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18º Madeira Island Open BPI Portugal

MORRISON CAMPEÃO COM RECORDE DO TORNEIO

 

James Morrison conquistou o seu primeiro título profissional no 18º Madeira Islands Open BPI Portugal, o torneio do PGA European Tour, de 700 mil euros em prémios monetários que hoje (Domingo) terminou no Porto Santo Golfe, sob a organização da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo.

 

O inglês de 25 anos estabeleceu um novo recorde do torneio para 72 buracos, com 268 pancadas, 20 abaixo do Par, após voltas de 67, 65, 66 e 70. O anterior recorde de 270 (-18) fora carimbado no Clube de Golfe do Santo da Serra em 2001 e 2007, respectivamente por Des Smyth e Daniel Vancsik.

 

O final de prova electrizante viu Morrison concretizar um ‘putt’ de 1,8 metros no último ‘green’ para ganhar o torneio por 1 única pancada, poucos minutos de o seu compatriota e amigo Oliver Fisher ter feito igualmente um ‘birdie’ no buraco 18. Com o ‘green’ banhado pelo sol e emoldurado por algumas centenas de espectadores, Morrison admitiu nunca se ter sentido «tão nervoso na vida», mas nessa altura tentou «seguir as rotinas técnicas do putting». “Pensei para mim próprio: são só seis pés, já meteste imensos ‘putts’ destes na tua carreira. O pior que te pode acontecer é ires a play-off”. A verdade é que a derrota nunca me passou pela cabeça».   

 

Na entrevista ao programa “Golf & Golfistas” da SportTV, Morrison disse que «este foi de longe, mas mesmo muito de longe, o melhor momento da minha carreira». À rádio oficial do European Tour disse que a sensação foi «massiva, esmagadora». Na conferência de Imprensa declarou: «Tudo vai mudar na minha vida. Fico com cartão para jogar no European Tour até ao final da época de 2011, vou entrar nos grandes torneios como em Wentworth e Loch Lomond e sabe-se lá o que poderá acontecer a partir daqui». 

Para se compreender melhor a felicidade suprema do jovem britânico é preciso dizer que as vitórias não faziam parte da sua carreira. Como amador ganhou apenas dois títulos, na Escócia e na Austrália, e como profissional ficara em jejum nos anos em que penou no EuroPro Tour (III Divisão do golfe europeu) e no Challenge Tour (II Divisão).  

Em 2010 conseguiu finalmente entrar no European Tour (I Divisão) e tem-se mostrado simplesmente inspirado, com um 4º lugar no Open de África e um 6º no Open de Andaluzia, este última há duas semanas. «Sabia que estava a jogar bem e vim com confiança para o torneio», comentou, depois de frisar que agora que já ganhou «um primeiro título como profissional, o próximo objectivo é terminar a época dentro dos 60 primeiros da Corrida para o Dubai», para se qualificar para o Campeonato do Mundo do Dubai, em Novembro. 

James Morrison era um dos dez jogadores do Madeira Islands Open BPI Portugal que vieram ao Porto Santo Golfe classificados nos 100 primeiros da Corrida para o Dubai. A vitória de hoje catapultou-o do 79º ao 31º lugar, ou seja, bem dentro do tal ‘top-60’ de acesso ao mega evento de 7,5 milhões de euros dos Emirados Árabes Unidos. 

Do total de 700 mil euros em prémios monetários, Morrison ficou com a maior fatia, um cheque de 116.660 euros, ele que até ao momento só tinha somado 105 mil euros como profissional. Razão tinha a noiva, Jessica em correr para o ‘green’ e beijá-lo num longo abraço. É uma nova vida que se abre diante de ambos e James disse logo que tudo poderá começar por «comprar um carro novo» e livrar-se «do velhinho Peugeot 206». 

