A primeira vitória da sua
carreira foi alcançada com 212 pancadas, 4 abaixo do Par,
após voltas de 72, 68 e 72. Deixou em 2º duas rivais a 3
pancadas, a espanhola Mireia Prat e a alemã Isabella Gabsa,
esta última a líder aos 18 buracos, com 69 (-3), mas que
perdeu o comando depois do 75 (+3) do segundo dia, para
concluir hoje com 71 (-1).
Os 4.043 euros que a helvética
embolsou catapultaram-na da 17ª para a 5ª posição da Ordem
de Mérito do LETAS, ou seja, dentro do top-5 que no final da
época se apura automaticamente para o Ladies European Tour (LET),
a primeira divisão.
Fabienne In-Albon teve uma
bela carreira amadora, com quatro títulos importantes no
circuito amador australiano e assegura que recordará «para
sempre os Açores»: «Lesionei-me na Noruega, como expliquei
ontem nas costelas, tive de desistir após a primeira volta,
os médicos disseram-me que era complicado e que não deveria
competir em Inglaterra, decidi ficar em casa uma semana a
curar a lesão, mas queria mesmo competir aqui e vim sem ter
dado uma única pancada. Era uma incógnita. Iria doer-me? Na
realidade foi doloroso, mais antes e depois das voltas. À
noite sentia, mas a adrenalina ajudou a superar tudo. Ontem
à noite dizia para mim própria que era só mais uma volta,
que era preciso aguentar. É sempre bom ganhar. Ganhar pela
primeira vez como profissional é especial, mas assim
significa muito mais».
O seu objectivo do início do
ano está cumprido: «Queria terminar no top-20 da Ordem de
Mérito para aceder directamente à Segunda Fase da Escola de
Qualificação do LET. Isso está garantido. Mas, esta vitória
nos Açores, quem sabe, pode motivar-me para outro triunfo
nos torneios que ainda há pela frente, fixar-me no top-5 e
subir logo ao LET. O objectivo é esse, para o ano estar a
jogar no LET. Agora, não quero pensar muito na Ordem de
Mérito, mas em jogar bem nos próximos torneios».
Quem já tem a certeza de ir
jogar entre as melhores golfistas da Europa em 2014 é Mireia
Prat. A espanhola deslumbrou e mostrou porque razão venceu
este ano na Galiza e somou na Terceira o seu oitavo top-ten
da temporada. Depois de voltas iniciais de 74 e 77, concluiu
com 64, 8 abaixo do Par, sem sofrer qualquer bogey,
igualando a sua melhor volta de sempre. «Já tenho garantido
o acesso ao LET, mas gostaria de terminar a temporada como
nº1», disse Prat, que em 18 buracos subiu de 22ª para 2ª
empatada: «Não ter estado vento fez toda a diferença. Este
campo, com vento, é complicado de se jogar abaixo do Par,
mas assim tornou-se possível, fui mais agressiva nos putts,
fiquei mais perto das bandeiras nos approaches e, sobretudo,
patei muito melhor do que nos dias anteriores».
Quando Mireia Prat terminou a
prova e fixou a liderança na Clubhouse em 215 (-1), ainda
havia sete grupos no campo. Foi, portanto, uma pressão
suplementar para a concorrência, como explicou In-Albon: «A
Mireia é uma excelente jogadora, sabia que ela era capaz de
uma volta destas, mas 64, uau, é excelente! Até ao 14 tentei
não olhar para o leaderboard e quando vi que ela estava na
Clubhouse com -1 vi logo que não era só com o meu grupo que
tinha de preocupar-me. Ela merece ser a nº1».
Fabienne In-Albon partiu para
esta última volta com uma confortável vantagem de 4
pancadas, mas Isabella Gabsa, de apenas 18 anos, arrancou 3
birdies nos primeiros seis buracos. De repetente havia
apenas 1 pancada a separá-las. A partir desse momento, foi
uma competição dura, em que entrou também em jogo a evidente
força mental de ambas. Foi um autêntico braço-de-ferro.
Quando no 16 Gabsa arrancou 1 birdie e In-Albon sobreu 1
bogey as duas foram para o 17 de novo separadas por apenas 1
shot. Como fizeram birdie no 17, o 18 decidiu tudo. In-Albon
arrancou o shot do dia no Par-3 de 98 metros a subir. A bola
ficou a uns três metros da bandeira e não rolou como de
costume para baixo, ao contrário da de Gabsa que veio parar
fora do green. A suíça fez o putt para birdie já depois da
alemã ter fechado com 3 putts e bogey. Estava encontrada a
campeã.
«A Isabella estava inspirada
nos primeiros 9 buracos e o meu putt não estava tão “quente”
como no dia anterior. E quando fiz aqueles 3 putts no 16
apareceu o nervosismo. Até aí estava calma, mas então
pensei: “olá nervos”. Daí a importância deste final
fantástico de 2 birdies, sobretudo o do 18, num dos greens
mais difíceis do campo», disse Fabienne In-Albon, que se
licenciou em Gestão Desportiva numa universidade australiana
nos arredores de Sydney antes de tornar-se profissional.
Recorde-se que as duas
portuguesas em prova, Susana Ribeiro e Sofia Câmara, já
tinha sido eliminadas ontem, mas voltaram a dar indicações
de poderem tornar-se um dia profissionais e foram abordadas
por Diana Barnard, directora de torneios do LETAS, disposta
a ajudá-las a desbloquear convites para jogarem algumas
provas em 2014.
A única amadora a passar o cut
e a jogar hoje foi a jovem húngara de 16 anos, Csilla Rozsa,
que terminou em 23ª empatada com 225 (+9), cartões de 72, 77
e 76.
O 3º Açores Ladies Open
terminou com a cerimónia de entrega de prémios, bem
concorrida de público, na qual estiveram presentes o
vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio
Ávila; a administradora da Ilhas de Valor / Azores Golf
Islands, Diana Valadão; o presidente do Clube de Golfe da
Ilha Terceira, Carlos Raulino, o representante da Direcção
da Federação Portuguesa de Golfe, Nuno Mimoso; a directora
de torneios do LETAS, Diana Barnard; e o promotor de
torneio, director da Golf Stream e representante do LETAS em
Portugal, António Carmona Santos.
Press-Release
PGA Portugal
3 de Outubro 2013 |