É certo que, desta
feita, não foi uma vitória “wire-to-wire”, dado que Leonor Bessa, a
vice-campeã nacional, foi a líder da primeira volta com 6 abaixo do Par.
Mas, ainda ontem, na segunda volta, JMP quebrou o recorde do campo com
-11, saltou para frente do torneio, e hoje partiu para a última volta
com uma vantagem de 2 pancadas sobre a jogadora do Paredes Golfe Clube.
Terminou com 140 pancadas (49+43+48), 22 abaixo do Par, batendo por 5
Leonor Bessa (48+46+51).
Estes dois jogadores
dominaram por completo o torneio dirigido por Amadeu Ferreira, uma vez
que o 3º classificado, Rui Pedro Mendes, também de Paredes, ficou a 19
pancadas do campeão, enquanto o mais emblemático jogador português de
P&P, o treinador Hugo Espírito Santo (HES), foi 4º, a 20 pancadas do
vencedor.
Aliás, por falar em
HES, diga-se que desde que o atual jogador de Rilhadas venceu este
Campeonato Nacional de P&P entre 2009 e 2011 (também venceu em 2013),
que ninguém conseguia revalidar o título.
Ainda antes do
torneio começar, HES, atual campeão ibérico, tinha declarado: «É um
campo em que o fator determinante para o sucesso é a execução do putt,
derivado ao tamanho enorme dos greens».
Palavras proféticas
dado que foi exatamente nos greens que JMP brilhou: «Quando fiz 11
abaixo… entrava no green e era putt lá para dentro. De manhã, na
primeira volta, quando fiz 5 abaixo, atingi 17 greens, quando fiz 11
abaixo acertei 18 greens, hoje não contei mas foram uns 15 ou 16. Em
todo o torneio só fiz 1 bogey, somei 23 birdies e o resto foi Par. Ontem
à tarde, foi um duelo espetacular com a Leonor e adorei, porque eu
chegava ao green, ela chegava ao green, metíamos os dois os putts e foi
sempre assim, só que eu consegui acabar com 2 birdies nos últimos 2
buracos o que me deu uma boa vantagem, ela fez -8 eu fiz -11 e foi um
abuso, aquela volta que dificilmente acontecerá de novo. Hoje eu só
queria jogar para a bandeira e meter o putt».
Apesar de jovem, JMP
teve uma preparação para o evento digno de um profissional e admite ter
beneficiado de um aparentemente estranho fator casa. Estranho por ele
ser do Oporto, mas apenas aparente por ter sido em Matosinhos que nasceu
para a modalidade: «Na sexta-feira fui lá jogar 45 buracos com o Renato
Ferreira e o Daniel Rodrigues. Começámos a jogar às 15h00 e só acabámos
às 20h30. Isso deu-me vantagem tal como ter sido ali que cresci, onde
aprendi realmente a jogar golfe. Quando tinha 6 anos andei dois anos na
Academia do CityGolf e foi lá que comecei a jogar P&P, treinava com os
profissionais João Beires e Sérgio Couto».
Nas palavras do
jogador do Oporto Golf Club sente-se a alegria que viveu em revalidar o
título e em ter fixado um novo recorde de campo. O seu atual treinador,
no clube de Espinho, considera que essa atitude é uma das chaves do seu
sucesso nestes dois últimos anos.
«Ele é exímio no que
toca ao jogo curto. Dos 70 ou 80 metros para dentro é um belíssimo
jogador e como gosta dessa modalidade, fá-lo com muita paixão, treina
bastante e eu não estava à espera de outra coisa dele que não a vitória.
Agora, o resultado… é excelente, sem dúvida. É mérito dele, porque é um
miúdo muito dedicado e quando as pessoas se dedicam o sabor da vitória é
outro», disse Eduardo Maganinho.
Para o prestigiado
profissional de Espinho, o momento não poderia ter sido melhor: «Como no
ano passado tinha ganho o torneio, mesmo dada a proximidade do
Campeonato Nacional de Jovens, ele teve de tomar uma opção: em vez de
estar a treinar, preferiu – e bem – jogar este Campeonato Nacional de
P&P para revalidar o título. Isto veio numa boa altura para o Campeonato
Nacional de Jovens, ele vai jogar no escalão de sub-16 e há outros
candidatos, mas ele tem grandes chances de ser campeão nacional. Isto
deu-lhe um alento grande. Quando se fazem grandes resultados abaixo do
Par, seja ou não no P&P, é sempre bom».
O próprio JMP garante
que quer aproveitar o bom momento que atravessa. Afinal, dias antes
deste torneio, tinha feito um top-ten no Campeonato Internacional
Juvenil da Finlândia, onde Pedro Lencart se sagrou campeão.
«Ele está numa boa
fase de tem de ter confiança. Nos miúdos, mais até do que nos adultos,
há momentos em que lhes custa perceber que no golfe e na vida nem sempre
as coisas nos correm bem, há que aguardar, dar tempo, ser paciente para
as coisas começarem a sair», explica Eduardo Maganinho.
A exalar confiança
por todos os poros, JMP não dá descanso aos tacos. Mal se tinha sagrado
hoje bicampeão nacional de P&P e já estava de novo no campo, agora no
seu Oporto, para começar a preparação para o que espera que seja a
conquista de um primeiro título nacional de jovens no golfe
convencional, depois de ter sido campeão nacional de jovens na
modalidade de P&P em sub-12 e sub-14.
«Hoje fui fazer mais
de 20 buracos a Espinho com a Leonor e o Renato e depois fui logo
treinar… Faltam apenas dois dias para o Campeonato Nacional de Jovens –
explica – e sinto que cada vez tenho mais vontade de trabalhar e de
mostrar às pessoas que afinal não sou um “falta de jeito” e que tenho um
treinador que me apoia totalmente, a 100%».
Os olhos estão
colocados em novo objetivo, mas deu-lhe muito gozo o sucesso desta
manhã: «É sempre bom ganhar este Campeonato de P&P e ainda mais com um
resultado destes».
«Fico muito contente
e feliz por ele. É um miúdo impecável», afiançou Eduardo Maganinho, um
treinador exigente, mas que também elogia quando é merecido.
Resultados
Os resultados do
top-3 do Campeonato Nacional de P&P foram os seguintes:
1º João Maria Pontes
(Oporto Golf Club), 140 (49+43+48), -22
2º Leonor Bessa (Paredes Golfe Clube), 145 (48+46+51), -17
3º Rui Pedro Mendes (Paredes), 159 (55+54+50), -3
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