O inglês só não vai comemorar violentamente como gostaria porque decidiu «regressar ao Funchal de barco ainda esta noite» e teme que «com o balanço das ondas a coisa possa ficar feia», mas ofereceu logo «uma cerveja a todos no bar do clube». Um clube, o Porto Santo Golfe, que não esquecerá: «O campo é fantástico, o trabalho da equipa de manutenção foi excelente, as pessoas são tão simpáticas, o vinho e a comida óptimos. Prometo voltar noutra altura».   

A tradicional taça do Madeira Islands Open BPI Portugal foi-lhe entregue pelo vice-presidente do Governo Regional da Madeira, João Cunha e Silva, que presidiu à cerimónia de entrega de prémios, tendo estado ainda presentes a secretária Regional de Turismo e Transportes, Conceição Estudante; o secretário Regional do Equipamento Socia, Luís Santos Costa; o presidente da Câmara Municipal do Porto Santo, Roberto Silva; o presidente da Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, Francisco Taboada; o representante do BPI, José Carlos Agrellos; e o director de torneios do European Tour, David Williams. 

Filipe Lima (ler entrevista em baixo), o único português a passar o ‘cut’, viveu o seu pior dia da semana, completando a última volta em 77 pancadas, 5 acima do Par, depois de um ‘triplo-bogey’ (no buraco 12, um Par-5), dois ‘duplos-bogey’ (nos buracos 4, um Par-4, e 5, um Par-3), dois ‘bogeys’ (1 e 7), de forma alguma compensados pelos quatro ‘birdies’ (10, 14, 15 e 16). Como de costume, jogou muito melhor nos últimos 9 buracos do campo desenhado por Severiano Ballesteros. 

Filipe Lima terminou no 55º lugar, com 288 pancadas, igualando o Par do campo, após voltas de 66, 75, 70 e 77, num torneio que liderava após os primeiros 18 buracos. O prémio de 2310 euros é, por isso, escasso para quem tinha naturais aspirações à vitória, mas o nº1 português admitiu que o trabalho intenso de preparação física que vem efectuando para os grandes desafios da época no Verão roubou-lhe a energia que teria necessitado para jogar com maior frescura.  

Na Corrida para o Dubai, Filipe Lima perdeu dois lugares, sendo agora o 178º, ainda muito longe do ‘top-115’ que necessita para manter o cartão do European Tour para 2011. 

O Madeira Islands Open BPI Portugal foi alvo de uma cobertura televisiva considerável, com resumos diários distribuídos pelo European Tour que atingem os 220 milhões de lares em todo o Mundo, num total de 460 horas de televisão. Esta cobertura televisiva transformou o Madeira Islands Open BPI Portugal no evento desportivo que mais promove a Região Autónoma da Madeira no exterior. 

O 18º Madeira Islands Open BPI Portugal contou para o Ranking Mundial de Golfe, para a Corrida para o Dubai (Ordem de Mérito do European Tour) e para a tabela europeia da Ryder Cup que este ano, no País de Gales, coloca uma vez mais em confronto as selecções da Europa e dos Estados Unidos. 

Classificação 

O ‘top-five’ da classificação geral do Madeira Islands Open BPI Portugal, após 72 buracos ao Porto Santo Golfe, está ordenado do seguinte modo:

 1º James Morrison (Inglaterra), 268 (67+65+66+70), -20, €116.660,00
2º Oliver Fisher (Inglaterra), 269 (67+72+65+65), -19, €77.770,00
3º George Murray (Escócia), 274 (66+67+68+73), -14, €43.820,0
4º Charles Russo (França), 275 (74+66+68+67), -13, €35.000,00
5º Alessandro Tadini (Itália), 276 (68+71+71+66), -12, €29.680,00

 

Português que passou o ‘cut’ 

5º Filipe Lima, 288 (66+75+70+77), Par, €2.310,00 


 

Portugueses que não passaram o ‘cut’ 

