Sofia Barroso Sá e Rodrigo da Fonseca nas 3ª Categorias,
e Mafalda Brito e Henrique Carvalho nas 4ª Categorias, são os novos
campeões nacionais, entre jogadores de handicaps que vão desde os 11,5
EGA aos 26,4, sendo que 18,4 foi o limite para se competir nas 3ª
Categorias.
Sofia Barroso Sá, de Vila Nova de St. Estêvão, é uma
antiga campeã nacional de sub-10 (em 2013), agora com 12 anos, que veio
jogar este torneio como uma boa preparação para o Campeonato Nacional de
Jovens que se avizinha.
«Sinto-me bem, ganhei mais um título, sinto-me uma
vencedora. Estive melhor no jogo curto, o jogo longo penalizou-me um
pouquinho», disse, depois de totalizar 161 pancadas, 17 acima do Par,
após voltas de 80 e 81.
No ano passado não houve torneio feminino em 3ª
Categorias, por falta de inscrições, pelo que Sofia rende a campeã de
2014, Leonor Medeiros.
A nova campeã nacional de 3ª Categorias jogou com um
boné de Ricardo Santos, assinado por ele, e contou que foi um presente
de David Moura, o coordenador do Programa de Desenvolvimento
Juvenil-Projeto Drive da FPG: «Não consegui tirar uma fotografia com o
Ricardo Santos (considerado o melhor golfista português de sempre), não
cheguei a tempo ao centro comercial Forum Almada, e o David prometeu-me
que iria falar com ele e pedir-lhe que autografasse um chapéu».
Sofia jogou com a sua irmã gémea Maria Barroso Sá a 3ª
classificada (86+94) e também ela uma antiga campeã nacional de sub-10
(2014), e ainda com Inês Pinto Nunes (89+88), uma estudante
universitária de Direito, que se sagrou bicampeã sob as cores da
JuveGolfe. A futura jurista adorou rivalizar com as gémeas de Belmonte:
«Elas são um exemplo, jogam super bem, até senti-me mal por não jogar
tão bem como elas e tive de esforçar-me mais para conseguir.
Rodrigo da Fonseca, do Clube EDP, compete com
regularidade, inclusive está a preparar a segunda digressão seguida ao
World-Am, o mais importante torneio mundial amador para jogadores de
handicap, e no ano passado vimo-lo no campo n.º1 da Aroeira a disputar o
Pro-Am da PGA de Portugal, um dia depois de Ricardo Melo Gouveia se ter
imposto no torneio principal.
Com 164 pancadas, 20 acima do Par, entregou cartões de
83 e 81 e bateu por 3 dois jogadores: o jovem vice-campeão da Quinta do
Peru (82+85) e José Gaspar (79+88), do Multiplica Estrelas Clube de
Golfe, que terminou em 3º por apresentar uma pior segunda volta.
«Sinto-me bem, mas estou surpreendido, porque joguei bem
no primeiro dia e ainda melhor no segundo, embora tenha sido preciso
aguentar-me nos últimos buracos. Conheço muito bem o campo mas nunca
tinha feito aqui menos de +14 ou +15. Vim jogar este torneio por acaso.
Foi um amigo (João Ivo de Carvalho) que me perguntou se vinha jogar isto
e decidi vir sem expectativas, sem qualquer objetivo para além de vir
dar “uma sova” ao campo (risos), aquele objetivo de qualquer golfista de
jogar contra o campo e contra si próprio. O meu objetivo é ser handicap
de um dígito e claro que uma vitória destas motiva», frisou Rodrigo da
Fonseca, que sucedeu na lista de campeões da prova a Eduardo Jorge
Redondo.
Uma das grandes novidades do calendário competitivo da
FPG de 2016 foi o surgimento de um Campeonato Nacional de 4ª Categorias.
Entre 2013 e 2015 as 2ª e 3ª Categorias competiam em simultâneo, embora
com classificações diferentes, mas este ano as 2ª juntaram-se ao
Campeonato Nacional Absoluto Peugeot, numa iniciativa que resultou num
inequívoco sucesso. A criação das 4ª Categorias (ausentes desde 1998) e
a sua junção às 3ª acabou por ser uma solução interessante, que poderá
ainda melhorar no futuro.
Mafalda Brito é a nova campeã nacional, depois de juntar
voltas de 87 e 90, que lhe deram um agregado de 177 (+33), batendo à
vontade a 2ª classificada, Rosário Cunha Brandão (96+94), ficando em 3º
Maria João Alves (99+100).
