Federação Portuguesa de Golfe - Campeonato Nacional de Stroke Play da Argentina

LEONOR BESSA 2ª SUSANA RIBEIRO 6ª BEATRIZ THEMUDO 13ª

 

Leonor Bessa justificou o seu estatuto de melhor portuguesa no ranking mundial amador de golfe, ao lutar pelo título no Campeonato Nacional de Stroke Play da Argentina, que terminou Domingo no Tortugas Country Club, em Buenos Aires.

A bicampeã nacional de sub-16 nunca poderia elevar a Copa Alberto Del Solar Dorrego, porque o estatuto de campeã nacional é reservado a jogadoras argentinas. Daí que também não apareça nas fotografias em que Aldana Foigel surge com a taça de campeã (com um agregado de 9 pancadas acima do Par) e Agustina Gómez Cisterna com o troféu de vice-campeã (+11).

   

 

No entanto, Leonor Bessa concluiu os 54 buracos com as mesmas 227 pancadas (75+75+77) de Gómez Cisterna (76+81+70), a apenas 2 de Aldana Foigel (73+72+80).

E, nas palavras do selecionador nacional da Federação Portuguesa de Golfe, Nuno Campino, «jogou os últimos nove buracos em 2 abaixo do Par, poderia ter forçado a um play-off, houve esperança até ao fim, manifestou grande vontade de vencer e mostrou que sob pressão começa jogar bem, visto que não é fácil jogar na última formação, seja em que torneio for».

A irmã de Tomás Bessa tem vindo a assumir-se como uma figura de proa em eventos a contar para o ranking mundial amador, onde é a 637ª classificada. Foi ela a melhor portuguesa, quer no Açores Ladies Open, em outubro de 2014 (torneio do LETAS, a segunda divisão do golfe profissional europeu), quer no Campeonato Internacional Amador de Portugal, em janeiro deste ano. Agora voltou a ser a nossa melhor representante em Buenos Aires.

Neste último dia de prova, a lutar pelo título, apesar de ter partido com 5 pancadas de atraso em relação à futura campeã, nunca baixou os braços, mesmo «sem ter começado bem», como admitiu o treinador nacional.

Com efeito, Leonor Bessa dobrou os primeiros nove buracos em 43 pancadas, o seu pior front nine da competição (37 no primeiro dia e 39 no segundo), fruto de 2 duplos-bogey e 3 bogeys. Mas soube reagir e teve os seus melhores nove buracos da prova, em 34, com 2 birdies e 7 pares, num back nine em que fizera nos dias anteriores 38 e 36.

A campeã, Aldana Foigel, sentiu a portuguesa a crescer e tremeu. Nos últimos nove buracos, a jogadora argentina sofreu 1 duplo e 3 bogeys e foi com alívio que fechou o torneio com uma derradeira volta em 80 pancadas (+8), face às 77 da portuguesa.

Leonor Bessa foi, entretanto, apanhada no 2º lugar por Agustina Gómez Cisterna, que carimbou a melhor volta do torneio, de 70 (-2), a única das 24 participantes a lograr bater o Par-72 do campo em três voltas disputadas.

Mas o melhor resultado português na última jornada não pertenceu a Leonor Bessa, mas sim a Susana Ribeiro, com 75 pancadas (+3), o que lhe permitiu galgar 4 posições na classificação e terminar isolada no 6º posto, com um total de 235 (+19), após cartões de 78, 82 e 75.

A bicampeã nacional amadora, que tem lutado neste início de época com gripes e viroses, terminou em grande, ao nível dos seus melhores dias, com 3 birdies nos últimos 4 buracos. Ou seja, fez aí tantos birdies quantos somara nos 50 buracos anteriores!

«A Susana não teve um segundo dia nada bom e comprometeu aí todas as suas aspirações de tentar lutar por ganhar esta prova, mas neste último dia mostrou que o seu golfe começa a ganhar forma novamente», avaliou Nuno Campino.

Quanto a Beatriz Themudo, aconteceu-lhe o mesmo que no Montado Hotel & Golf Resort em janeiro, isto é, consente uma quebra de rendimento nas últimas voltas.

Em Buenos Aires, desceu do 9º para o 13º posto, empatada com a argentina Carolina Vallacco, com 241 (+25), piorando sempre os resultados: 78, 80 e 83. Em Palmela começou por ser 10ª e terminou no 39º posto com voltas de 74, 74, 75 e 82.

Se pensarmos que a campeã nacional de sub-18 compete muito menos em torneios internacionais do que as suas compatriotas e que em Portugal joga sobretudo eventos de dois dias (no Circuito Liberty Seguros/FPG e no PGA Portugal Tour), percebe-se que mental e fisicamente o desafio é diferente em 54 buracos como neste Nacional da Argentina ou em 72 buracos como no Internacional de Portugal.

Nuno Campino, que decidiu desta vez chamá-la à seleção nacional, está ciente deste facto e sabe que tem nesta jogadora de longas distâncias um potencial a explorar: «A Beatriz conseguiu qualificar-se dentro das 15 primeiras para jogar neste último dia, o que é sempre importante. Nota-se-lhe um pouco de falta de ritmo em competições internacionais, mas acredito que pode melhorar bastante!»

A filha do treinador João Pedro Themudo foi a única portuguesa inscrita na classificação juvenil deste Nacional argentino e aí o seu resultado de +25 valeu-lhe o 2º lugar, a 5 pancadas da nova campeã juvenil local, Debora Orieta.

Sendo Portugal e Argentina os únicos países representados no torneio feminino, disputou-se entre ambos uma competição por equipas, a Copa Challenge.

Contaram os dois melhores resultados das três jogadoras de cada seleção e a Argentina venceu com 296 (+8), face às 308 (+20) de Portugal.

O Nacional amador da Argentina abriu-se a participação estrangeira e nasceu em 1957, embora a primeira edição feminina se tenha realizado apenas em 1971, no Tortugas Country Club, exatamente o palco onde o torneio regressou em 2015.

Não era este o torneio em que a FPG planeara inscrever a seleção nacional feminina, mas sim no Southern Cross Invitational, que se realiza na próxima semana, com a presença dos portugueses Vítor Lopes, Afonso Girão, João Ramos e Pedro Lencart, que ontem (Domingo) partiram de Lisboa para a Argentina.

«Foi o torneio que a Federação Argentina de Golfe conseguiu arranjar para jogarmos, de forma a colmatar o cancelamento do torneio feminino da próxima semana, em que estariam algumas das melhores equipas do mundo», explicou Nuno Campino.

Nestas circunstâncias, foi importante aproveitar ao máximo a situação inesperada: «Apesar de tudo é importante jogarmos torneios menos cotados no circuito e conseguirmos bons resultados para aprendermos a vencer e a alcançar top-tens, como foi o caso. O balanço final é muito positivo pela atitude das atletas. Foi uma semana excelente para o golfe nacional. Jogou-se em condições nada fáceis, devido ao calor dos primeiros dias, num campo muito técnico e estratégico. E os resultados da Leonor em 2º, da Susana em 6º e da Beatriz em 13º dão a perceber como foi uma excelente semana».

O selecionador nacional concluiu com um agradecimento à AAG: «Sem o apoio da federação da Argentina seria muito difícil deslocarmo-nos aqui, devido aos custos elevadíssimos».

Gab. Imprensa F.P.G.
22 de Março 2015

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Revised: 25-03-2015 .