Mas
não. O “Louis” é um “springbok” e é um africano. Muito duro de roer. E
simplesmente derrotou toda a concorrência no 150º British Open (The Open
Championship), jogado na mítica cidade de St. Andrews. Deu uma “abada”
como se diz na nossa gíria. E estavam lá todos. Woods, Mickelson, todos
os jogadores dos teams da Ryder Cup dos EUA e da Europa. Foi uma grande
vitória como as do Player, Els, Goosen, Immelman, Frost, etc. em anos
passados.
E o
seu primeiro agradecimento foi para o “Madiba” Nelson Mandela que nesse
dia fazia 92 anos, o que ele achou curioso quando o soube ao ouvir as
notícias pela rádio e internet nessa manhã.
Ele
levava o seu “madiba” com ele o caddy Zacka Kasebo. E orgulhosos, com
sete pancadas de avanço, passaram na Swilcan Bridge em direcção ao
último buraco do campeonato. Para não esquecer. O abraço daqueles dois
amigos foi excepcional. Como é que o “Louis” se ia esquecer do
aniversário de Mandela? Impossível.
Os cuts da Federação
Eram 140 jovens na Aroeira a disputar o nacional de várias categorias.
Sub 12, sub 14, sub 16 e sub 18 anos. Rapazes e raparigas (17 apenas).
São
muitos 140? Humm! São poucos. Num campo de golfe comercial, por exemplo
em Vilamoura, na estação alta do golfe, há campos que têm mais de 200
jogadores por dia. Por vezes até mais de 300. É verdade confirmável. E
tudo corre bem, sem atropelos.
Por
isso, 140 a disputar um nacional, pressente-se que são poucos. Deviam
ser pelo menos 1400. A jogar-se em vários campos em provas
classificativas, para uma final para a qual só iriam os
melhores...200.
Pois bem, num torneio para jovens, entre os 10 e os 18 anos de idade,
aconteceram duas coisas de pasmar.
Primeiro, que no dia de volta de treino o campo cobrava €20 por criança,
€5,50 por um trolley manual e mais €5,00 por um balde de bolas de
treino. O mais grave é que acontece em todos os campos. Ninguém
compreende para que servem estes torneios - acontece em todos - e
aqueles cinco euros para bater bolas são fatídicos. É menos uma
sanduíche, menos uma cola. Se isto é fomentar o golfe entre a juventude!
Não se percebe como os campos e a Federação não arranjam um acordo. É
tão fácil.
Em
segundo lugar, não se percebe como é que pode haver “cuts” num torneio
que só tem 140 jogadores, como pode haver “cuts” em categorias em que
por vezes só havia 4 ou 5 jogadores e se decidia que o último dos 4 ou
cinco “amanhã não joga” a título de “critérios” e de um factor
competitivo. Não. Não é competição. É dizer a um miúdo ou miúda, que
acabou as aulas na semana anterior, que se esfalfou a estudar para os
exames e que depois não pode jogar os dias todos por um factor de
critério e outro de competitividade, é o mesmo que dizer : “ Não tens
jeito nenhum para isto, volta para a tua play station”.
E
eles voltam.
O Eixo do Mal
O
Eixo do Mal é um programa de televisão interessante, feito por pessoas
inteligentes, que passa todos os sábados depois da meia-noite na SIC
Notícias. Falam sobre política e sobre o mundo. Sobre os podres e coisas
boas. Menos destas do que daqueles.
No
último programa voltaram a falar de golfe. Como até aqui sempre se
aproveitaram do golfe para denegrir alguém, ou para empobrecer algo bem
feito na presunção de que os jogadores de golfe são o paradigma de todas
as forças que pertencem aos “eixos dos males” deste mundo, fiquei
atónito com o que ouvi.
O
New York Times dizia nesta semana que em Portugal só havia duas coisas
com sucesso: o golfe e o clima. E por que será?
Alguém é capaz de adivinhar? Os do “Eixo do Mal” não desenvolveram. Não
sabem.
Só
depois de muitas e boas tacadas.
Boas férias
Fernando Nunes Pedro
fernandonp@npgolf.pt
28 Julho 2010