É igualmente verdade que o 45º lugar empatado com que
terminou o torneio de 2 milhões de euros em prémios monetários valeu-lhe
“apenas” 10.200 euros de ‘prize-money’ e não só não lhe permitiu
melhorar a sua posição na Corrida para o Dubai, como ainda perdeu 1
lugar nesse ranking europeu para 101º.
É sim simultaneamente indesmentível que a sua 125ª
posição no ranking mundial e o seu 37º posto no ranking olímpico poderão
não ser hoje (segunda-feira) melhorados com esta prestação.
Mas é impossível não ver neste BMW International Open uma
evidente melhoria no profissional do Guardian Bom Sucesso Golf.
Afinal, passou o seu terceiro cut consecutivo em torneios
do European Tour, algo que só tinha conseguido quando somou uma série de
quatro entre novembro do ano passado e janeiro deste ano.
Foi a terceira vez esta temporada em que foi capaz de
virar um resultado desfavorável da primeira volta, mostrando toda a
combatividade que sempre lhe foi reconhecida, somando 68 pancadas na
segunda e 71 na terceira, sendo a segunda semana seguida em que joga
abaixo do Par em duas das quatro voltas de um evento do European Tour.
E, sobretudo, talvez o dado mais importante, com um
agregado de 287 (-1) foi o sétimo torneio da temporada na primeira
divisão europeia em que termina abaixo do Par.
Mas, atenção, entre novembro de 2015 e janeiro de 2016
tinha somado quatro resultados consecutivos abaixo do Par. Depois disso,
viveu uma série negra de nove torneios em que só por uma vez ficou em
“números vermelhos”.
Ora na semana passada fez -4 na Áustria e esta semana -1
na Alemanha, partindo cheio de confiança para o sempre difícil Open de
França que começa já na quinta-feira no Le Golf National, palco da Ryder
Cup de 2018, onde Ricardo Melo Gouveia tem legítimas (embora difíceis)
aspirações a fazer parte da seleção europeia.
O representante do Portugal Team viveu hoje uma jornada
extensa pois a chuva tinha-o forçado a regressar bem cedo ao campo para
concluir os 10 últimos buracos da penúltima volta, antes de atacar os
derradeiros 18 buracos.
Nunca poderemos esquecer que Ricardo Melo Gouveia está a
viver a sua primeira época no European Tour. O grau de exigência é
sempre enorme e em torneios com estrelas como Henrik Stenson, Sergio
Garcia e quejandos ainda mais.
«Hoje acabei de jogar a terceira volta e fiz -1. Na
quarta e última volta não consegui impor o meu jogo e senti algumas
dificuldades ao nível de concentração que me custaram caro», admitiu o
jovem de 24 anos na sua conta profissional no Facebook.
Basta olhar para o seu último cartão para se perceber ao
que se referia: o front nine sem qualquer birdie, cravejado com 2
duplos-bogey e 1 bogey! Tudo parecia perdido, mas depois, num assomo de
orgulho, arrancou 5 birdies de rajada entre os buracos 13 e 17, para
novo duplo-bogey no 18.
Ricardo Melo Gouveia mudou-se de armas e bagagens para
Londres em dezembro último. Na Alemanha, o Brexit apanhou-o quase
desprevenido. Quando regressar a Chelsea nada será igual para um cidadão
da União Europeia a residir no Reino Unido. Ainda mais significado têm
os seus tweets sobre a seleção nacional de futebol ou a mensagem que
deixou no Facebook aos compatriotas:
«Obrigado a todos pelo apoio aí de casa e pelas pessoas
que se deslocaram aqui a Dusseldorf para me apoiar ao vivo. Bem jogado
ao meu amigo Ricardo Santos que participou na Escócia no torneio do
Challenge Tour».
O BMW International Open foi conquistado pela segunda vez
pelo sueco Henrik Stenson, que tinha ganho pela primeira vez há
exatamente dez anos e que com este triunfo por 271 (68+6567+71), -17,
vai ascender ao 5º posto do ranking mundial.
Gab. Imprensa F.P.G.
27 de Junho 2016