Federação Portuguesa de Golfe

Tomás Melo Gouveia termina em 10.º - americano Oshrine campeão

Tomás Melo Gouveia alcançou hoje (Domingo) o oitavo top-10 português na história do Open de Portugal, num dia em que Matt Oshrine tornou-se no segundo norte-americano a vencer o torneio e no primeiro desde que a prova passou a integrar o Challenge Tour, a segunda divisão do golfe profissional europeu.

 

O jogador que ontem (Sábado) tinha celebrado o seu 29.º aniversário, triunfou na 62.ª edição do mais importante torneio da Federação Portuguesa de Golfe, dotado de prémios monetários no valor de 270 mil euros, com o resultado final de 273 pancadas, 11 abaixo do Par, após voltas de 70, 65, 69 e 69.

Foi o seu primeiro título internacional e bateu pela margem mínima, ou seja, por 1 pancada, o italiano Stefano Mazzoli, que assinou cartões de 72, 64, 67 e 71. O norte-americano embolsou 43.200 euros, enquanto o transalpino ficou com 29.700.

Oshrine somou 320 pontos para a Corrida para Maiorca, o ranking do Challenge Tour, e saltou 128 lugares para 37.º, virando a sua carreira do avesso. De uma assentada, passou a ser membro do Challenge Tour (ele, que só tinha jogado em Óbidos graças a um convite da organização), ficou isento da primeira fase da Escola de Qualificação do DP World Tour (a primeira divisão europeia) e está praticamente apurado para a Rolex Challenge Tour Grand Final supported by the R&A, o evento final reservado ao top-45.

Num dia em que se terminou a terceira volta e jogou-se toda a quarta e última ronda, Tomás Melo Gouveia brilhou e assegurou praticamente que irá estar entre o top-70 que irá participar nos dois torneios de outubro, na China, de onde sairão os 45 primeiros com acesso à Final do Challenge Tour em Espanha.

O português de 30 anos terminou no 10.º lugar (entre 155 jogadores que disputaram a primeira volta), empatado com outros quatro atletas, com 277 pancadas, 7 abaixo do Par. Recebeu 5.184 euros e 38,4 pontos, que permitiram-lhe melhorar para o 65.º posto no ranking do Challenge Tour.

Durante grande parte do dia sonhou-se com uma eventual primeira vitória portuguesa no Open de Portugal e o mais novo dos irmãos Melo Gouveia chegou a andar no 2.º lugar, com 5 birdies nos primeiros 13 buracos.

Um mau ‘shot’ no buraco 14 e o azar de ter ido parar à água no 15 resultaram em 3 pancadas perdidas em dois buracos e no afastamento da luta por um primeiro título no Challenge Tour.

Mesmo assim, para quem nunca tinha passado o cut no Open de Portugal, com sete tentativas falhadas anteriormente, ver-se na luta pelo título a nove buracos do fim da prova, é um progresso notável, levando Pedro Figueiredo, a estrela portuguesa do DP World Tour, a manifestar-se «impressionado pela consistência do ‘Tomazinho’, que provou ter condições para ser um dos melhores jogadores do Challenge Tour».

O 10.º lugar de Tomás Melo Gouveia foi o seu 5.º top-10 de carreira no Challenge Tour e, em 62 edições de Open de Portugal, foi apenas a oitava vez em que um português fechou a prova dentro dessa elite, juntando-se a Filipe Lima (duas vezes), o seu irmão Ricardo Melo Gouveia, Tiago Cruz, Tomás Bessa, Vítor Lopes e Pedro Figueiredo.

“Figgy” que este ano teve de contentar-se com o 33.º lugar empatado, com 281 pancadas, 3 abaixo do Par, após voltas de 73, 69, 69 e 70, mostrando que no Challenge Tour já não basta fazer três voltas abaixo do Par para se conseguir uma grande classificação.

Os outros dois portugueses que passaram o cut ficaram mais no fundo da tabela, Ricardo Santos em 61.º (+3) e Hugo Camelo em 73.º (+12). Santos ainda esteve inspirado com 5 abaixo do par nos primeiros nove buracos de hoje, enquanto Camelo saiu com a satisfação de ter passado o cut nas duas participações na prova.

O 62.º Open de Portugal at Royal Óbidos fechou com a cerimónia de entrega de prémios realizada junto ao green do buraco 18, com as presenças de Filipe Daniel, presidente da Câmara Municipal de Óbidos; Konstantin Ranchiskyi, administrador do Royal Óbidos Spa & Golf Resort; Miguel Franco de Sousa, presidente da Federação Portuguesa de Golfe; Rui Morris, presidente da PGA de Portugal; e Ben Grautage, diretor de torneios do Challenge Tour.

Konstantin Ranchiskyi e Miguel Franco de Sousa, em declarações aos media nacionais, manifestaram o seu desagrado pelo desinvestimento público na prova e salientaram a necessidade de Portugal manter pelo menos um grande evento internacional nos circuitos mais importantes do golfe mundial.

