Revista de Imprensa
Então Boas Tacadas XXV - O Golfe, o nevoeiro, e os avatares |
Por, Fernando Nunes Pedro |
O golfe, o nevoeiro...e os avatares. Há séculos que os portugueses esperam que o nevoeiro se dissipe. Não se entende, até porque nem sempre está nevoeiro. Mas hoje, quando escrevo estas notas, não se pode jogar. È uma das poucas situações em que não há golfe para ninguém: quando há tempestades eléctricas, como se compreende, ou quando há nevoeiro porque não se vê para onde vai a bola nem o objectivo do jogo: METER A BOLA NO BURACO. Andamos todos à espera de um Sebastião, quando devíamos procurar mais no padroeiro do golfe, o St. Andrews. É simples, em vez de sonharmos com o hipotético, devíamos ser pragmáticos como os anglo-saxões. Isto é, pôr a bola nos 18 buracos, no menor número de pancadas. É isso que fazem os ingleses, escoceses, irlandeses, escoceses, galeses, americanos, sul-africanos, australianos, neo-zelandeses. Com o apoio do seu santo. Há ainda os espanhóis, que têm uma série de grandes jogadores, a começar pelo Ballesteros. Mas este tem também uma costela britânica como o nome indica: “ballester” é um artilheiro. E como é de Santander e fica perto de Sandwich, - o do Cinque Portes -, estava-lhe no sangue. E no dos seus familiares -os Sota -, que também foram campeões. Aliás os espanhóis são também assim, muito práticos. O que é preciso é meter a bola no buraco. Esperamos há décadas que apareça um campeão. Todos dizem, quase que sem excepção, que quando aparecer um campeão, o golfe indígena se transformará de imediato. “Falta-nos um campeão”. Aqui começa o problema. Por um lado, os jovens que vão aparecendo, são logo endeusados. Colocados nas primeiras páginas dos jornais e das revistas da especialidade.. Depois os seus procuradores – e todos têm tantos – tentam os patrocínios a fim de lhes “facilitar” a vida. Os “sponsors” – é mais sonante (?) – logo se apressam, mas de imediato arrefecem o entusiasmo dos procuradores. É que o dinheiro não abunda. Faz-me lembrar a história verdadeira do basco Olazabal que, aos 19 anos, jogou o qualifying de La Manga – seis voltas de 18 buracos – e ganhou o cartão de profissional vencendo a competição a puxar um trolley, sem treinador e sem patrocinador. Por cá aos 15 anos já são todos vedetas. Por outro lado, os responsáveis federativos lançaram-se, há mais de vinte anos, numa cruzada com o singelo e económico propósito de aproveitar a emigração portuguesa para países onde se joga muito golfe e descobrir aí os talentos que nos fazem falta. Filhos de portugueses. Com o mesmo triste fado das cruzadas. Mal chegam são colocados no Olimpo, prometem muito. Arranjam os primeiros patrocínios e logo mergulham nesta doce e simpática maneira de viver que é o de ter “o máximo com o mínimo esforço possível”. Do nevoeiro vieram. Surgiram algumas promessas mas nenhum avatar. Como dizia o Trevino: “quanto mais treino mais sorte tenho” Em Portugal e no golfe - como em quase todas as áreas -, avatares não há avonde.
Então, boas
tacadas 12 de Fevereiro 2007 |
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