Revista de Imprensa

 

Então Boas Tacadas XI - Entonces, buenos golpes

Por, Fernando Nunes Pedro

 

Fernando Nunes PedroRecolhi no site Golfspain um conjunto de informações sobre o golfe espanhol, deveras surpreendente. 

O aumento do número de jogadores absoluto, i.e., o saldo entre os que começaram a jogar e os que deixaram de o fazer foi, em 2004, de 16 .463 jogadores licenciados pela Real Federação Espanhola de Golfe. 

O número de jogadores com licença da RFEG é neste momento de 258.081 jogadores. 

Em 1966, Espanha tinha 3.044 jogadores e portanto aumentou cerca de 87 vezes o número de jogadores nestes últimos 38 anos. 

Em apenas 7 anos o número de jogadores duplicou de 125 mil para os 250 mil até Março de 2004. 

Estes aumentos verificaram-se com alguma homogeneidade por todas as Comunidades Autonómicas.  

Reportemo-nos apenas a Madrid. A grande Madrid tem 18 campos de golfe de 18 buracos, 1 de 27 e 8 campos de 9 buracos. Tem ainda 4 campos rústicos.  

Curiosamente estes são quase os mesmos números da grande Lisboa: 18 campos de 18 buracos e 6 de 9 buracos. 

A Federação Territorial de Madrid tinha 69.628 jogadores em Dezembro de 2004 o que significava sensivelmente 2.901 jogadores por cada campo. 

Da simples análise destes números resulta que em Espanha existe uma situação nítida de excesso de procura do jogo para uma insuficiente oferta de campos de golfe. Uma situação em que as empresas proprietárias de campos de golfe estão numa posição invejável do ponto de vista económico e naturalmente com provável desafogo financeiro. 

Em Lisboa, a situação é inversa. Há um excesso de oferta de campos de golfe em relação à procura. Aqui os jogadores formam o preço. E os campos continuam vazios. 

Estamos perante uma crise. Palavra que, em língua chinesa, é representada por dois símbolos gráficos que significam  perigo e oportunidade. Que a situação a curto prazo é grave e perigosa, é verdade. Mas é também  uma situação propícia a um crescimento acentuado, a médio e longo prazo.  É uma oportunidade que os agentes do mercado devem aproveitar com celeridade.

Temos que nos deixar de elitismos. Não são as elites que vão jogar golfe. É ao contrário. Quem joga golfe é que passa a ser de “uma” elite.  O mesmo se passa com qualquer outra actividade desportiva.  

O único problema que temos é a falta de um projecto de cultura desportiva na sociedade portuguesa. Na escola o desporto é insuficiente e deficientemente promovido. Falta-nos uns Jogos Olímpicos para termos um objectivo de “n” medalhas. Por este caminho os nosso jovens vão ser os campeões do mundo da “play station”, vão ser corcundas toda a vida e nunca terão força nem destreza para levantar sequer um taco de golfe. 

Por isso desta vez me despeço, oxalá que premonitoriamente 

Entonces, buenos golpes.

Fernando Nunes Pedro
fnp-golfe@netcabo.pt

17 Janeiro 2005

 


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