«Cheguei um dia mais cedo aos Açores e
nessa primeira noite, em conversa com o José Correia e o Rui Índio,
comentei que este ano ainda não tinha conseguido defender os títulos que
conquistara no ano passado. Finalmente consegui-o aqui e é claro que
ganhar deixa-nos sempre felizes», disse o profissional da PressPeople,
que arrecadou o prémio principal de 1.100 euros e aproximou-se um pouco
do líder da Ordem de Mérito da PGA de Portugal, António Rosado. Tó
Rosado terminou em 3º, com 3 acima do Par, cartões de 74 e 73.
Mesmo assim, os 750 euros embolsados por
Tó Rosado, o campeão nacional de 2009, fazem com que ainda esteja
bastante confortável como nº1 da Ordem de Mérito, quando faltam apenas
dois torneios até ao final da temporada.
A segunda volta do Açores PGA Open esteve,
no entanto, muito longe de se resumir aos dois primeiros da Ordem de
Mérito. Bem pelo contrário, as 66 pancadas de Tiago Cruz, 6 abaixo do
Par, foram a melhor volta do torneio e permitiram-lhe ganhar 10 shots em
relação ao dia anterior! Valeu-lhe ainda o prémio especial da Global
Newspapers para as voltas mais baixas de cada dia.
«Foram 10 pancadas mas a única diferença
esteve no putt. Ontem até joguei razoável mas falhei 3 putts de metro ou
de metro e meio e a confiança foi-se abaixo. Já hoje só fiz 26 putts. E,
mesmo assim, cometi um erro de estratégia no buraco 5 – escolhi uma
madeira-3 quando um ferro-3 teria sido suficiente com vento a favor –
que me custou um duplo-bogey», disse Tiago Cruz, campeão neste mesmo
campo do SATA Azores Open em 2007.
Cruz vinha de vencer o último torneio do
PGA Portugal Tour, o Vidago Palace Classic, e acabou por sagrar-se, com
alguma surpresa, vice-campeão nos Açores, com 2 abaixo do Par. O
profissional do Banco BIG partiu hoje no 5º lugar a 7 pancadas do líder
e ficou a apenas 1 de ir a play-off.
«Não estava a pensar na vitória. O Hugo ia
muito longe, porque 7 pancadas não eram impossíveis de recuperar mas
eram muito difíceis. Vinha mais focado em fazer um bom resultado e
tentar chegar ao 2º lugar. Acabei por fazer uma das minhas melhores
voltas, senão mesmo a melhor, neste campo. Não me lembro de fazer -6
aqui», comentou.
Hugo Santos não sabia que o seu principal
rival não era Pedro Figueiredo, com quem jogava no último grupo, ao lado
do amador micaelense Miguel Amaral, e o agora bicampeão do Açores PGA
Open considera que «o Tiago deve ter jogado muito bem porque este campo
não é fácil, com este vento ainda menos, com 6 abaixo ele também ele
está de parabéns».
Cruz somou 8 birdies (1, 3, 4, 8, 12, 13,
14 e 17), enquanto Hugo Santos ficou-se hoje por 3 birdies (1, 3 e 14),
face a um duplo-bogey (12) e um bogey (13). Momentos importantíssimos
foram as 3 pancadas perdidas em dois buracos (12 e 13), que poderiam ter
enterrado a sua defesa do título, mas o campeão nacional de 2012
terminou forte com birdie no 14 e 4 pares seguidos.
«No 12 fui ao bunker e a sair do bunker a
bola embateu no lip veio para trás e bateu-me no corpo. Fui logo
penalizado. No buraco seguinte fiz 3 putts, mas depois reagi bem com um
birdie no seguinte. Não posso dizer que esse birdie tenha sido o momento
decisivo e tenha sido o que me permitiu terminar com 1 de vantagem.
Houve outros momentos decisivos como o bom início de volta com
birdie-Par-birdie, tendo em conta o vento que se fazia sentir, ou ainda
como o Par no 18. Falhei o green à direita vinte e poucos metros, dei um
shot (cego) a subir que ficou a metro e meio ou dois metros do buraco e
meti o putt», analisou o mais velho dos famosos irmãos Santos.
Pedro Figueiredo, campeão nacional deste
ano, a estrear-se em competições nos Açores, partiu hoje em 2º, a 3
pancadas do líder, terminou em 4º, a 7 do campeão (voltas de 72 e 76), e
concorda com Hugo Santos que o início a prova foi determinante.
«Não foi o arranque que eu queria. Falhei
putt para birdie no 1, sofri bogey no 2, falhei putt para birdie no 3.
Enquanto isso, o Hugo ia com -2 ao cabo de 3 buracos. De repente vi-me a
6 pancadas dele e estava a vê-lo muito regular, a jogar bem. A vitória
dele é merecida», reconheceu Figgy.
Aos 22 anos, a jogar apenas o seu segundo
torneio no circuito profissional português, admitiu que retirou ilações
da sua atitude no campo: «Estavam condições difíceis com o vento e foi
difícil agarrar-me ao jogo. Tive períodos de perda de concentração. Mas
no 12 ele fez o duplo-bogey e eu birdie, animei-me, agarrei-me de novo
ao jogo, tive birdies no 13 e no 14 e aprendi uma lição. Às vezes, não é
só lutar pela vitória ou por passar o cut. Mesmo quando estamos muito
atrás do líder temos de nos agarrar ao jogo».
Hugo Santos em 1º, Tiago Cruz em 2º,
António Rosado em 3º e Pedro Figueiredo em 4º é um leaderboard de luxo,
com três campeões nacionais e um ex-campeão do SATA Azores Open. A
qualidade deste top-4 valoriza ainda mais o 5º posto do amador
micaelense Rigoberto Oliveira, um veterano de 49 anos, que só começou a
jogar golfe aos 30, e que somou voltas de 77 e 75, sagrando-se o melhor
açoriano, com um agregado de 8 acima do Par.
Entretanto, no Pro-Am do Açores PGA Open,
o campeão foi um profissional açoriano, treinador no Batalha Golf Course:
André Medeiros emparceirou com o seu tio, o amador António Machado, e
juntos somaram 47 pontos stableford net.
O Açores PGA Open foi um sucesso e Pilar
Melo Antunes, da Azores Golf Islands, desejou que «este tenha sido o
segundo de muitos anos do torneio na nossa terra».
O top-5 do Açores PGA Open, após 36
buracos ao Batalha Golf Course, ficou ordenado do seguinte modo:
1º Hugo Santos (PGA Portugal Team /
PressPeople), 141 (69+72), -3, €1.100.
2º Tiago Cruz (Banco BIG), 141 (76+66), -2, €850.
3º António Rosado (PGA Portugal Team), 147 (74+73), +3, €750.
4º Pedro Figueiredo (TMN / Banque Privée), 148 (72+76), +4, €650.
Rigoberto Oliveira (VerdeGolf Country Club), 152 (77+75), +8,
amador.
Press-Release
PGA Portugal
27 de Outubro de 2013
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