Federação Portuguesa de Golfe - CAMPEONATO NACIONAL FORD / INDIVIDUAL ABSOLUTO

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O JOGADOR DE VILAMOURA APODEROU-SE DO ÚNICO TÍTULO QUE FALTAVA AO SEU RICO PALMARES, ENQUANTO A GOLFISTA DO ESTORIL COMETEU A PROEZA DE SAGRAR-SE BICAMPEÃ COM APENAS 17 ANOS

Nuno Campino e Hugo Santos Carla Cruz e Hugo Santos venceram hoje (segunda-feira) o Campeonato Nacional Ford/Individual Absoluto de 2003, que a Federação Portuguesa de Golfe organizou durante cinco dias no Estela Golf, nos arredores da Póvoa de Varzim, mas o trajecto de ambos para o título foi bem distinto, nas finais disputadas à melhor de 36 buracos. 

A final feminina não teve história, dada a vitória folgada da golfista do Estoril por 12/10 sobre Carla Lopes, de Vilamoura. Em contrapartida, a final masculina foi imprópria para cardíacos, com o título a ser decidido no 36º e último buraco, num dia de fortíssima nortada. 

Curiosamente, em ambas as finais verificaram-se desforras, uma vez que Hugo Santos tinha perdido com Nuno Campino nos 1/16 de final do Campeonato Internacional Amador de Portugal de 2001, enquanto Carla Cruz fora desfeiteada por Carla Lopes nos quartos-de-final do Campeonato Nacional Individual Absoluto de 2001. 

Carla Cruz e Carla Lopes A grande diferença é que Carla Cruz conseguiu o feito de, aos 17 anos, sagrar-se bicampeã nacional absoluta, mostrando que não fora por acaso que em 2000 somara o primeiro título, então com a prematura idade de 14 anos. Já Hugo Santos, teve de esperar pelas suas 23 Primaveras para saborear o único grande título que faltava ao seu brilhante palmares amador. «É um título importante e já corria atrás dele há muito tempo», disse Hugo Santos. «O primeiro foi mais saboroso porque perdia por 5 no final dos primeiros 18 e só ganhei no 35º. Desta vez foi mais fácil», afirmou Carla Cruz.  

Os jogadores do Estoril e de Vilamoura aproveitaram ainda estes triunfos na Estela para consolidarem as suas posições de nº1 nas tabelas feminina e masculina da Ordem de Mérito Nacional de 2003. Agora, será muito difícil serem destronados até ao final da época. 

A final masculina foi extremamente equilibrada, embora estivessem em disputa dois tipos de jogo diferentes, com Hugo Santos a bater sistematicamente mais longe, mas também de forma mais irregular, ao ponto de ter visitado grande parte dos ‘bunkers’ da Estela – um contraste com o golfe mais rigoroso de Nuno Campino, que fez muito mais ‘fairways’ do que o seu adversário.  

Hugo Santos partiu melhor, dobrando os primeiros 18 buracos com uma vantagem de 3Up, mas quando o seu opositor da Aroeira chegou ao ‘tee’ do 34º com 2Up, tudo levava a crer que viesse a consagrar-se campeão nacional pela segunda vez, depois do êxito de 1999. Sobretudo, depois do “monstruoso” ‘chip-in’ que lhe deu o buraco 15, no qual Hugo Santos meteu a bola nos arbustos, após ceder o 14 com duas bolas na areia. Nessa altura, Campino tremeu pela primeira vez. No 16, fez três ‘putts’; No 17, a sua bola de saída foi parar ao ‘fairway’ do lado e no 18 enfiou o ‘drive’ nas árvores. Ainda por cima, a bola provisória saiu dos limites do campo e só à terceira logrou acertar no ‘fairway’. A partir desse momento, o título estava entregue, mesmo se a vitória só foi concretizada junto ao ‘green’ com um abraço repleto de desportivismo e de simbolismo. 

«Penso que joguei melhor que o Hugo, mas ele acabou por ganhar, não podem ganhar os dois. Tinha a taça na mão e consegui perde-la, mas a culpa foi só minha», Lamentou-se Nuno Campino. Hugo Santos também admitiu que «se tivesse ganho o Nuno teria sido justo», mas considera-se, igualmente, «um justo vencedor»: «Eu joguei melhor de manhã e ele à tarde. Qualquer um poderia ter ganho. Quando ele recuperou de 3 ‘down’ senti que ele estava mais confiante, enquanto eu perdia a minha confiança. Mas aguentei-me e mesmo depois de ter cedido o 15 acreditei sempre e o apoio do Pedro Lemos (o ‘caddie’) e dos meus colegas de Vilamoura foi muito importante porque deu-me força. Quando ele falhou o ‘putt’ no 16 vi uma chance de recuperar. Depois do ‘drive’ no 18 só tive de jogar para a frente sem arriscar o ‘green’. Aquele ‘drive’ dele pode acontecer a qualquer um, mas preferia que não tivesse acontecido e que as coisas tivessem corrido normalmente até ao fim. Assim, a vitória teria outro sabor».  

Quanto à final feminina, ficou praticamente decidida no início, quando Carla Cruz venceu os buracos 1, 2, 6, 7 e 8. «Joguei muito bem, mas fiquei surpreendida com o resultado», admitiu a bicampeã nacional, que recebeu, depois da final, a boa nova de ter sido seleccionada pela FPG para o Ladies Open de Portugal da Costa Azul. «Foi o resultado mais desnivelado da minha carreira em ‘match-play’ e talvez tenha sido o reflexo de um relaxamento demasiado depois de ter atingido a final que era o meu grande obejctivo, mas o mérito é todo dela», reconheceu Carla Lopes.

Outros resultados

Fotos: Ramiro de Jesus / GolfMark

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Revised: 08-05-2003 .