Da equipa campeã europeia de 2016 na Islândia passou-se
para o calor tórrido do Montado em 2017 e só uma jogadora se manteve na
formação que revalidou o título, sendo também a 6ª vez que Inglaterra se
apodera da medalha de ouro da competição.
Na final, as inglesas bateram o forte conjunto de Itália
por 5,5-1,5, mas trata-se de um resultado enganador, uma vez que os dois
últimos encontros foram abandonados (empatados), depois do ponto da
vitória ser sido alcançado por Gemma Clews diante de Angelica Moresco
por 1 up. É sempre espetacular ver uma final terminar no bonito e
emocionante cenário do buraco 18 do Montado, um Par-3 com o green numa
ilha.
Inglaterra entrou forte, vencendo os dois duelos de pares
(foursomes) matinais: Gema Clews e Sophie Lamb superiorizaram-se a
Bianca Maria Fabrizio e a Tasa Torbica por 4/2; e Alice Hewson e India
Clyburn levaram a melhor sobre Clara Manzalini e Carlotta Riccolfi por
2/1.
Nos singulares (singles) da tarde as inglesas estavam a
vencer dois “matches” aos nove buracos, mas as italianas ripostaram nos
segundos nove e a dada altura deu ideia de as transalpinas poderem dar a
volta ao resultado, mas as inglesas souberam manter o sangue frio nos
momentos finais. Lianna Bailey impôs-se por 3/2 a Clara Manzalini; Alice
Hewson e Carlotta Riccofli empataram; e quando Gemma Clews venceu estava
assegurada a vitória, numa altura em que India Clyburn e Tasa Torbica
estavam empatadas para o 18º buraco e Roberta Liti estava a dominar
Sophie Lamb por 2 up a meio do 17.
Steve Robinson, o treinador da seleção inglesa, admitiu
ao Gabinete de Imprensa da FPG que foi um título bem sofrido e bem
saboreado com um mergulho de toda a equipa na piscina do Montado Hotel &
Golf Resort.
«Ontem, na Finlândia, a Itália defrontou as nossas
raparigas no Europeu de sub-18. Também lá nós ganhámos os dois foursomes
e depois a Itália venceu os cinco singles. Sabíamos hoje que a Itália
iria atirar-nos para cima com tudo o que tinha e foi isso que fizeram.
São um povo orgulhoso e não iriam aceitar bem o 2-0 da manhã. À tarde, a
dada altura parecia que poderiam sair-se por cima em 70% dos “matches”
mas no final as nossas jogadoras foram-se aguentando até darem-nos o
último ponto».
Para Steve Robinson, os dois títulos europeus, em 2016 e
2017, foram bem distintos:
«Quando ganhámos no ano passado, foi a nossa primeira
vitória em 23 anos. Tínhamos estado perto muitas vezes e fomos 4ª
classificadas em quatro ocasiões. No ano passado tínhamos jogadoras que
tinham essa vivência dessas derrotas dolorosas. Duas delas passaram a
profissionais no ano passado e foi bom para elas deixarem o estatuto
amador com a medalha de ouro do Europeu. Pelo contrário, esta é uma
equipa nova e só veio a Portugal um jogadora da equipa do ano passado.
Para elas, terem esta experiência de uma medalha de ouro do Europeu é
fantástico e foi um momento bem emotivo», disse
No confronto do 3º e 4º lugar a Suécia, que tinha sido a
melhor na primeira fase do torneio, em stroke play (por pancadas),
arrebatou a medalha de bronze, ao vergar a Espanha por 4,5-2,5.
A classificação final do Europeu feminino foi a seguinte:
1ª Inglaterra, 2ª Itália, 3ª Suécia, 4ª Espanha, 5ª Dinamarca, 6ª
Alemanha, 7ª Holanda, 8ª Bélgica, 9ª Irlanda, 10ª França, 11ª Escócia,
12ª República Checa, 13ª Noruega, 14ª Áustria, 15ª Eslováquia, 16ª
Suíça, 17ª Finlândia, 18ª Islândia e 19ª Portugal.
O presidente da Federação Portuguesa de Golfe não estava,
naturalmente, satisfeito com o resultado de Portugal, mas, em
declarações à GMK, deixou uma palavra de esperança às jogadoras Joana
Mota, Beatriz Themudo, Leonor Bessa, Sara Gouveia, Leonor Medeiros e
Sofia Barroso de Sá:
«Uma das preocupações quando nos candidatámos há dois
anos à organização desta prova, foi termos direito a uma equipa. O nosso
objetivo era ir preparando uma equipa ao longo destes dois anos, mas a
rotação entre as atletas é muito grande, por várias razões, incluindo os
estudos. Algumas abandonaram mais ou menos a modalidade e acabámos por
trazer uma equipa muito jovem, com os handicaps médios mais altos das 19
equipas presentes. Ainda assim, houve alguns bons sinais, algumas
atletas apresentaram bom potencial. O que iremos fazer de certeza
absoluta é um trabalho muito forte com as seleções femininas para que
possam vir a ter classificações muito melhores do que esta prestação,
que ficou aquém das nossas capacidades».
Vale a pena recordar que, de acordo com os registos
históricos da EGA, Portugal não participava no Europeu desde 1995 e foi
apenas a terceira vez que o país organizou este torneio em 34 edições.
Luís Costa Macedo, o capitão de Portugal, também salientou ter sido «a
equipa mais jovem da prova, com uma média de idades de 17 anos, duas
jogadoras de sub-14, uma de sub-18 e uma que vai ainda fazer 19 anos
este ano. Em todas as outras equipas não havia uma única jogadora de
sub-18».
Se o resultado desportivo não foi o melhor para Portugal,
o prestígio da capacidade organizativa da FPG e do Montado Hotel & Golf
Resort foi uma vez mais confirmado, como contou o alemão Rolf Nagel,
membro da Comissão Executiva da EGA e parte da Comissão Organizativa do
torneio:
«Foi tudo muito bem organizado. O campo estava em
excelentes condições e a equipa de manutenção foi inexcedível, cortando
os greens duas vezes por dia. O serviço do hotel, do restaurante, dos
transportes para o aeroporto funcionou a cem por cento. A equipa de
arbitragem é de grande qualidade, o quadro de resultados e todo o
sistema de scoring estava bem instalado. E depois, houve detalhes
preciosos como, nos dias de grande calor, o sistema de rega foi acionado
durante a competição para que o ambiente arrefecesse e as jogadoras
pudessem refrescar-se e houve sempre águas e gelo em arcas frigoríficas
espalhadas pelo campo para combater a desidratação».
João Coutinho, o diretor de torneio e diretor-técnico
nacional da FPG, em declarações à GMK, admitiu que «houve dias muito
desafiantes, com 39 graus centígrados, exigindo grande esforço das
atletas, mas o balanço técnico é positivo, o campo foi preparado ao
longo dos últimos meses especificamente para esta competição, houve bom
golfe e bons resultados num campo que não estava fácil».
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selecção muito jovem
Press-Release
Gabinete de Imprensa da FPG 16 de Julho 2017
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