeira a emoção falou mais alto e a voz
tremeu-lhe ao dedicar a vitória à mulher, Rita Brissos, à filha Vitória
e aos seus pais.
“ Quero agradecer ao meu “caddy” Jorge Gamarra , a minha
mulher Rita Brissos, ao Almerindo Sequeira e David Moura que têm-me
ajudando bastante. E claro, aos meus sponsers sem eles não era possível
“, disse comovido, enaltecendo , ainda que o Santo da Serra é um campo
muito especial para ele e que hoje confirmou-se.
O algarvio ainda não sabia como iria festejar tamanha
proeza mas não hesitou em dizer que já só pensava em Wentworth Club,
palco do BMW PGA Championship.
Magnus Carlsson foi o vice-campeão do 20º Madeira Islands
Open com 270 pancadas (-18) scores de 66/66/71/67. No final não
conseguiu esconder a tristeza de não ter subido ao primeiro lugar do
pódio.
"Estou desapontado por não ter ganho mas estou satisfeito
pelos 67 abaixo na ronda final, outra pessoa jogou melhor do que eu”,
disse.
Em terceiro lugar ficou o dinamarquês Andreas Horto com
271 pancadas ( -17), 67/71/66 e 67.
Os portugueses, António Rosado e Nuno Henriques,
terminaram a sua prestação de forma positiva, abaixo do par do campo.
O madeirense Nuno Henriques ficou na 53ª posição com 285
pancadas (-3) com 73/67/73/72 pancadas, recebeu um cheque de 2,256
euros.
António Rosado ficou sete posições abaixo (60º) com um
total de 286 pancadas (-2) com 72/69/72/73.
Cerimónia
em Português
Foi a primeira vez que a cerimónia de entrega de prémios
do Madeira Islands Open celebrou-se em português. O anfitrião, António
Henriques, presidente do Clube de Golfe do Santo da Serra destacou a
vitória do Ricardo Santos como um orgulho para Portugal e para a 20ª
edição do Open Madeirense. Alberto João Jardim, presidente do Governo
Regional da Madeira, sublinhou a importância desta prova com 20 anos de
existência e agradeceu aos patrocinadores por continuarem com esta
aposta. Estiveram, também presentes João Cunha e Silva, vice-presidente
do Governo Regional da Madeira, a secretaria Regional de Turismo e
Transportes, Conceição Estudante, David Williams, director da prova, o
presidente da Federação Portuguesa de Golfe, Manuel Agrellos e o
representante do sponser Banco BPI, Carlos Agrellos.
Resultados:
1º Ricardo Santos -66/67/68/63 - 266 pancadas (-22.
2º Magnus Carlsson - 66/66/71/67 - 270 (-18)
3º Andreas Horto - 67/71/66 e 67. 271 pancadas ( -17)
Portugueses
53ª Nuno Henriques - 73/67/73/72 -285 pancadas (-3)
60º António Rosado - 72/69/72/73 – 286 pancadas (-2)
Fonte: Gabinete Imprensa Madeira Islands Open
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