Taça Federação Portuguesa de Golfe

JOVENS DE 14 E 17 GANHAM MAJOR NACIONAL

 

Joana Silveira, de 14 anos, e Vítor Lopes, de 17, são os novos campeões da Taça da Federação Portuguesa de Golfe BPI, cuja 31ª edição concluiu-se Domingo, no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela. 

Joana Silveira, do Club de Golf de Miramar, campeã nacional de sub-14, derrotou na final Rita Félix, de 20 anos, do Estela Golf Club e nº2 do Rankig Nacional BPI, ao cabo de uma maratona que só terminou no 40º buraco.

   

Terá sido, eventualmente, a mais longa final feminina da história do torneio e seguramente uma das melhores e nunca Rita Félix esteve tão perto de vencer o único grande troféu que lhe falta, depois de ter perdido também as finais de 2013 e 2010. 

Vítor Lopes, do Clube de Golfe de Vilamoura, bateu na final João Girão, também de 17 anos, do Oporto Golf Club, por 5/4, fechando o match no 32º buraco. Para João Girão também foi a sua primeira final na Taça FPG BPI. 

Foi o seu primeiro Major nacional amador a nível individual de Joana Silveira e Vítor Lopes, embora qualquer um deles já tivesse conquistado este ano o Major por equipas que é o Campeonato Nacional de Clubes Solverde. 

Joana Silveira sucede à sua companheira de clube, Susana Ribeiro, a nº1 do Ranking Nacional BPI, que a própria Joana derrotou nas meias-finais, enquanto Vítor Lopes segue-se na lista de campeões a Miguel Gaspar, que não veio defender o título por ter-se tornado profissional no final da época transata. 

Alguns recordes a ter em conta

O diretor-técnico nacional, João Coutinho, na cerimónia de entrega de prémios, depois de agradecer «ao BPI, ao Montado, aos árbitros e aos jogadores», salientou que «a final feminina foi uma autêntica maratona de golfe e deverá ser um feito inédito uma final feminina de 40 buracos, para mais, com golfe de grande qualidade». 

Mais tarde, em declarações à equipa de reportagem do programa “Golf Report” da SIC Notícias, João Coutinho chamou a atenção para a curiosidade dos «vencedores da fase de stroke play deste torneio – Susana Ribeiro e Tomás Silva – não terem depois ganho a prova no formato de match play» e ainda apontou «a Joana e o Vítor como duas jovens promessas do golfe nacional que já demonstram uma maturidade golfística muito boa». 

Finalmente, em considerações ao Gabinete de Imprensa da FPG, o também diretor de torneios da FPG, destacou alguns aspetos importantes: «A Joana Silveira é a primeira a ganhar um Major nacional com 14 anos desde que o António Castelo venceu o Campeonato Nacional Amador em 1989 (então, também com 14 anos). E atenção que, nessa altura, o Campeonato Nacional disputava-se no mesmo formato que a Taça da FPG BPI tem agora, com fase qualificativa de stroke play e depois o match play. Queria ainda elogiar o trabalho efetuado nas suas escolas de formação pelos clubes de golfe de Miramar e de Vilamoura, como se viu neste torneio, uma vez mais». 

Final feminina para a história

Qualquer uma das finais teve reviravoltas no marcador e grandes momentos que seriam fastidiosos narrar, mas não há dúvida que a feminina fica para a história pela emoção, pela qualidade de jogo, sobretudo em momentos críticos, e, acima de tudo, pela vontade das duas jogadoras. Isso foi o que se destacou neste confronto – como ambas tiveram tanta garra, tanta determinação, tanto ódio à derrota. 

Joana Silveira, com o caddie Renato Ferreira, dobrou os primeiros 18 buracos com uma vantagem de 3 buracos e parecia ter a final controlada, mas uma grande reação de Rita Félix, que levou como caddie Berenice Nunes Pedro, levou-a a empatar no buraco 22. Daí até ao final foi um festival de match play feminino. 

Razão teve Rita Félix, ex-campeã nacional amadora (2012) em frisar no seu discurso oficial de vice-campeã, por vezes com a voz embargada: «Demonstrámos que se consegue jogar muito bom golfe feminino em Portugal. Eu queria mesmo muito isto».  

