Revista de Imprensa

 

Então Boas Tacadas XXXV - O Golfe e o Universo

Por, Fernando Nunes Pedro

 

Nas minhas deambulações pela Internet, gravei nos “favoritos” um dos sites de que sou completamente dependente. Aconselho-o a todos os meus leitores: www.universetoday.com

Todos os dias há novas imagens tiradas pelas máquinas fotográficas mais modernas e potentes, alojadas nos milhares de satélites do nosso e a outros planetas. É tão interessante que estou imediatamente a sentir que, pela energia que envolve cada um de nós,  neste este exacto momento, perdi mais de metade dos meus leitores. Já estão na galáxia CK321; ou a ler um artigo sobre “Astronomia, Ciência e Deus” decorrente das últimas notícias do telescópio Hubble; ou a pesquisar as mais de 100 ofertas de “trabalhos no espaço” que pode encontrar no site; ou um convite para assistir ao Carnaval do Espaço voltando à Música das Esferas; ler artigos sobre matéria negra, buracos negros e tenebrosos que engolem tudo; o tão famoso e einsteiniano big-bang; as últimas imagens da Cassini em Saturno com uma ponta de emoção quando ela se pode perder no espaço sideral: “será que a Cassini consegue voltar a Saturno?”; ou ainda o trabalho da Phoenix em Marte a recolher material para desvendar a eventual existência de água ou de vida. 

Tudo isto se passa num espaço curvo, quântico, singularmente grande, de 10 elevado a uma potência qualquer que até tenho receio de mencionar. É tão grande que, como diz o meu sábio primo Zeca: “ está tudo feito para não haver encontros!!!” – Simples. Por isso não sei se vale a pena tanto esforço, tanto dinheiro ( nosso, de todos nós ).  

Mas o que é que isto tem a ver com golfe? 

Há dias mencionei numa palestra, que o golfe foi o único desporto que foi jogado até agora fora do planeta Terra: Alan Shepard , o astronauta, levou uma caixinha com um ferro “seis” desdobrado, uma bola de golfe – não posso dizer a marca por causa da publicidade ( depende do que pagarem, claro), montou o taco já na superfície da Lua, fez um swing de ensaio e mandou a bola a 275 jardas ( não era eu, senão era de certeza um “shank” ou uma “Miquelina” como se diz no Oporto).  

Estivemos uma semana em Nova Yorque com os nosso netos e é evidente que fomos ao Planetário do Museu de História Natural. Absolutamente imperdível. Nem sequer dá para dormir. Com locução do Robert Redford – sim esse do África Minha  - vimos, entre outras coisas,  há 65 milhões de anos, o choque de um meteorito com a Terra, com uma explosão fantástica, que originou uma chuva de pedras – do meteorito e da Terra – rodando e juntando-se continuamente à sua volta por força da gravidade, até que a venceu e, em apenas cinco semanas,  se formou uma bola gigantesca a que nós hoje chamamos de Lua e à qual devemos as marés, muitos poemas e, em última análise, a Vida. 

Foi nesse espaço magnífico que me lembrei de referir, na tal palestra que referi atrás, numa tentativa de demonstrar como estão enganadas todas as pessoas que dizem que o golfe é um malefício para o ambiente coisas como estas: os relvados produzem oxigénio e favorecem as trocas com dióxido de carbono; remove poluentes do ar; arrefece a atmosfera; absorve o som; previne a erosão; é um filtro natural dos contaminantes sintéticos provenientes das escorrências das chuvas e da irrigação; permite a recarga dos aquíferos; “dá” espaços verdes aos ambientes urbanos; favorece o aparecimento de santuários de vida selvagem com especial relevo para os pássaros; é uma forma atraente de “cobrir” aterros sanitários e antigas minas; favorece a prática de outras modalidades de lazer ou desportivas tais como o jogging, o passeio, o “birdwatching”, o ski em países frios e até a pesca; cria emprego para especialistas ou para trabalhos não qualificados; são lugares onde se podem organizar os mais diversos eventos incluindo os do golfe; dá uma imagem subliminar de qualidade aos destinos turísticos e aos países; é em Portugal uma forma de o Estado arrecadar impostos que são redistribuídos pela comunidade. E consome muito menos água que a maior parte das actividades agrícolas de regadio.  

Dito isto, aproveito para sublinhar, uma vez mais, que todos os campos de golfe juntos, os 78 campos de Portugal, ocupam uma área de menos de 2,5 mil hectares ( dois mil e quinhentos hectares). 

O que é isso quando comparado com os 17 mil hectares de vinha que tem que ser abatida por causa da PAC na CE? Ou com os 300 mil hectares de floresta destroçada com os nemátodos? 

Tudo isto,  dito assim, fica muito extenso e eventualmente pouco legível. Por isso pensei dar uma “imagem” diferente e mais acutilante do “golfe e o ambiente” na tal palestra:

  • o universo é como que um enorme jogo de golfe, com muitas bolas e muitos buracos. Imaginem que a minha bola está um pouco suja de terra – poluída – e portanto que ela vai voar menos e com menor direcção. Seria como que eu, pretendesse limpar a bola durante o seu voo para facilitar a sua chegada ao meu objectivo. 

É assim. É muito difícil reverter as coisas e o seu caminho implacável. Somos 6,5 biliões de pessoas e dentro em breve 9 biliões. Há cinquenta anos a Humanidade mal chegava aos 2 biliões.  

Como é que os ambientalistas querem que eu limpe a minha bola durante o seu voo?   

Seria chocante a comparação e por isso não a mencionei na tal palestra. 

Fica a argumentação nesta crónica, com outro sabor, mais agradável de ler durante as férias, para as quais desejo a todos : 

Então, boas tacadas

 

Fernando Nunes Pedro
fnp-golfe@netcabo.pt

28 de Julho de 2008

 


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Revised: 03-12-2008 .