84º Tiago Cruz, 146 (75+71), +2
91º António Rosado, 147 (75+72), +3
91º Hugo Santos, 147 (73+74), +3
91º Ricardo Santos, 147 (73+74), +3
91º Manuel Violas, 147 (76+71), +3*
126º Ricardo Melo Gouveia, 151 (73+78), +7*
135º António Sobrinho, 153 (78+75), +9
143º Nuno Campino, 155 (74+81), +11
146º António Dantas, 156 (77+79), +12
151º João Pedro Sousa, 159 (78+81), +15
152º Duarte Freitas, 161 (81+80), +17
153º Henrique Paulino, 163 (78+85), +19
154º Edgar Rodrigues, 183 (92+91), +39
* Amador

 FILIPE LIMA

PAR (66+75+70+77 PANCADAS = 288) 

«Comecei mal, “patei” muito mal no princípio, ralhei um bocadinho comigo e depois não tinha vontade de jogar, mas no final vieram os birdies para dar um sorriso.  

«Com os erros aprende-se sempre. Não foi um dia para esquecer. Mas o golfe é difícil, de vez em quando não dá. Comecei mal, zanguei-me, mas não se pode zangar neste campo. O resultado está mal.  

«Gosto do campo, é um bom campo, o torneio é bom e espero voltar cá de novo para fazer um bom resultado.  

«Claro que estou triste. Fazer cinco acima na última volta é sempre chato. Sucedeu-me o mesmo há duas semanas em Espanha. Estava no top 10 e acabei mal, por isso é aborrecido, mas sei que estou a fazer muitos birdies, que é uma coisa que faltou nos outros anos, mas fazer bogeys é outra coisa em que vou tentar cortar. Aconteceu, aconteceu. Tenho ainda muito trabalho para fazer.  

«Para a semana descanso um bocadinho. A seguir vou para a Coreia, depois Sevilha e Itália. Os torneios grandes começam a chegar e eu, com o meu preparador físico, estou a preparar mais para a época dos meses de Junho e Julho.

«Hoje e sexta-feira custou-me um pouco jogar, porque me doíam as pernas. Estamos a fazer um trabalho duro, sabia que iriam doer-me as pernas, mas não pensava que estragasse tanto o meu jogo. Mas aceito. Isto faz parte do trabalho para terminar forte a época.  

«Os buracos dos primeiros nove buracos são complicados. Os bidies são mais difíceis de fazer, por isso foi muito mau. Joguei muito mal esses buracos. Não joguei mal por serem os primeiros, são difíceis, nada mais. A culpa é minha, claro, mas não fazer quatro ou cinco abaixo na primeira volta (primeiros nove buracos), como consigo fazer na segunda volta (segundos). 

«Estou a fazer uma preparação física muito forte, porque este ano vou ter duas fases de quatro semanas seguidas de competição com torneios de dois ou três milhões de euros, em Junho e Julho, e depois em Setembro e Outubro. Estou a trabalhar para estar preparado. Não sei se a culpa por ter jogador mal se fica a dever a esse facto, mas só espero é que no final vá resultar. 

«O melhor momento do torneio? Gostei muito do shot que fiz no 18, com a madeira-3. Deu-me muito prazer ter feito aquele shot, que era muito especial. Parecia o antigo Filipe Lima a atacar, a perder a cabeça nos shots. Gostei daquele, mas também gostei de muitos outros shots que fiz. O balanço é que adorei o campo, o tempo, o trabalho que a organização teve para apresentar o campo nestas condições. Isto é o que destaco de mais positivo desta semana. O pior momento do torneio? Os dois drives fora do limite no buraco nº3. Não quero aquele buraco. Hoje não, mas nos outros dias… Foi aí que fiquei de cabeça virada.  

«Estou triste pelo país, por não ter feito um bom resultado, mas sinto-me bem, sei que tenho de trabalhar ainda muito o meu swing para não acontecer o que aconteceu. Sei que posso fazer muitos birdies agora; o meu chip e o meu put estão muito bons, cada vez melhor, era isso que faltava nos outros anos, agora é só estar no momento que quero».

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Press-Release
Gab. Imprensa Madeira Island Open.
12/04/2010

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Revised: 16-04-2010 .