Minutos depois, em entrevista para o “Golf Report”, elaborou um pouco mais sobre os seus sentimentos ambivalentes: «Mais uma vez perdi na final, pela terceira vez, mas, sinceramente, não sabe a derrota. Termos jogado 40 buracos já foi uma vitória, poderia ter caído para qualquer uma e foi o melhor match que já joguei». 

Bem mais radiante era o semblante e o tom da vencedora: «É incrível, não estava nada à espera de vencer este torneio. Eu pensava que nem à final chegava. Foi um encontro muito renhido, consistente e nos últimos buracos estávamos ambas muito cansadas, mas, mesmo assim terminámos ambas a Par do campo, o que mostra bem da qualidade de jogo. É, claro, o meu título mais importante, mais do que o 3º lugar no Campeonato Nacional Amador Peugeot, do que a vitória no Campeonato Nacional de sub-14 ou no Campeonato Nacional de Segundas Categorias». 

Esta é uma competição que Joana Silveira não esquecerá, porque não foi só ganhar um Major nacional amador aos 14 anos, após uma final épica.  

Foi também fazê-lo derrotando nas meias-finais e na final as duas inquestionáveis melhores jogadoras portuguesas, que entre si venceram os últimos três Campeonatos Nacionais amadores Peugeot e as duas primeiras do Ranking Nacional BPI!  

Incrível para uma menina que só começou a bater na bola em 2009 por brincadeira, e que só em 2011 se iniciou a sério no golfe. Há três anos teve o seu primeiro handicap e agora é a campeã da Taça FPG. 

Final masculina com reviravolta

A final masculina ficou marcada pela reviravolta operada por Vítor Lopes, quando parecia que João Girão iria ganhar o torneio.  

O jogador do Oporto Golf Club passou os primeiros 18 buracos a vencer por 3 buracos de vantagem e foi então que aconteceu o momento decisivo da final – a paragem para almoço. 

No dia anterior, os jogadores tinham-se informado junto da equipa de arbitragem se seria possível fazer uma paragem para almoço e foi-lhes dito que poderia haver um intervalo até meia hora. Ora essa paragem foi fundamental para o que o que aconteceu depois. 

No regresso ao campo, o jogador do Clube de Golfe de Vilamoura fez birdie-eagle-par-birdie-bogey-birdie-birdie e virou completamente as cartas na mesa, passando de 3 buracos abaixo para 2 acima, não mais largando o comando até ao triunfo final de 5 buracos de vantagem com 4 para se jogar, fechando a final no 32º buraco. 

«Depois de ter feito 3 putts no buraco 18, fiquei a perder por 3. Estava enervado quando fui para a Clubhouse, porque não queria ficar de novo em 2º lugar, como já tinha acontecido quatro vezes em provas da FPG (no Circuito Liberty Seguros). Nessa paragem, comi, refleti, o meu treinador (Joaquim Sequeira) conversou comigo e motivou-me. Se tivesse ido logo para o tee do buraco 1 iria estar irritado. Foi uma boa decisão, a paragem». 

Estas palavras de Vítor Lopes dizem tudo, tal como à sua resposta à questão sobre se teria sido o seu maior feito desportivo: «A nível nacional sim». É que, internacionalmente, o algarvio dá muito valor aos bons resultados que tem tido esta época e ao facto de ter provado que está ao nível «dos melhores da Europa» no escalão de sub-18. 

João Girão, que fora vice-campeão nacional em 2013, foi agora finalista do outro Major nacional amador. Tendo liderado a final por 3 buracos, não poderia sentir-se realizado com a final de hoje: «É uma grande desilusão ter derrotado tão bons jogadores para chegar à final, para depois perder assim. Mas também estou feliz porque nunca tinha chegado tão longe neste torneio. Hoje os putts não quiseram entrar, o cansaço entrou em jogo nos segundos 18 buracos, ele entrou muito bem na segunda volta e está de parabéns». 

De parabéns estão igualmente os treinadores dos finalistas. Os mais históricos e carismáticos Joaquim Sequeira, de Vilamoura, e Eduardo Maganinho, do Oporto Golf Club, mas também o mais novo e cada vez mais influente Nelson Ribeiro, de Miramar.

 

Gab. Imprensa F.P.G.
29 de Setembro de  2014

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Revised: 01-10-2014 .