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54º Estoril Open de Portugal

THOMAS BJORN AO ATAQUE

 

Os recordes continuam a cair no Estoril Open de Portugale hoje (Sábado) não só se voltou a igualar o recorde do campo, como o líder, o dinamarquês Thomas Bjorn, estabeleceu um novo recorde para 54 buracos em 54 edições do torneio da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), de um milhão de euros em prémios monetários, que o European Tour está a organizar no Penha Longa Hotel Spa & Golf Resort, até Domingo, sob o patrocínio do Turismo de Portugal e do Turismo Estoril.

 

Thomas Bjorn, com 7 ‘birdies’ e nenhum ‘bogey’, entregou pela segunda vez esta semana um cartão de 65 pancadas (-7), consolidando a sua liderança em 197 pancadas, 19 abaixo do Par.  

 

 

O recorde do torneio para 54 buracos são as 195 pancadas de Robert Lee em 1997 mas no campo do Clube de Golfe do Estoril foram “apenas” 12 abaixo do Par. Portanto, as 19 pancadas abaixo do Par de Bjorn são um resultado mais impressionante.

 

Aliás, se o escandinavo fechar amanhã (Domingo) com uma derradeira volta em, pelo menos, 6 abaixo do Par, irá quebrar o velhinho recorde do Open de Portugal para 72 buracos que ainda pertence ao consagrado Colin Montegomerie, ao vencer na Quinta do Lago em 1989 com 24 abaixo do Par.

 

Claro que, para Thomas Bjorn, parceiro de equipa de “Monty” na selecção europeia que venceu a Ryder Cup em 1997 e 2002, o mais importante é ganhar, algo que ele não faz há quatro anos, desde o Open da Irlanda de 2006.

 

O dinamarquês passou por uma série negra e uma crise de confiança que o fez falhar seis ‘cuts’ consecutivos este ano e a falta de hábito de ganhar nos últimos tempos – ele que tem nove títulos do European Tour e outros dois no Circuito do Japão – tem-no feito tremer nos momentos cruciais.

 

Na semana passada, no Open do País de Gales, reencontrou o seu melhor golfe, esteve na luta pelo título nas três primeiras voltas, mas depois fechou com uma última volta em 74 pancadas e terminou no 9º lugar.

 

«Joguei demasiado na expectativa, a procurar não cometer erros e esperar que fossem os outros a falhar. Da próxima vez que me deparar com esta situação vou agir de forma diferente e jogar ao ataque», prometeu o presidente da Comissão de Jogadores do European Tour, na entrevista que deu na passada quarta-feira, antes de se iniciar este 54º Estoril Open de Portugal.

 

Uma semana depois de Celtic Manor, Thomas Bjorn depara-se de novo com o mesmo cenário e a sua principal preocupação é não cair na tentação de jogar à retranca: «Quando passamos por períodos longos em que não somos candidatos aos títulos, ficamos um pouco mais nervosos do que era costume. Sei que tenho a experiência de ter ganho torneios no passado, mas amanhã preciso de concentrar-me. Sei que o campo dá boas oportunidades de ‘birdies’ e não poderei descansar à espera que o troféu me caia no colo. Vou ter de ir à procura dele».

 

Richard Green, o seu perseguidor, igualou hoje o recorde do campo de 64 pancadas (-8) e também não vence no European Tour há três anos, desde o Open da Áustria em 2007, mas o australiano anda com uma atitude muito mais descontraída do que Bjorn, até porque teve a sorte de jogar três dias seguidos com o vencedor da Taça do Mundo de Vilamoura em 2005, o galês Bradley Dredge.

 

Dredge, que também venceu o Madeira Islands Open em 2003, está a jogar bem, no 9º lugar, mas ao contrário de Bjorn procura divertir-se no campo. «Ele também gosta de automobilismo e fartámo-nos de falar sobre o facto de termos mesmo aqui ao lado o Autódromo Estoril. Temos ouvido o rugir dos motores de todos os lados do campo de golfe e até estamos com vontade de dar lá um pulo para ver o que se está a passar. Adoraria dar uma volta à pista mas não sei se me deixarão», disse Richard Green, que nas horas vagas é piloto de competição.

 

«Integro a categoria GT que é muito cara e por isso não consigo correr tantas vezes quanto gostaria, mas fui 4º classificado no Grande Prémio da Austrália e estive muito perto do pódio», acrescentou o ‘canhoto’ que poderá amealhar amanhã mais 166.660 euros se conquistar o terceiro título da sua carreira no European Tour.

