Junior Orange Bowl Golf Championship

VITOR LOPES, DOENTE, AINDA FOI TOP-TEN

 

Vitor Lopes, doente, viu-se incapaz de lutar pelo título do Junior Orange Bowl Golf Championship, mas o 10º lugar alcançado é notável, foi um dos melhores de sempre do golfe nacional neste prestigiado torneio internacional de sub-18. 

O nº1 de 2014 no Ranking Nacional Drive BPI em sub-18, acordou constipado, com uma insistente enxaqueca, talvez contagiado por um vírus estomacal que tem afetado nos dois últimos dias o seu irmão mais velho. Aliás, Christophe Robert ficou «de molho» no quarto do hotel e pelo segundo dia seguido não pode apoiar o “mano caçula” no campo. 

Mesmo assim, na última volta, Vitor Lopes ainda logrou igualar o Par-71 do The Biltmore Golf Course, em Coral Gables, nos arredores de Miami, para concluir o torneio com 284 pancadas, a Par do percurso desenhado por Donald Ross no Estado norte-americano da Florida. 

 

   

O português de 1,94 metros de altura tinha entrado para a última jornada em 7º, com voltas de 72, 74 e 67.  

No primeiro dia fez-se sentir o cansaço acumulado de uma viagem atribulada do Algarve para Miami, que implicou quase 48 horas sem dormir. Na segunda jornada acusou o tempo que levou a adaptar-se aos greens particulares, granulados, de velocidades inconstantes e de ressaltos caprichosos. Só na terceira volta conseguiu mostrar o seu valor e obteve o melhor resultado do dia. 

Dessa forma, foi andando na classificação geral de 22º para 24º e, finalmente, para o 7º lugar empatado com que partiu hoje, a 3 pancadas de um dueto de líderes. 

O título era possível, seria o seu 3º do ano em torneios internacionais de sub-18, mas nas condições de saúde em que se encontrava era impossível. 

«Hoje foi um dia mesmo cansativo. Estava a tentar manter a concentração e, acima de tudo, ter raça», contou ao Gabinete de Imprensa da FPG, depois da cerimónia de entrega de prémios. «Estou completamente exausto e precisar tanto de dormir…», acrescentou. 

Para ter algumas hipóteses, o campeão nacional de clubes por Vilamoura necessitava de um arranque forte e que, ao mesmo tempo, os líderes de alguma forma fraquejassem. Nada disso sucedeu. 

O chileno Joaquín Niemann – de apenas 16 anos, que este ano foi 3º no Mundial de sub-18 do Japão e ganhou torneios internacionais deste escalão etário no Chile e nos Estados Unidos – esteve sempre muito seguro. Sofreu apenas 1 bogey e carimbou 5 birdies. Com 67 pancadas, 4 abaixo do Par, conseguiu o terceiro melhor resultado do dia e ganhou o torneio com 277 (-7), batendo por 2 o norte-americano Carl Yuan. 

Por seu lado, Vitor Lopes começou logo com 1 bogey no 1 (um buraco onde fizera birdie-par-eagle nos dias anteriores), o que não deverá ter ajudado na sua tentativa de manter a concentração, suportando «as dores de cabeça». 

Sofreu outro bogey no 5, o seu segundo pior buraco da prova (bogey-par-duplo-bogey) e pelo meio viera 1 birdie no 4. Dobrou, assim, o front nine em 36 (+1) e tomou logo consciência que o mais importante era agora agarrar-se ao jogo e manter-se no top-ten. 

Neste ponto, é preciso elogiar o espírito de Victor Lopes. O título que ele acreditou sempre que estaria ao seu alcance estava perdido, a saúde não era a melhor, o cansaço acumulava-se e vinha aí o back nine do campo onde perdera 7 pancadas nos dois primeiros dias. 

Mas foi exatamente nessa altura que a tal «raça» veio ao de cima. Começou com birdie no 10, bogey no 13, birdies no 15 e 16, duplo-bogey no 17 e birdie no 18. Um back nine cumprido em 35 (-1), igualando a marca do dia anterior. 

O buraco 17 (Par-4) foi o seu pesadelo da semana: bogey-duplo-par-duplo! Em contrapartida, o 18 (Par-5) foi corrido a birdie-birdie-par-birdie. 

«Hoje tive uns azares e um deles foi no 17. Fui ao bunker do green em 2 pancadas e mal se via a bola. Dei um shot com muita força que acabou por ser considerado injogável. Fiz um drop e a bola quase entrou para boggie, mas foi duplo», lamentou-se.

De qualquer modo, entre 53 dois melhores sub-18 do Mundo, ser 10º, empatado com outros dois jogadores, é uma boa classificação e terminar a Par do campo, quando só 9 jogadores conseguiram batê-lo aos 72 buracos, é um bom resultado. 

«Eu vejo este torneio como um torneio positivo, tendo em conta todo o cansaço», disse, fazendo o balanço. 

Vitor Lopes foi o primeiro jogador que a FPG apoiou, financiando a participação no Junior Orange Bowl Championship, pelo que não há registos fidedignos. 

David Mackintosh, responsável pelo Gabinete de Imprensa do torneio americano, confessou-nos: «Não temos quaisquer registos de jogadores portugueses em anos anteriores». 

Mas houve. Às suas custas, muitos foram jogando nas 50 edições anteriores deste prestigiado torneio. No ano passado, João Magalhães terminou em 44º, com 324 (84+81+80+79), +40.  

Pedro Figueiredo talvez tenha conseguido o melhor resultado luso de sempre, pois lembra-se de ter sido 3º em 2007. «Joguei cinco vezes. É um grande torneio. Fui 39º, 21º, 11º, 3º e 4º», recordou "Figgy", agora profissional no Challenge Tour.

Gab. Imprensa F.P.G.
5 de janeiro 2015

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Revised: 09-01-2015 .