Nessa altura, Arnaldo Paredes foi 3º (+1), mas, desta feita desforrou-se
sem apelo nem agravo e «andou sempre na frente», como sublinhou Hugo
Espírito Santo.
O triunfo saldou-se por 105 pancadas, 3 abaixo do Par, depois de voltas
de 52 e 53, sendo aquele 52 o melhor resultado do torneio. Paredes
terminou com 2 de vantagem sobre Espírito Santo (53+54), mas apanhou um
valente susto no penúltimo buraco, que poderia ter virado tudo do
avesso.
«No fim quase tivemos uma hecatombe – explicitou o campeão – quando no
buraco 17 da última volta eu já levava -6 e ele -1 e eu meti a bola na
água. Saí da água para o bunker e quase enterrava ali o jogo. Fiz 6
pancadas. Mas quando meti na água ficámos ambos na risota e ele
disse-me: “bem, se eu fizer um hole-in-one, tu vais para a água outra
vez e eu ainda ganho isto”. Respondi-lhe: “é possível, é possível”. Mas
logo a seguir ele jogou e também meteu a bola na água. Foi um final
engraçado».
Nesta época, o Circuito de P&P da FPG estava a ser dominado por dois
jogadores, com Hugo Espírito Santo a somar títulos no CityGolf,
Rilhadas, Quinta das Lágrimas e Paredes, e João Maria Pontes a revalidar
o cetro de campeão nacional e a vencer também no Oporto Golf Club.
Neste cenário, Arnaldo Paredes partiu para o último torneio no 2º lugar
do ranking devido à sua regularidade, sendo o 2º lugar no Oporto a sua
melhor classificação do ano.
Natural, por isso, que o sucesso em Rilhadas tenha sido vivido de forma
especial pelo jogador da Quinta das Lágrimas, que se tornou apenas no
terceiro campeão de torneios em 2015: «É evidente que foi uma satisfação
ter ganho o torneio. Mais ainda por estar lá o campeoníssimo Hugo
Espírito Santo, o profissional destas coisas, como nós dizemos. Tem tudo
para ser o grande jogador que é, disso não tenho dúvida. Já sei que no
Domingo também ganhou o ranking da Galiza, o que me deixou
contentíssimo. Mas a prova correu-me bem, embora não tenha tempo para
treinar, fui jogando bem, não falhei os putts de meio metro que costumo
falhar e fui esperando o erro (dos outros)».
A referência ao facto de Hugo Espírito Santo andar a competir em vários
circuitos ao mesmo tempo é importante, porque o campeão ibérico é, de
facto, o mais internacional dos jogadores portugueses de P&P e ele
próprio, na sua conta no Facebook, regozijou-se pelos resultados: «Este
fim de semana ficará para sempre na minha memória. (…) Joguei a final do
Ranking da Galiza no campo Barbanza no Boiro e terminei com um agregado
de -11, vencendo a final e o Ranking Absoluto da Galiza 2015, e dando um
passo gigante para o Mundial de equipas para 2016».
No ano passado, a FPG decidiu criar uma Final do Circuito de P&P e o nº1
era o vencedor dessa Final. Na altura, Hugo Espírito Santo manifestou o
seu desagrado por o estatuto de nº1 dever refletir a regularidade de
resultados ao longo do ano e não apenas o sucesso numa última etapa e
foi com naturalidade que se manifestou satisfeito por a FPG ter voltado
aos moldes regulamentares de 2013.
«No ano passado foi a única vez em que houve Final e o campeão dessa
Final era o campeão do Ranking. Este ano voltou a ser como era nos
últimos cinco anos, o que acho mais justo», asseverou no mês passado o
jogador que se sagrou nº1 nacional de P&P pela sexta vez.
Arnaldo Paredes – que ainda recentemente representou o secretário de
Estado do Desporto e Juventude na cerimónia de entrega de prémios do
Portugal Masters – é um homem atento a estas questões regulamentares e
“assina” o regresso ao passado.
«Concordo que o vencedor do ranking seja o vencedor de várias provas e
não apenas o de uma, embora admita que possa haver uma prova final que
distribua mais pontos do que as outras como acontece na FedEx Cup»,
declarou, numa alusão ao The Tour Championship do PGA Tour.
De uma coisa, Arnaldo Paredes está certo, «urge repensar o modelo
competitivo no sentido de tornar o circuito mais atrativo» e assegura
que já teve uma conversa nesse sentido, em Rilhadas, com o
diretor-técnico nacional, João Coutinho, elogiando ao mesmo tempo, «ter
sido importante a FPG ter enviado um representante para a entrega de
prémios».
A palavra final de Arnaldo Paredes foi para o clube que acolheu a
conclusão do Circuito de P&P da FPG: «Somos sempre muito bem recebidos
em Rilhadas. O campo sabe receber quem vai lá jogar, seja em competições
da FPG, seja da AGNP. Dou os parabéns ao Ricardo Gonçalves porque tem
sempre o campo num brinco para estas competições. É uma pena que não
haja mais gente a jogar lá».
Press-Release
FPG
27 de Outubro 2015
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