Declarações

Matt Oshrine: «É a maior vitória da minha carreira, este ano tinha tido algumas oportunidades, mas depois não tinha ainda jogado bem nos fins de semana, pelo que, só mesmo pelo facto de estar na luta nos últimos nove buracos do torneio já estava a deixar-me satisfeito, e é uma sensação incrível conseguir finalmente fechar uma prova a contento. Adoro este país, aprecio a vossa comida, esta semana não pude beber tanto vinho como gostaria, porque estava a jogar, mas pode ser que venha agora aí a celebração. Cada vez que batia um mau shot e via as vistas do oceano, pensava que estava neste país lindo a ganhar a vida a jogar golfe. E esta semana bati alguns shots de jogo curto mesmo bons que acho que teriam deixado o Seve (Ballesteros, o arquiteto do campo) orgulhoso. É uma honra ganhar em qualquer lado, mas há imensa história na Europa e ganhar um Open nacional é mesmo uma honra. Espero que (no futuro) sintam-se orgulhosos de mim e que deixe o Seve orgulhoso por onde for jogando pelo Mundo fora».

Tomás Melo Gouveia: «Foi a minha primeira vez, ali, entre os líderes nos segundos nove buracos do último dia. Estou muito orgulhoso, não correu como queria, mas é uma semana muito positiva, numa parte da época em que estou com alguma pressão para obter resultados. Faz-me acreditar que posso genuinamente estar mais vezes lá em cima e ganhar um torneio destes. (no momento em que se viu no 2.º lugar) Um bocadinho de nervosismo, um bocadinho de adrenalina, mas sabia que estava a jogar bem, que tinha de ser paciente e que tinha de estar calmo. Foi o que tentei. Realmente vacilei um bocadinho no buraco 14 (sofreu 1 bogey) e no 15 não achei que tenha dado um mau shot, mas correu mal (bola na água e duplo-bogey), mas são sensações boas, que temos de aprender a sentir e a lidar com elas e isto foi um grande passo em frente».

Pedro Figueiredo: «Hoje esperava uma grande volta para acabar o torneio da melhor maneira, a verdade é que joguei bem, foi o dia em que joguei melhor, mas tive um buraco muito mau, fiz um triplo-bogey no 12 e também não meti os putts, mas não deixo de terminar com uma volta abaixo do Par. Esta foi a minha quinta semana seguida, agora vou descansar esta semana que vem e preparar o regresso ao DP World Tour no torneio de Madrid, e depois será uma incógnita porque do que fizer em Madrid dependerá se tenho ainda torneios pela frente ou se concentro-me na Escola de Qualificação».

Ricardo Santos: «Hoje foi a minha melhor volta no Open, é um bocadinho agridoce, porque ia com 5 abaixo do Par nos primeiros nove buracos, depois o vento levantou-se um bocadinho mais forte e as coisas não saíram da melhor forma (3 bogeys nos últimos nove buracos), mas, de qualquer forma, saio com boas sensações».

Hugo Camelo: «Senti que ainda não tinha recuperado muito bem da volta de ontem, tanto fisicamente, como emocionalmente, mas dei o meu melhor e não podia fazer mais do que isso. Fiquei satisfeito com os meus dois primeiros dias e depois é tentar perceber o que correu menos bem para tentar melhorar».

Os principais resultados após a quarta e última jornada e as classificações de todos os jogadores portugueses foram os(as) seguintes:
1.º Matt Oshrine (EUA), 273 (70+65+69+69), -11, €43.200
2.º Stefano Mazzoli (Itália), 274 (72+64+67+71), -10, €29.700 3.º Tapio Pulkkanen (Finlândia), 275 (68+70+68+69), -9, €16.200
3.º Deon Germishuys (África do Sul), 275 (71+71+68+65), -9, €16.200
3.º Niklas Lemke (Suécia), 275 (66+73+70+66), -9, €16.200
10. ºTomás Melo Gouveia, 277 (67+71+70+69), -7, €5.184
10.º Benjamin Hebert (França), 277 (67+65+73+72), -7, €5.184
10.º Pierre Pineau (França), 277 (68+67+71+71), -7, €5.184
10.º Frank Kennedy (Inglaterra), 277 (72+70+71+64), -7, €5.184
10.º Philip Katich (Bélgica), 277 (72+70+69+66); -7, €5.184

Outros Portugueses
33.º (empatado) Pedro Figueiredo 281 (73+69+69+70), -3, €1.998
61.º (empatado) Ricardo Santos, 287 (71+70+77+69), +3, €796,50
73.º Hugo Camelo Ferreira, 296 (70+69+79+78), +12, €513

Press-Release
Gabinete Imprensa FPG
16 setembro 2024

 

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Revised: 16-09-2024 .