«Isto é ótimo. É
difícil explicar em palavras o que sinto. Vencer este torneio pela
terceira vez é especial e vai dar-me uma enorme confiança para os
próximos torneios», disse o mais velho dos irmãos Santos, referindo-se
ao Açores PGA Open, que se disputa já na próxima semana, em São Miguel.
Apesar de estar a
viver mais uma boa época a nível nacional, com um título averbado no
Estoril PGA Open e dois torneios ganhos no Algarve Winter Tour, logo no
início do ano, Hugo Santos tem sempre ambições maiores a nível
internacional em três patamares distintos: jogar bem nos torneios
portugueses do European Tour, passar a Escola de Qualificação e vencer
este Campeonato da Europa de profissionais de clubes.
No Madeira Islands
Open BPI esteve em bom nível, pois passou o cut e foi 39º empatado, mas
no Portugal Masters foi eliminado aos 36 buracos. Na Escola de
Qualificação do European Tour voltou a estar em muito bom nível,
passando à Segunda Fase com um 9º lugar empatado em Ribagolfe. Hoje
transformou uma boa época numa excelente temporada com este “tri” no
Europeu da PGA da Europa.
Em 2011 ganhou num
play-off, em 2012 recuperou de um atraso de 2 pancadas na última volta e
hoje também anulou o défice de 1 shot. Para mais, nesta edição de 2014
que o português e o press officer da PGA da Europa consideraram a mais
competitiva de todas. Aliás, basta dizer que ao longo do dia houve 5
líderes diferentes.
Hugo Santos começou
por beneficiar da derrocada do 1º aos 54 buracos, o suíço Eric Roberts,
vice-campeão do ano passado, que se enterrou com um front nine para
esquecer, com 6 pancadas perdidas nos primeiros 7 buracos!
Mas o nº1 da Ordem de
Mérito da PGA de Portugal entre 2011 e 2013 também complicou a sua
tarefa quando voltou a sofrer 1 bogey no buraco 3, o seu pior da semana,
cedendo ali 4 shots nos últimos três dias.
O profissional da
Oceânico Golf ainda fez 1 birdie para compensar no 5, mas perdeu o
comando quando novo bogey veio no 6 e nem o birdie no 7 o ajudou. O
buraco 7 foi o seu ganha-pão da semana, com 1 eagle e 3 birdies.
O holandês, Ralph
Miller, que tinha coliderado o torneio com Hugo Santos aos 18 buracos,
estava a vir de trás e a tornar-se perigoso, com 11 buracos seguidos a
Par, mas o bogey no 12 atrasou-o e os birdies no 16 e 18 já vieram
tarde.
Quanto ao inglês Russ
Berry, estava a contar com o back nine do campo, que costuma dar muitos
birdies, para atacar, mas o vento começou a soprar mais forte e bogeys
no 10 e 17 também o arrumaram, de nada lhe valendo birdies no 11 e no
14.
Hugo Santos, que
tinha feito 9 birdies no back nine nas três primeiras voltas, percebeu
que teria de ser extremamente consistente hoje e apesar de reconhecer a
ansiedade soube dominá-la: «No 17 estava bem nervoso e a minha saída não
foi a melhor mas consegui o Par com alguma sorte. No 18 concentrei-me
apenas na pancada de saída e depois fiz o mesmo para o segundo shot».
O algarvio logrou não
perder nenhuma pancada nos últimos 9 buracos e a confiança de ter feito
dois birdies nas duas primeiras voltas no 14 levou-o a conseguir um
terceiro. Esse foi o birdie que o lançou para o comando isolado da prova
que não mais perdeu, acabando por superar Ralph Miller em 1 pancada.
Nas estatísticas
finais deste Europeu, Hugo Santos foi o 2º com mais birdies (17); foi um
dos 9 únicos jogadores a arrancar 1 eagle; foi o 1º em melhor média de
pancadas por volta (69,5); foi o 1º no back nine, com 34 pancadas de
média; foi o 4º no front nine, com 35,5 pancadas de média por volta; e
foi o 2º nos buracos de Par-5 (-9). Estatísticas realmente muito fortes,
sobretudo esta última, o modo como atacou os buracos de Par-5.
O outro português em
prova, Artur Freitas, treinador no Clube de Golfe da Ilha Terceira, que
se estreou no torneio, caiu todos os dias na classificação: 11º, 23º,
33º e 35º, mas recolheu uma enorme experiência, que lhe será valiosa
quando regressar.
Hoje, o açoriano fez
2 birdies, mas sofreu 2 duplos-bogey e 4 bogeys, para uma volta de 78.
Na memória, deverá guardar aquele primeiro grande dia de 71 (-1) em que
arrancou 5 birdies, justificando a convocação da PGA de Portugal.
O Europeu de
profissionais de clube contou com 46 participantes de 24 países e foi
organizado pela PGA da Europa, da qual a PGA de Portugal é membro ativo
e Manuel Agrellos já foi presidente.
Os principais
resultados aos 72 buracos foram os seguintes:
1º Hugo Santos
(Portugal), 278 (66+72+69+71), -10, €10.000.
2º Ralph Miller (Holanda), 279 (66+70+72+71), -9, €6.800.
3º Russe Berry (Inglaterra), 280 (71+68+69+72), -8, €3.900.