«Aquela vitória levou tempo a digerir. O meu objectivo
tinha sido sempre jogar no Circuito Europeu e não tinha sido nada fácil
aceder a esse nível e manter-me nele. O desejo de vencer um torneio está
sempre presente, mas quando finalmente acontece é um pouco um choque.
Foi um sentimento esmagador.
«Quando era mais jovem, andava com jogadores como Graeme
McDowell, Marc Warren e Nick Dougherty e todos eles estavam a sair-se
bem, ganhando torneios. Portanto, quando me coube a mim vencer um título
foi algo de enorme para mim.
«Durante o play-off, lembro-me que só queria sacudir a
pressão. Passei o tempo todo a dizer para mim próprio que o pior que
poderia acontecer-me seria ficar em segundo lugar, o que me daria
dinheiro suficiente para manter o cartão para o European Tour do ano
seguinte. Sabia o excelente registo que o Gonzalo tinha em play-offs e
que isso fazia dele o favorito, mas, ao mesmo tempo, esse facto
retirou-me pressão. Eu só tinha jogado um play-off como profissional no
Challenge Tour e ganhei-o. Nenhum de nós jogou o seu melhor golfe no
play-off – as condições eram duras, tinha sido uma longa semana, pelo
que foi um jogo mais de garra, mas, felizmente, safei-me bem e concluí
favoravelmente a tarefa que tinha em mãos.
«Regressar a Portugal como campeão em título será óptimo,
mal posso esperar. É algo que nunca vivi, defender um título. Não será o
mesmo campo, é certo, mas na mesma zona geográfica do ano passado e
parece-me maravilhoso. Tenho lido sobre os trabalhos de renovação da
Penha Longa e estou ansioso de ver pelos meus próprios olhos. A mudança
de data também fará com que as temperaturas estejam mais elevadas este
ano, portanto, estou à espera de uma grande semana de golfe e, quem
sabe, defender o meu título».
O nº1 português, Filipe Lima, também acolheu de braços
abertos a mudança de data do Estoril Open de Portugal, de Abril para
Junho, ocupando a data que pertencia ao Open da Áustria no calendário do
European Tour. O evento austríaco, por seu lado, passou para 16 a 19 de
Setembro.
Lima, que recuperou os seus direitos de jogador do
European Tour, depois de ter terminado a época de 2009 no segundo lugar
do Challenge Tour, disse: «Estou satisfeito pela alteração de data
porque tenho trabalhado seriamente de modo a atingir um pico de forma em
Junho e Julho, por ser a altura do ano em que se realizam os grandes
torneios. Por isso, fiquei contente ao saber da mudança, bem como da
transferência para a Penha Longa.
«Conheço muito bem o campo. Todos os fairways e greens
são novos e fizeram um enorme trabalho no campo, pelo que deverá
apresentar-se em excelentes condições. É um campo muito bom, mas
igualmente muito difícil. As condições climatéricas serão um factor
importante. Se o vento soprar, o campo tornar-se-á ainda mais difícil,
mas isso até poderá ser-me favorável, na medida em que prefiro os
percursos mais difíceis aos mais fáceis.
«Considero extremamente importante renovar os campos
existentes em Portugal ou criar novos.
«Quando jogo em Portugal tenho, obviamente, mais pressão,
mas é algo que aprecio.
«Estou a sentir-me confortável neste regresso ao European
Tour. Na época passada fiz um bom trabalho no Challenge Tour e estou a
tentar manter essa boa forma este ano. Estou a sentir-me feliz e a época
tem-me corrido bem até ao momento. Desejo viver uma boa semana na Penha
Longa porque teria um grande significado para mim jogar bem no Open
nacional do meu país».
Outros nomes notáveis que já confirmaram a sua presença
na Penha Longa são o ídolo tailandês Thongchai Jaidee, o actual 47º
classificado no ranking mundial e o galês Rhys Davies, o 10º na Corrida
para o Dubai (Ordem de Mérito Europeia), em grande parte graças à sua
vitória este ano no Troféu Hassan II em Marrocos, o seu primeiro título
no European Tour.
Atenção a James Morrison, o 18º na Corrida para o Dubai,
recente campeão do Madeira Islands Open BPI Portugal, que esteve muito
perto de conquistar o seu segundo título de rajada no Open de Espanha,
onde só perdeu no play-off frente ao espanhol Alvaro Quiros.
Da Dinamarca virá uma dupla de peso, com Thomas Bjorn e
Soren Kjeldsen, enquanto o espanhol Gonzalo Fernandez-Castaño regressa
depois de ter sido vice-campeão no ano passado.
Situado entre a deslumbrante paisagem de Sintra e
esplêndida Costa do Estoril, com o Oceânico Atlântico à espreita, o
Penha Longa Hotel Spa & Golf Resort – que recentemente beneficiou de uma
remodelação orçamentada em dois milhões de euros – já tinha sido palco
do Open de Portugal em 1994 e 1995, quando o galês Philip Price e o
escocês Adam Hunter conquistaram o título, respectivamente