«Éramos obrigados a ganhar os dois
‘matches’ seguintes para podermos passar aos quartos de final», recorda
Hugo Espírito Santo (HES), o mais titulado internacionalmente dos
jogadores de P&P em Portugal.
Os golfistas portugueses deram a melhor
resposta possível quando se viram “encostados às cordas”, derrotando
sucessivamente a equipa da casa, a Escócia, por 2/1, e a Holanda, por
3/2.
Foi durante o embate com a Escócia que HES
rejubilou com um hole-in-one no buraco 7 que teve direito a certificado
da St. Andrews Links, «a entidade que gere os sete campos de golfe das
redondezas, entre os quais este Balgove Course», como explicou António
Vasconcelos, o árbitro internacional que pertence à Comissão
Organizadora da IPPA, como delegado da Federação Portuguesa de Golfe (FPG).
«Foi o único hole-in-one da competição e o
buraco 7 tem 50 metros», disse HES.
Terminada a fase de grupos, Portugal ficou
no 2º lugar, com 4 pontos, os mesmos da Holanda que venceu o Grupo-A.
Nos quartos de final, Portugal precisou de
uma ponta final de sonho para superar a surpreendente formação de San
Marino (1 up), num confronto só decidido no último buraco.
«Vínhamos a perder por 2 quando faltavam
apenas três buracos e conseguimos ganhá-los todos. Eu concretizei um
putt de 4 metros no 17 para irmos empatados para o 18. Nesse putt,
lembrei-me de tudo de bom, olhei para o horizonte, vi St. Andrews e isso
deu-me uma autoconfiança, motivação e garra tremendas!», emocionou-se
João Maria Pontes (JMP), ao recordar essa grande vitória.
Nas meias-finais, a dupla portuguesa – o
torneio joga-se em pares, no formato de greensomes – desfez-se da
oposição da França por 3/1. «Foi o ‘match’ mais fácil», garantiu HES.
Na final Portugal deparou de novo com a
Holanda como na fase de grupos, mas desta feita foram os rivais a levar
a melhor e a entrarem para a história como os primeiros campeões desta
IPPA World Cup.
Balanços positivos
«Sabíamos que os holandeses eram muito
fortes. Falhámos alguns putts importantes e foram justos vencedores»,
resignou-se HES, apesar de tudo satisfeito com o balanço final: «Estamos
orgulhosos. Demos o nosso melhor, com garra e determinação. Estamos
super felizes. Ser vice-campeão do mundo é um sonho».
JMP também fez uma análise extremamente
positiva: «Eu e o Hugo sempre nos demos bem em campo. A minha prestação
foi bastante boa. Estive bem em quase todos os momentos. Claro que
falhei um putt ou outro, mas o golfe é mesmo assim. Fiz uma boa
preparação antes de vir para cá, desde a convocatória, e as coisas
saíram bem. Nem poderiam ter saído de outra maneira, pois fiz um
trabalho consciente com qualidade e ambição».
Portugueses no top-5 do torneio
individual
Terminado o Mundial, a IPPA organizou um
torneio individual de 18 buracos, duas voltas de 9, em stroke play, e os
portugueses voltaram a brilhar.
HES, campeão ibérico de P&P, foi 5º
classificado, com 4 pancadas abaixo do Par, enquanto JMP foi 4º (-5),
entre 18 jogadores, e o jovem campeão nacional de sub-16 ainda foi
declarado vencedor na categoria juvenil.
Conhecer um campo mítico e privar
com ator de Hollywood
O campo onde se jogou o torneio é uma
academia de nove buracos de Par-3, adaptado a P&P, e situa-se mesmo ao
lado do Old Course de St. Andrews, o campo mais famoso do Mundo, chamado
de “A Casa do Golfe”, onde diz-se ter nascido ali a modalidade. O Old
Course tem sido palco de memoráveis edições do British Open, o torneio
mais antigo do Mundo.
Os dois portugueses foram, obviamente,
várias vezes ao mítico percurso, tiraram várias fotografias e até deram
de caras com o ator norte-americano Josh Duhamel (da saga “Transformers”,
da série “LasVegas”, etc.), com quem fizeram ‘selfies’.
«Ele é muito simpático», confirmou JMP,
que andou nestes últimos dias nas nuvens: «Parecia que estava a sonhar,
não estava em mim, é muita emoção ao mesmo tempo, muita coisa boa
passa-nos pela cabeça.
«E depois de ver na internet vídeos de
Seve Ballesteros, Jack Niclaus e Nick Faldo a terem vitórias
deslumbrantes no Open, parece que os imaginas ali com o público. Tudo é
simplesmente um sonho tornado realidade.
«Estar aqui, a jogar o Campeonato do
Mundo, apenas com 16 anos, faz-me acreditar muito que daqui a uns anos
possa estar de novo noutro nível de eventos. O ambiente que encontras é
muito bom, todos são amigos de todos, ninguém fica maldisposto ou triste
por uma volta mesmo má.
«Vi-me simplesmente como um jogador
privilegiado por estar em St. Andrews a representar Portugal no
Campeonato do Mundo. Olhar em redor e ver o 18 ou o 17 é simplesmente
uma grande emoção, de alegria e prazer. Incrível! Aqui respira-se golfe
e eu não saía daqui tão cedo, porque só de estar sentado a olhar para o
campo e de pensar que é possível jogar lá um Open».
O famoso tempo agreste da Escócia não
assustou os portugueses e JMP referiu que «faz muito frio, com muito
vento, nunca tinha jogado P&P em links assim, mas com uma boa ativação
antes de jogar para aquecer o corpo, o frio passa».
Foi, portanto, uma jornada gloriosa da
seleção nacional, mostrando que o diretor-técnico nacional, João
Coutinho, teve razão em convocar estes dois jogadores. Para a história
fica que na primeira IPPA World Cup, Portugal foi vice-campeão.
Pitch & Putt consolida-se
internacionalmente
Note-se que, anteriormente, houve outros
campeonatos mundiais de P&P, mas com a sua gestão a contar com a
participação de outra entidade concorrente da IPPA.
É, contudo, a IPPA que é reconhecida pela
esmagadora maioria das federações nacionais de golfe, incluindo a FPG.
É também a IPPA quem tem privilegiados
contactos internacionais com o R&A, a entidade que gere as regras do
golfe em todo Mundo (à exceção de Estados Unidos e México), ao ponto de
ter sido convidada para organizar de novo a IPPA World Cup em St.
Andrews em 2020.
Finalmente, é igualmente a IPPA que
encetou negociações com o Comité Olímpico Internacional para que o P&P
possa vir a integrar o programa oficial dos Jogos Olímpicos da
Juventude.
Press-Release
FPG
27 de Setembro 2016
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