A jogadora do Clube de Golfe do Jamor tem apenas 13 anos
e denotou um bom foco mental para a competição: «Estava muito calor, foi
difícil, mas consegui o meu objetivo. Foi a primeira vez que joguei
neste campo, no primeiro dia estava um pouco nervosa mas joguei bem e no
segundo dia já estava mais cansada. O chip é o meu ponto forte mas aqui
estive melhor nos approaches longos. Para mim é muito bom representar o
Jamor, porque há uma boa convivência, então para nós, miúdos… ainda na
semana passada estive lá em estágio para preparar o Campeonato Nacional
de Jovens. Os professores são bons, têm uma boa equipa (técnica) e é um
bom campo para treinar».
De Vila Franca de Xira veio o novo campeão nacional de
4ª Categorias, Henrique Carvalho, equipado com a marca Portugal Masters,
não porque seja um amuleto, mas porque orgulha-se justamente de ser um
habitual voluntário no mais importante torneio de golfe português:
«costumo inscrever-se todos os anos como voluntário, eles têm a bondade
de oferecer estes pólos e então eu uso-os para jogar e fi-lo ontem e
hoje».
«Não estava de todo à espera (de ganhar), sobretudo
porque o resultado de hoje foi muito pior do que o de ontem. A grande
diferença entre ontem e hoje foi a regularidade. Hoje estava muito mais
calor, eu já estava cansado, não estou habituado a jogar dois dias
seguidos. A 102 pancadas são mais ou menos o que costumo fazer, as 89
nada disso. Não pude fazer uma preparação especial para este torneio,
mas costumo jogar uma vez durante a semana e ao fim de semana vou ao
Jamor jogar ou treinar», sublinhou o jogador do Xira Golfe, que
totalizou 191 pancadas, 47 acima do Par, depois de voltas de 89 e 102.
Henrique Carvalho superou por 3 Eduardo Bianchi
(101+93), um jovem do Paço do Lumiar que costuma competir com sucesso na
Zona Centro do Circuito Drive. Em 3º ficou João São Marcos (101+96), do
ACP Golfe.
O novo campeão nacional de 4ª Categorias julgava que
estava a jogar a primeira edição da prova mas soube na Aroeira que no
passado já houve outros vencedores. Contudo, o diretor-técnico nacional,
João Coutinho, explicou que há, na realidade, uma grande novidade este
ano:
«As 4ª Categorias foram organizadas pela primeira vez
neste formato. A última vez que se organizou um campeonato de 4ª
Categorias foi em 1998 em Praia d’El Rey (inserido numa primeira fase de
stroke play de um torneio de match play). As 4ª Categorias são o grosso
do golfe nacional».
João Coutinho foi igualmente o diretor de torneio e
considerou que poderia ter havido mais participação, mas a experiência
foi positiva:
«Contrariamente ao que eram as expectativas da FPG, o
número de inscritos não foi tão elevado. Foi bom, os campeonatos foram
renhidos até ao fim, sobretudo no que diz respeito aos vice-campeões,
mas poderia ter sido mais participativo. Temos de tirar as nossas
ilações e ver o que iremos fazer. Poderá ter a ver com a época do ano,
com muitos torneios sociais, com exames escolares. Em geral, acho que o
torneio correu bem e há aspetos a melhorar».
O presidente da FPG, Manuel Agrellos, prometeu, no seu
discurso na cerimónia de entrega de prémios, que «a FPG irá repensar
este torneio para que haja melhor resposta dos jogadores, procurando uma
maior participação».
Mais tarde, em declarações ao programa “Golf Report” da
SIC Notícias, Manuel Agrellos admitiu a hipótese da prova passar a
disputar-se «em stableford e não por pancadas», por a maioria dos
jogadores destas duas categorias estarem mais habituados a competirem
por pontos. Contudo, teve o cuidado de acrescentar que será uma
alteração levada a cabo pela nova Direção da FPG, dado que o seu último
mandato conclui-se em 2016.
O presidente da FPG elogiou o grupo Orizonte Lisbon Golf
por acolher tão bem o torneio e salientou o facto de ter havido «muitos
jovens, incluindo campeões», destacando «o bom trabalho que vem sendo
feito no desenvolvimento juvenil».
A primeira experiência de juntar num mesmo torneio os
Campeonatos Nacionais de 3ª e 4ª Categorias foi do agrado da maioria dos
participantes.
«Foi bem organizado, simples, sem complicações, foi bom
termos árbitros que podíamos chamar quando tínhamos dúvidas de regras,
porque não somos profissionais», disse Rodrigo da Fonseca, campeão
nacional de 3ª Categorias.
«Achei que era uma oportunidade de jogar um Campeonato
Nacional da FPG e gostei bastante», afirmou Henrique Carvalho, campeão
nacional de 4ª Categorias.
«É uma boa iniciativa, é uma maneira de jogar-se mais os
Campeonatos Nacionais, porque nem toda a gente tem handicap para jogar
(outras provas)», declarou Inês Pinto Nunes, vice-campeã nacional de 3ª
Categorias.