Foi o segundo ano consecutivo em que um português falhou
o apuramento para a primeira divisão europeia por 1 simples pancada na
Final da Escola de Qualificação, na Catalunha, depois de o mesmo ter
sucedido a Ricardo Melo Gouveia em 2014. O mesmo “fado” tinha batido à
porta de Tiago Cruz em 2007!
Mas, voltando à jornada de hoje, sempre corajoso, como é
seu timbre, o português residente em França – que no início da semana
sentiu-se visivelmente afetado pelos ataques terroristas em Paris –
ainda teve força anímica para somar birdies nos buracos 4, 6 e 7 (para
juntar aos carimbados anteriormente no 12 e no 15), para “morrer afogado
na praia” com um agregado de 422 (-6).
Partiu para a última volta no 56º lugar e terminou no 28º
empatado. Melhor do que ele, hoje, só o sul-africano Justin Walters (67
pancadas), um antigo vice-campeão do Portugal Masters, e o galês Stuart
Manley (66).
Dos dois portugueses que jogaram a Final da Escola,
Filipe Lima foi o único a conseguir bater o Par-72 do desafiante Stadium
Course, dado que, Ricardo Santos, eliminado aos 72 buracos, jogara em 75
e 74. Lima, por seu lado, assinou 74 no primeiro dia, 72 no terceiro e
agora 68 no sexto. Pelo meio ficaram cartões de 70 (Par) e 66 (-4) ao
mais acessível Tour Course.
No início desta Final, havia a hipótese de Portugal ter,
em 2016, pela primeira vez na história do seu golfe, três jogadores a
disputarem o European Tour e hoje foi por muito pouco que não se repetiu
a proeza de 2014, quando Ricardo Santos e Filipe Lima competiram em
simultâneo entre a elite europeia.
Assim sendo, Ricardo Melo Gouveia será o único, dado que,
a Categoria-18 com que ficará Filipe Lima não deverá permitir-lhe entrar
senão em um ou dois torneios na próxima época.
Em contrapartida, como este ano encerrou a temporada no
51º posto da Corrida para Omã, o português de 33 anos irá ter entrada em
todos os torneios da segunda divisão europeia em 2016 e poderá ser um
dos favoritos, uma vez que foi 2º desse ranking do Challenge Tour em
2009 e 2013.
Lima jogou seis anos no European Tour e sabe que poderá
regressar a esse nível. Recorde-se que antes de viajar a Espanha, disse
ao Gabinete de Imprensa da Federação Portuguesa de Golfe:
«Passei um ano difícil. Fui operado às costas no ano
passado e as coisas não me correram muito bem este ano. Para o ano sei
que posso jogar no Challenge Tour. Um dos meus objetivos este ano era
esse. Sabia que era possível conseguir o cartão do European Tour via
Challenge Tour, mas era difícil, depois de sete meses sem jogar. Era
preciso ver como as costas iriam aguentar este ano, não tenho dores e já
consegui uma categoria completa para o Challenge Tour do próximo ano.
Isso era o mais importante».
Quanto a Ricardo Santos, também poderá jogar no Challenge
Tour em 2016, circuito em que foi o 4º do ranking em 2011, mas, antes
disso, ainda irá tentar a sua sorte, em janeiro, na Escola de
Qualificação do Asian Tour.
A Final da Escola de Qualificação do European Tour
terminou com três jogadores empatados no 1º lugar com 410 (-18): o
espanhol Adrian Otaegui, o sul-africano Ulrich van den Berg e o
norte-americano de origem sul-coreana Daniel Im.
Os resultados e classificações dos portugueses na Final
da Escola de Qualificação do European Tour foram os seguintes:
28º (empatado) Filipe Lima (Very Important Portuguese),
422 (74+70+72+66+72+68), -6
92º (empatado) Ricardo Santos (Oceânico Golf), 286 (75+63+74+74), +2
Gab. Imprensa F.P.G.
19 de Novembro 2015