Depois de em 2015 ter conquistado o Campeonato Internacional Juvenil da
Finlândia e de ter ajudado Portugal a sagrar-se campeão da Europa de
sub-18 (segunda divisão), o jogador do Club de Golf de Miramar impôs-se
este ano no The Junior Open Championship, na Escócia, um dos ‘Majors’
mundiais de sub-16. Pode ser apenas o 272º classificado no ranking
mundial amador, mas em sub-16 e sub-18 já dá cartas no panorama
internacional.
«Sinto que quando jogo ao meu melhor nível consigo colocar-me entre a
elite dos jogadores de sub-18», admitiu Pedro Lencart ao Gabinete de
Imprensa da FPG.
«Apesar de hoje (última volta), faço um balanço positivo, porque tive
três dias muito fortes do tee ao green, mas (reconheço) que em algumas
situações tive dificuldades em finalizar», acrescentou.
Pedro Lencart disputou pela primeira vez o Junior Orange Bowl
International Golf Championship, frente a alguns adversários que
competiram no traçado de Donald Ross pela segunda ou terceira vez, mas
não acusou a importância do evento e lutou todos os dias por um top-10,
chegando mesmo a entrar no top-5
O português de 16 anos começou no 8º lugar no final da primeira volta,
empatado com o campeão do ano passado, o norueguês Kristoffer Reitan,
para depois ascender ao 5º posto, graças a dois cartões consecutivos de
70 (-1). No terceiro dia exibiu-se ao mais alto nível, com o quinto
melhor resultado dessa volta, em 68 (-3), para entrar na última volta no
6º lugar, mas a quarta volta foi-lhe fatal, somando mais 10 pancadas do
que na véspera (78, +7), para concluir a prova no 12º posto, empatado
com o norte-americano Davis Chatfield, com 286 (+2).
A última volta de 78 pancadas é compreensível. Partiu com 5 pancadas de
desvantagem do líder, estava em causa um eventual recorde nacional e
superar o seu ídolo de infância, Pedro Figueiredo, que foi 3º
classificado em 2007, e as coisas não lhe correram de feição. Com bogeys
nos buracos 2, 5 e 8, começou a deslizar para fora do top-10. Houve 1
birdie no 11, mas o duplo-bogey no 12 roubou-lhe tempo de recuperação e
acabou por afundar-se mais com bogeys nos buracos 13, 16 e 17.
«Foi sem dúvida um mau dia de golfe. Comecei mal, ainda tentei recuperar
com 1 birdie no 11, mas voltei a dar maus shots e a perder a confiança.
O dia esteve mais difícil, com mais vento, numa direção que, na minha
opinião, dificulta mais o campo. Mas já analisei os meus erros e vou
continuar a trabalhar para diminuir estes dias maus e melhorá-los»,
admitiu sem problemas.
Em toda a sua curta carreira Pedro Lencart tem sido assim, analítico e a
dar passos em frente. Terá, provavelmente, novas oportunidades de jogar
no Orange Bowl, agora que percebeu que pode perfeitamente lutar pelos
lugares cimeiros.
A 53ª edição foi ganha pelo australiano Karl Vilips, que liderou ou
coliderou o torneio desde o início. Trata-se de um jovem prodígio de 15
anos, residente na Florida, que mostrou uma capacidade pouco usual de
reagir bem à pressão e de responder sempre bem quando acossado pelos
rivais. No penúltimo dia chegou a perder o comando mas recuperou-o com 4
birdies nos últimos 5 buracos e ontem estava empatado no topo com 10
abaixo do Par com outros dois jogadores e arrancou um eagle para vencer
com 272 (65+67+71+69), -12, pela margem mínima de 1 pancada sobre o
francês Edgar Catherine e 2 sobre o vencedor do ano passado, Kristoffer
Reitan.
O torneio feminino foi conquistado pela sul-coreana Somi Lee, com 277
(68+69+69+71), -7, batendo por 1 a vice-campeã de 2015, a francesa
Agathe Laisne.