 

Filipe Lima melhora

 

Quem está de fora da corrida pelo primeiro cheque é Filipe Lima mas o nº1 português subiu hoje 8 lugares, figurando agora no 41º posto, com um agregado de 4 pancadas abaixo do Par.

 

Foi pena o ‘bogey’ no buraco 18, porque Lima poderia partir amanhã para a última volta pelo menos quatro lugares à frente.

 

De qualquer modo, a terceira volta foi a melhor do jogador da Federação Portuguesa de Golfe, com o ponto alto a acontecer no buraco 13, mais um daqueles ‘chip-in’ em que é especialista, que desta feita resultou num ‘eagle’ muito aplaudido por algumas crianças que seguiam o seu ídolo (ver entrevista de Lima em baixo).

 

A última volta do 54º Estoril Open de Portugal arranca às amanhã 07:45 horas. Filipe Lima sai às 10:28 horas do ‘tee’ do buraco nº1, ao lado do neo-zelandês Mark Brown, campeão do Johnnie Walker Classic em 2008.

 

O último grupo, de Thomas Bjorn e Richard Green, sai às 13:47 horas e o australiano tem a certeza de uma coisa: o seu parceiro de jogo não será tão divertido como Bradley Dredge.

 

Bjorn é extremamente sério quando compete e não quererá grandes conversas com Green, muito menos sobre o que se passa no Autódromo Estoril vizinho. Os pensamentos do antigo capitão da Europa Continental do Seve Trophy estarão todos virados para a taça e a cerimónia de entrega de prémios marcada para as 18 horas.

 

RESULTADOS

 

‘Top-5’

 

O ‘top-5’ do 54º Estoril Open de Portugal, após a terceira volta (54 buracos) no campo da Penha Longa, está ordenado do seguinte modo:

 

1º Thomas Bjorn (Dinamarca), 197 (67+65+65), -19.

2º Richard Green (Austrália), 200 (67+65+64), -16.

3º Damien McGrane (Irlanda), 202 (64+70+68) -14.

4º Robert Coles (Inglaterra), 203 (68+66+69), -13.

4º Robert Rock (Inglaterra), 203 (68+67+68), -13.

4º Daniel Vancsik (Argentina), 203 (69+66+68), -13.

 

Português que passou o ‘cut’

 

41º Filipe Lima (FPG), 212 (71+71+70), -4.

 

 

 

Portugueses que falharam o ‘cut’

 

 

79º Hugo Santos (Ping), 144 (70+74), Par.

79º António Dantas (Penha Longa), 144 (72+72), Par.

92º Ricardo Santos (FPG/PressPeople), 145 (73+72), +1.

113º Gonçalo Pinto (FPG), 148 (72+76), +4*

116º Henrique Paulino (Indra/Mobbit), 149 (76+73), +5.

116º Ricardo Melo Gouveia (FPG), 149 (74+75), +5*.

121º Tiago Cruz (Banco BIG), 151 (76+75), +7.

125º Miguel Gaspar (FPG), 152 (76+76), +8*.

127º Nuno Campino (MyGolf), 153 (72+81), +9.

.

130º António Rosado (CLC), 158 (82+76), +14.

131º António Sobrinho (Vale do Lobo), 159 (77+82), +15.

132º João Malagueira (FPG), 160 (75+85), +16)*.

134º Nelson Cavalheiro (Oceânico), 163 (79+84), +19.

135º Tomás Silva (FPG), 164 (83+81), +20*.

 

* Amador

 

FILIPE LIMA

-4 (71 + 71 + 70 = 212 pancadas)

 


 

.«Era mesmo isto que estava à procura – eagle no buraco 13 – e espero que os miúdos (que estavam a segui-lo, entre o público) tenham ficado satisfeitos. Este é um jogo onde é preciso paixão. Foi importante. Vi que os miúdos estavam com vontade seguirem o meu jogo e isto (o eagle) foi importante.  

 

Hoje joguei de forma quase igual a ontem. Mas correu melhor, porque a bola já ia para onde eu queria. Tive pouca sorte nos putts. Foi uma volta com duas abaixo do PAR e um resultado abaixo do PAR nunca é mau.

 

Aquele eagle foi um incentivo, é um facto. Mas antes falhei tantos birdies que o eagle acabou por significar fazer-se justiça. Antes do shot o Sérgio (caddie) disse-me para jogar para a bandeira. Como não entravam os putts tenta-se com o ferro. Não entravam os putts, entrou o ferro.

 

Amanhã vou tentar repetir o que fiz hoje. Vou tentar ter a mesma concentração, a mesma vontade, fazer as coisas correctamente e focar o swing e espero que os putts entrem.

