Revista de Imprensa

 

Então Boas Tacadas XXX - Myrthle Beach e o Algarve

Por, Fernando Nunes Pedro

 

Fernando Nunes Pedro

Toda a gente fala em benchmarking. Dedicamos esta crónica à comparação entre o golfe numa zona dos Estados Unidos, Myrtle Beach, na Carolina do Sul e o Algarve, nas áreas do golfe, turismo residencial e turismo.

O Grand Strand de Myrtle Beach estende-se por cerca de 100 quilómetros de praia junto à costa este dos EUA e é um dos seus principais destinos turísticos, com cerca de 13 milhões de turistas anuais, na sua grande maioria americanos. Os canadianos representam cerca de 1 milhão de visitantes e os turistas estrangeiros representam apenas 4% do total de turistas.

Myrtle Beach tem neste momento 105 campos de golfe e é considerado como a “capital do golfe mundial à beira mar”. Tem mais de 4 milhões de green-fees anuais com uma média de cerca de 38 mil voltas por campo.

O golfe começou nesta área do Grand Strand na década de 60 e foi crescendo com alguma regularidade até à actualidade com alguma estagnação nos dois últimos anos o que prenuncia um mercado maduro. 

Myrtle Beach foi considerada pela Sports Illustrated como uma “Sports Town” – cidade do desporto – nomeação para a qual contribuíram decisivamente os espectaculares campos de golfe desenhados pelos mais famosos arquitectos mundiais, que são palco de pelo menos sete grandes torneios anuais. 

O seu Centro de Convenções alberga até 10 mil pessoas e pode responder a 80% das feiras americanas dos mais diversos sectores, tendo uma sala com capacidade para servir 1500 refeições sentadas. 

A distância das cidades mais importantes na geração de turistas anda à volta de 1.000 quilómetros como por exemplo cerca de 30% de nova-iorquinos e estados adjacentes, dos quais 77% chegam de automóvel. 

A temperatura é bastante elevada no Verão – cerca de 40º C – e chove regularmente durante o ano. As tempestades eléctricas e furacões assolam a sua costa e foi uma delas, no fim dos anos setenta, que deu origem ao aparecimento de muitos campos de golfe aproveitando a destruição da sua floresta.  

Myrtle Beach investe anualmente cerca de 12 milhões de dólares em promoção. 

O Algarve é um rectângulo com 150 kms x 60 kms, o que perfaz sensivelmente 900 mil hectares ou seja 10% da área do país ou ainda cerca de três vezes mais que a superfície de Myrtle Beach. 

O Algarve também começou a construir o seu destino de golfe nos anos sessenta com a construção do Penina, Vale do Lobo e Vilamoura e tem hoje em funcionamento 34 campos de golfe representando cerca 1,125 milhões de green-fees. 

Visitam o Algarve para jogar golfe cerca de 300 mil pessoas oriundas em cerca de 63% da Grã-Bretanha, 11% de escandinavos e 10% de alemães. A média de voltas por campo é de cerca 33 mil voltas, embora haja zonas em que essa média é superior a 45 mil voltas, nomeadamente no Algarve Central. 

O Algarve está a cerca de duas horas de distância de avião das principais capitais europeias e as suas temperaturas são ligeiramente inferiores às de Myrtle Beach embora isso seja uma vantagem. Diz-se que no Algarve nunca está calor ou frio demais para se jogar golfe. Quanto mais para se viver. 

O Algarve tem pouco golfe, infelizmente, ou para ser mais preciso, dentro de outra óptica, se não fosse o golfe, o Algarve teria que fechar cerca de 150 restaurantes e muitos dos seus hotéis. O golfe representa para o Algarve uma mina de ouro que atrai a atenção mundial e abre caminho para a maior riqueza do nosso país: o melhor clima da Europa para se viver. 

Precisamos de construir mais golfes para termos um turismo mais qualificado, que ocupa menos espaço, que traz mais riqueza, mais consome e mais deixa e menos polui. 

Mas quanto tempo será necessário mais para se convencerem os nossos governantes de que isto é verdade? Quando será que se acaba de vez com a burocracia que leva a todos os males? Que destrói riqueza e não produz emprego? E que, sobretudo, esgota a paciência dos investidores e muitas vezes o dirigem para outros destinos onde vão dar belas tacadas, mesmo que em cada dez anos corram o risco de um furacão. 

Precisa-se no Algarve de um Centro de Congressos. No dia em for construído não se vai perceber porque razão demora tanto tempo a aparecer. O turismo corporate, o MI, está sedento de um espaço geográfico do tipo do Algarve que, para além do mais, é um dos lugares mais seguros do mundo, embora esta matéria não deva ser publicitada. Tem que vir através “word-of-mouth”.

Então, boas tacadas

Fernando Nunes Pedro
fnp-golfe@netcabo.pt

3 de Dezembro de 2007

 


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