Fernando Fragoso

O primeiro site português de golfe, o www.portugalgolf.pt, começa o novo ano com duas novidades: a abertura do seu clube virtual e a venda de viagens a jogadores estrangeiros e nacionais. Para desenvolver e promover os novos serviços, a Malis e a Web-lab, empresas proprietárias do portal, dispõem, este ano, de um orçamento de cerca de 30 mil contos prevendo custos na ordem dos 18 mil contos. Um grande “bolo” para um projecto que, á data do seu lançamento, em 1997, exigiu a Fernando Fragoso, o “pai” da ideia, um investimento que não chegou aos mil contos.

«Jogo golfe há 20 anos, trabalhava no ramo da informática e fui ridicularizado várias vezes, por algumas figuras deste País, por querer criar um site de golfe na Internet», recorda Fernando Fragoso, hoje visivelmente satisfeito pelo êxito do seu negócio, recentemente adquirido pelo Grupo Web-Lab, detentor de 60% da Malis, a empresa que fundou o portugalgolf.pt.

Na reorganização feita, o criador do site detém uma percentagem de 30% e António Carmona Santos, um outro sócio “convocado” recentemente pela Malis para este “jogo” de golfe na Net, possui uma fatia mais pequena do capital, 10%.

O portugalgolf.pt nasceu de um conjunto de circunstâncias que rodearam a vida profissional de Fernando Fragoso, um ex-funcionário da Bull-Portuguesa que dedicou parte da sua vida ao golfe como presidente do Lisbon Sports Club, no Clube de Golfe dos Economistas, dirigente da Associação Portuguesa de Seniores de Golfe, entre outros.

O terreno de jogo é agora outro, mas muito atractivo mesmo para praticantes com história na modalidade.

O portugalgolf.pt é, essencialmente, um «negócio divertido», diz António Carmona Santos, figura bem conhecida do meio golfista tendo desempenhado, até ao momento, vários cargos na modalidade e no negócio do golfe: director técnico da F.P.G., administrador da Sociedade do Golfe da Quinta do Lago, proprietário da Ibero Golf (Grupo João Lagos), ex-campeão nacional e representante em Portugal da PGA, Golf Management.

Além das propostas existentes no site, desde a informação sobre a modalidade até ao comercio electrónico, Fernando Fragoso quer tirar o maior partido possível daquilo que diz ser inédito em Portugal, o clube virtual: «O clube virtual no nosso País é novidade. E há de ser um clube federado no futuro quando a regulamentação o permitir. Vamos também dedicarmo-nos á organização de viagens (nacionais e internacionais, para portugueses e estrangeiros), á formação, destinada a individuais e a empresas, ás escolas, clínicas e torneios de golfe. Estamos a negociar acordos com campos, hotéis e organizadores de torneios, clínicas e escolas».

O portugalgolf.pt é muito visitado por estrangeiros, segmento que representa, segundo Fernando Fragoso, «40% das visitas»: «Antes de virem, os jogadores estrangeiros gostam de ver, até ao pormenor, para onde é que vão. Estamos a falar, essencialmente, do mercado britânico, alemão e nórdico. Acreditamos que estas visitas aumentarão com o clube virtual que terá campos situados no Norte, Centro e Sul do País, com consultórios de regras de golfe feito por colaboradores».

Os novos serviços exigirão uma equipa de 15 pessoas contra as três que desenvolviam o site no seu primeiro ano de existência, em 1997, e as sete que asseguram o negócio até ao momento. «Por enquanto, o portugalgolf.pt tem vivido do patrocínio e da venda de material usado, mas no futuro viverá essencialmente da publicidade, que já começa a ver-se, e do comercio electrónico, duas fontes de receita em que se está a apostar fortemente. Mas teremos de arranjar mais marcas de equipamento – neste momento, tenho cinco marcas que vendo a preços muito mais baixos do que nas lojas – e vendo tours, sobretudo a estrangeiros», observa Fernando Fragoso.

Luís Lima Raposo, administrador da Web Lab, acredita nas potencialidades do portugalgolf: «A Web Lab quer desenvolver internacionalmente o site. O clube de golfe será uma das formas de lá chegar». Com imaginação e vontade de inovar, o portugalgolf pode ir mais longe, a avaliar pelas ideias de Carmona Santos. «O ideal era conseguirmos ter um campo de golfe, real, para os nossos sócios, porque não? E um curso de golfe a gestores de empresas ministrado por uma figura internacional!...».

Consciente das hipóteses de bom crescimento do negócio, Fernando Fragoso está cada vez mais convicto de que a especialização de Portugal passa pela modalidade que abraçou nos últimos 20 anos da sua vida: « Este País é turismo desportivo e nós temos de o aproveitar das diferentes formas. O nosso futuro passa pelo golfe e pela Internet».