Contudo, as expectativas não eram tão elevadas e logo no aeroporto de
Lisboa, em declarações ao site especializado “Golftattoo”, o treinador
Joaquim Sequeira avisou: «A equipa não é má, mas, a partir do momento em
que o Gonçalo Pinto e o João Carlota (que entretanto passaram a
profissionais) deixaram de fazer parte dela, ficou mais fraca. Temos um
bom jogador (Vítor Lopes), um jogador que depende dos dias (Nathan
Brader) e outro que está na universidade e não tem assim muito tempo
para treinar (Miguel Ribeiro). Acho que temos muito poucas hipóteses,
mas não quer dizer que a gente não vá trabalhar para isso».
Palavras proféticas do campeão nacional de seniores que conhece muito
bem a sua equipa e, a verdade, é que ao cabo de 18 buracos Vilamoura já
estava a 12 pancadas dos franceses do Racing Club de France la Boulie e
a partir desse momento foi andar a correr atrás do prejuízo. Os
portugueses recuperaram na segunda volta, depois, no terceiro dia,
chegaram a ameaçar ficar no pódio, mas tiveram de contentar-se com o 8º
posto, empatado com o 7º dos dinamarqueses do Furesoe Golf Club.
Vilamoura somou 430 pancadas, 4 acima do Par, depois de voltas de 147,
142 e 141, enquanto o RCF la Boulie agregou 417 (135+144+138), -9. Desta
feita, os vice-campeões foram os italianos do Royal Park I Roveri, com
419 (141+144+134), -7.
Foi a quinta vez que o RCF la Boulie conquistou o European Men's Club
Trophy, repetindo os sucessos de 1995, 1996, 1997 e 2007. A equipa foi
constituída por Frédéric Lacroix, Sébastien Gandon, David Ravetto e o
treinador Christophe Pottier.
O ano de 2015 está a ser memorável dado que foi também esta coletividade
a vencer há três semanas o Campeonato da Europa de Clubes Feminino, no
qual o português Club de Golf de Miramar foi 3º classificado.
Na classificação individual, que não tem tanta relevância, participaram
75 jogadores e ao contrário do ano passado em que Vítor Lopes andou na
luta pelo 1º lugar, desta feita teve de contentar-se com um (mesmo
assim, bom) 9º posto.
O nº1 do Ranking Nacional BPI/FPG totalizou 213 pancadas, a Par,
entregando cartões de 73, 70 e 70, ficando a 13 do 1º, o finlandês Ilari
Saulo (67+68+65).
David Silva, treinador português que trabalha num colégio finlandês com
programa de golfe de alta competição, sabe quem é Ilari Saulo.
«Conheço-o bem, porque fui com ele ao British Boys e estou a ajudá-lo a
encontrar um bom colégio nos Estados Unidos para o ano que vem.
Provavelmente vai para o estado de Tennessee. Faz parte da selecção de
sub-18 da Finlândia», disse o ex-presidente da PGA de Portugal.
O inglês residente no Algarve, Nathan Brader, foi o segundo melhor
jogador de Vilamoura, terminando no 14º lugar (empatado com mais quatro
jogadores) com 217 (74+72+71), +4, enquanto Miguel Ribeiro, o ‘rookie’
da equipa, a participar pela primeira vez na prova, fechou na 52ª
posição, empatado com o galês Robert Smith, com 233 (77+79+77), +20.
Depois de no ano passado o Europeu de Clubes ter sido fustigado por um
nevão em Pravets que levou o torneio a ser reduzido para uma volta, as
condições meteorológicas foram bem mais benignas este ano no Chipre.
Mesmo assim, a primeira volta começou com duas horas de atraso devido a
forte chuva e trovoada e no segundo dia soprou um vento muito forte, mas
em todos os dias foi possível concluir o programa.
O campo eleva-se a 550 metros de altitude e, como recordou ao
“Golftattoo” Joaquim Sequeira, «É meio manhoso, fica num alto, com
muitos declives e mete muitos ferros do tee, pois tem alguns par-4
curtos, mas não podes errar à esquerda ou à direita. Quem tiver um bom
jogo curto e ande pelos sítios certos pode fazer bons resultados».
O Gabinete de Imprensa da FPG solicitou aos três jogadores um balanço
das suas prestações neste Europeu de Clubes. Eis as suas análises:
Vítor Lopes:
«Na minha perspetiva, a nossa participação não foi positiva. A equipa
poderia ter feito melhor. Ficámos em 8°, empatado em 7°.
«Começámos mal o torneio, logo com um agregado de +5 e isso foi o que
nos desmotivou.
«Lutámos e o nosso segundo dia foi melhor, recuperando 2 shots ao líder.
No 3° dia, ao fim de 9 buracos, íamos em -7 para o dia, tenho o Nathan a
-2 e eu a -5. Creio que Vilamoura estava em 3° e eu individualmente em
2°, mas depois deixámo-nos ir abaixo. Eu principalmente, “patei” mesmo
mal.
«Falando sobre o Miguel Ribeiro, via-se que estava nervoso para este
torneio, mas creio que foi uma boa experiência para ele e acho que
divertiu-se bastante. Creio que pode vir a ajudar Vilamoura em muitos
torneios.
«Houve sempre bom ambiente com no grupo e foi um torneio divertido».
Miguel Ribeiro:
«Não estava a sentir-me muito confiante em relação ao swing, um pouco
também devido ao (pouco) tempo que tenho para treinar, mas é um campo
fácil, que apenas tem de ser jogado com atenção pois, por vezes, um shot
falhado para o lado errado pode custar caro.
«Neste caso acho que foi o que se passou. Não digo que fizesse muitas
abaixo mas andar pelo Par do campo, evitando triplos e coisas do
género...
«Mas saio de cabeça levantada, tal como os meus colegas, visto que este
desporto é mesmo assim e temos de aceitar tanto as más voltas como as
boas.
«No geral foi uma boa experiência, pois estão grandes jogadores neste
torneio o que mostra a importância do mesmo.
Foi a segunda vez que o Minthis Hills Golf Club (o campo mais antigo de
Chipre, desenhado por Donald Steel e inaugurado em 1994) organizou este
torneio, repetindo 2012 e já nessa altura tinha sido uma equipa francesa
a vencer, o Golf Club d’Ormesson.
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