Home

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Então Boas Tacadas XLVI

O JAMOR OU O 60/1

 

“O custo da infraestrutura poderá duplicar devido a muita contestação e uma providência cautelar, investimento esse que estava previsto ser  de três milhões de euros”,  Manuel Agrellos dixit in. jornal Sol de 19/3/10, quando se referia à construção do campo de golfe de 9 buracos no Jamor. 

Sempre dissemos que seria importante privilegiar  no Jamor as áreas de treino, melhorando-as e alargando-as, criando zonas de convívio mais agradáveis e, quanto muito, construir três buracos de golfe à volta do driving-range. 

Mas se nos ativermos apenas ao custos de investimento qual a relação que existe entre um campo de golfe de 9 buracos e um driving-range?  

Um driving-range pode ser construído num qualquer terreno de 300x70 mts, um pouco mais e também um pouco menos. Por todo o país não faltarão áreas deste tipo pertencentes às câmaras e a privados sem qualquer utilidade. Em qualquer caso podendo ser utilizados a título gratuito ou alugados. Um driving-range acaba por ser um jardim com utilização desportiva, sem grandes custos de manutenção, pouco consumo de água e com uma área de não mais de mil m2 de jardinagem intensiva: um putting-green e os tees de saída. Um casa de madeira para acolher os visitantes e para guardar equipamento de jogo e de manutenção do campo, poderá ser instalada com critérios de precariedade.  Ora esta instalação poderá custar, obviamente numa perspectiva económica de popularização do golfe a nível nacional, não mais de 100 mil euros por unidade. É pouco? É muito? Mas fiquemos com este número: 100  mil euros. 

Se um campo de golfe de 9 buracos custa seis milhões de euros então seria possível construir 60 driving-ranges. Por todo o país. Quantas pessoas vão ser beneficiadas com os 9 buracos do Jamor? E quantas poderiam vir a ter um contacto com o golfe em 60 driving-ranges?  Pelo menos 60 vezes mais.  

A FPG tem com marca d’água da sua actividade a construção de um campo de golfe que seja o “coração” do golfe nacional e aí fazer residir um Clube de Golfe Nacional onde se associem todos os golfistas portugueses permitindo-lhes ter acesso ao desporto a preços mais baratos e dando capacidade à gestão federativa de negociar com os campos comerciais os preços de green-fees dos seus associados. Uma política demasiado política. E muito pouco atenta aos investimentos dos campos comerciais.   

Tenho bastantes dúvidas quanto à bondade desta opção. Sempre fui de opinião que é a procura que gera a oferta. E quando esta não é natural, não vai de encontro a um objectivo lógico, acaba por ficar confinada ao mundo da subsidio-dependência com todos os malefícios que se conhecem. Isto é, o golfe vai continuar a ser para um número muito reduzido de portugueses.  Os que couberem no Jamor. 

Então, boas tacadas

Fernando Nunes Pedro
fernandonp@npgolf.pt
22 Março 2010

Voltar

 

Revised: 22-03-2010 .