Um
driving-range pode ser construído num qualquer terreno de 300x70 mts, um
pouco mais e também um pouco menos. Por todo o país não faltarão áreas
deste tipo pertencentes às câmaras e a privados sem qualquer utilidade.
Em qualquer caso podendo ser utilizados a título gratuito ou alugados.
Um driving-range acaba por ser um jardim com utilização desportiva, sem
grandes custos de manutenção, pouco consumo de água e com uma área de
não mais de mil m2 de jardinagem intensiva: um putting-green e os tees
de saída. Um casa de madeira para acolher os visitantes e para guardar
equipamento de jogo e de manutenção do campo, poderá ser instalada com
critérios de precariedade. Ora esta instalação poderá custar,
obviamente numa perspectiva económica de popularização do golfe a nível
nacional, não mais de 100 mil euros por unidade. É pouco? É muito? Mas
fiquemos com este número: 100 mil euros.
Se
um campo de golfe de 9 buracos custa seis milhões de euros então seria
possível construir 60 driving-ranges. Por todo o país. Quantas pessoas
vão ser beneficiadas com os 9 buracos do Jamor? E quantas poderiam vir a
ter um contacto com o golfe em 60 driving-ranges? Pelo menos 60 vezes
mais.
A
FPG tem com marca d’água da sua actividade a construção de um campo de
golfe que seja o “coração” do golfe nacional e aí fazer residir um Clube
de Golfe Nacional onde se associem todos os golfistas portugueses
permitindo-lhes ter acesso ao desporto a preços mais baratos e dando
capacidade à gestão federativa de negociar com os campos comerciais os
preços de green-fees dos seus associados. Uma política demasiado
política. E muito pouco atenta aos investimentos dos campos comerciais.
Tenho bastantes dúvidas quanto à bondade desta opção. Sempre fui de
opinião que é a procura que gera a oferta. E quando esta não é natural,
não vai de encontro a um objectivo lógico, acaba por ficar confinada ao
mundo da subsidio-dependência com todos os malefícios que se conhecem.
Isto é, o golfe vai continuar a ser para um número muito reduzido de
portugueses. Os que couberem no Jamor.
Então, boas tacadas
Fernando Nunes Pedro
fernandonp@npgolf.pt
22 Março 2010