O português de
1,94 metros de altura tinha entrado para a última jornada em 7º, com
voltas de 72, 74 e 67.
No primeiro dia
fez-se sentir o cansaço acumulado de uma viagem atribulada do Algarve
para Miami, que implicou quase 48 horas sem dormir. Na segunda jornada
acusou o tempo que levou a adaptar-se aos greens particulares,
granulados, de velocidades inconstantes e de ressaltos caprichosos. Só
na terceira volta conseguiu mostrar o seu valor e obteve o melhor
resultado do dia.
Dessa forma, foi
andando na classificação geral de 22º para 24º e, finalmente, para o 7º
lugar empatado com que partiu hoje, a 3 pancadas de um dueto de
líderes.
O título era
possível, seria o seu 3º do ano em torneios internacionais de sub-18,
mas nas condições de saúde em que se encontrava era impossível.
«Hoje foi um dia
mesmo cansativo. Estava a tentar manter a concentração e, acima de tudo,
ter raça», contou ao Gabinete de Imprensa da FPG, depois da cerimónia de
entrega de prémios. «Estou completamente exausto e precisar tanto de
dormir…», acrescentou.
Para ter algumas
hipóteses, o campeão nacional de clubes por Vilamoura necessitava de um
arranque forte e que, ao mesmo tempo, os líderes de alguma forma
fraquejassem. Nada disso sucedeu.
O chileno Joaquín
Niemann – de apenas 16 anos, que este ano foi 3º no Mundial de sub-18 do
Japão e ganhou torneios internacionais deste escalão etário no Chile e
nos Estados Unidos – esteve sempre muito seguro. Sofreu apenas 1 bogey e
carimbou 5 birdies. Com 67 pancadas, 4 abaixo do Par, conseguiu o
terceiro melhor resultado do dia e ganhou o torneio com 277 (-7),
batendo por 2 o norte-americano Carl Yuan.
Por seu lado,
Vitor Lopes começou logo com 1 bogey no 1 (um buraco onde fizera
birdie-par-eagle nos dias anteriores), o que não deverá ter ajudado na
sua tentativa de manter a concentração, suportando «as dores de
cabeça».
Sofreu outro
bogey no 5, o seu segundo pior buraco da prova (bogey-par-duplo-bogey) e
pelo meio viera 1 birdie no 4. Dobrou, assim, o front nine em 36 (+1) e
tomou logo consciência que o mais importante era agora agarrar-se ao
jogo e manter-se no top-ten.
Neste ponto, é
preciso elogiar o espírito de Victor Lopes. O título que ele acreditou
sempre que estaria ao seu alcance estava perdido, a saúde não era a
melhor, o cansaço acumulava-se e vinha aí o back nine do campo onde
perdera 7 pancadas nos dois primeiros dias.
Mas foi
exatamente nessa altura que a tal «raça» veio ao de cima. Começou com
birdie no 10, bogey no 13, birdies no 15 e 16, duplo-bogey no 17 e
birdie no 18. Um back nine cumprido em 35 (-1), igualando a marca do dia
anterior.
O buraco 17
(Par-4) foi o seu pesadelo da semana: bogey-duplo-par-duplo! Em
contrapartida, o 18 (Par-5) foi corrido a birdie-birdie-par-birdie.
«Hoje tive uns
azares e um deles foi no 17. Fui ao bunker do green em 2 pancadas e mal
se via a bola. Dei um shot com muita força que acabou por ser
considerado injogável. Fiz um drop e a bola quase entrou para boggie,
mas foi duplo», lamentou-se.
De qualquer modo,
entre 53 dois melhores sub-18 do Mundo, ser 10º, empatado com outros
dois jogadores, é uma boa classificação e terminar a Par do campo,
quando só 9 jogadores conseguiram batê-lo aos 72 buracos, é um bom
resultado.
«Eu vejo este
torneio como um torneio positivo, tendo em conta todo o cansaço», disse,
fazendo o balanço.
Vitor Lopes foi o
primeiro jogador que a FPG apoiou, financiando a participação no Junior
Orange Bowl Championship, pelo que não há registos fidedignos.
David Mackintosh,
responsável pelo Gabinete de Imprensa do torneio americano,
confessou-nos: «Não temos quaisquer registos de jogadores portugueses em
anos anteriores».
Mas houve. Às
suas custas, muitos foram jogando nas 50 edições anteriores deste
prestigiado torneio. No ano passado, João Magalhães terminou em 44º, com
324 (84+81+80+79), +40.
Pedro Figueiredo
talvez tenha conseguido o melhor resultado luso de sempre, pois
lembra-se de ter sido 3º em 2007. «Joguei cinco vezes. É um grande
torneio. Fui 39º, 21º, 11º, 3º e 4º», recordou "Figgy", agora
profissional no Challenge Tour.
Gab. Imprensa F.P.G.
5 de janeiro 2015