 

Hoje estive mais solto, menos preso nos greens, não tive a contracção muscular nas mãos, sem conseguir controlar. Hoje isso passou um pouco em dois ou três putts, mas não foi tão grave como ontem, por isso estou um pouco mais relaxado».

 

Sim, tenho andado com essa ansiedade. Estou a trabalhar mais e melhor do que nunca e depois os resultados não chegam. Por vezes até parece que os resultados pioram. Mas de vez em quando recebo incentivos, como foi o caso de hoje (um eagle).

 

Mas sei que os bons resultados vão chegar. Não tenho dúvidas. Também ando a ganhar experiência e os bons resultados passam por aí. O ano passado, por exemplo, quando andei no Challenge Tour, foi um ano difícil, mas não tinha dúvidas de que tinha nível para voltar a jogar no European Tour. Mas isto faz parte do meu trabalho e tenho de responder positivo.

 

Esta é uma modalidade difícil. Não há idade para se ser bem sucedido. Vemos jovens a triunfar ao fim de pouco tempo e depois temos casos opostos, como o Remésy – e falo dele porque venceu em Portugal – que apenas ganhou três torneios aos 45 anos. E foi 12 ou 15 vezes às provas de qualificação.

 

Por isso digo que não há certezas no golfe. Há que evoluir, ganhar experiência e depois as vitórias vêm e vamos para a frente. Claro que há sempre quem fique para trás, mas também é necessária paciência e saber esperar. E depois há sempre tantos pequenos detalhes a fazer a diferença. É a bola que fica logo ali e depois não entra… o golfe é assim. 

 

Nunca me arrependi de ter optado pela nacionalidade portuguesa. Voltaria a fazer a mesma opção. Até por ver como a Federação Francesa de Golfe (FFG) evoluiu nestes últimos anos. Vejo os jogadores que estão com a FFG e não sinto vontade nenhuma de estar como eles estão. E isto não tem nada a ver com os meus colegas franceses, nem com os treinadores, com quem trabalhei e joguei, mas sim com a federação.

 

Gosto da Federação Portuguesa de Golfe, vê-se que tem vontade, quer ir para a frente e eu gosto dessa atitude e podem contar comigo para ajudar. Por isso, sem qualquer dúvida, voltaria a tomar a mesma opção.

 

Há dois anos houve diversos jogadores portugueses a passar o cut, mas é verdade que falta consistência. Nota-se que existe evolução, vê-se isso no Ricardo Santos, no Hugo Santos, no Tiago Cruz, no António Sobrinho, que está a tentar voltar, nota-se que estão a fazer trabalho novo e isso demora tempo a dar frutos, mas nota-se um evoluir. Claro que os resultados demoram tempo a surgir. Mas sim, faltam mais jogadores portugueses a passar o cut.

 

A passagem pelo Challenge Tour em 2009 não foi nada negativa. Foi um ano positivo. Nunca tinha jogado um ano completo no Challenge Tour e quando perdi o cartão e fui para aquele campeonato vi que o meu jogo não era para estar ali. Porque jogando apenas metade dos torneios fiquei em segundo lugar na classificação final.

 

Acabou por ser uma boa experiência e um desafio que estava a necessitar, para no futuro não ter medos. O ter passado pelo Challenge Tour deu-me confiança. Até mesmo para a minha situação actual. Sei que estou a jogar mal, mas sei que a boa forma vai regressar e vou voltar a jogar bem de novo.

 

Todos os anos é assim, há a pressão de se manter o cartão para o European Tour. A pressão é para todos. Só aqueles que ganham torneios é que ficam dois anos mais sossegados, mas para os outros todos a pressão é constante e por isso é que somos muito poucos a conseguir.

 

A profissão é assim, não é como um pintor que quando termina o trabalho arruma os pincéis e desfruta aquilo que fez. No golfe não é assim. A pessoa trabalha semanas a fio e depois não sabe se vai ver resultados positivos.

 

Temos sempre de trabalhar muito e ficar à espera. Na maior parte das profissões sabe-se quando é que os resultados positivos surgem, no desporto não. Temos sempre de trabalhar muito, esperar pelos resultados positivos e estes, por vezes, não chegam. Nalguns casos nunca vêm. Por isso é que somos muito poucos, caso contrário haveria milhões de jogadores neste patamar. É a selecção natural.

 

Quando comecei no European Tour tinha uma equipa muito segura, que estava a trabalhar comigo há uns anos. Não me preocupava com nada. Era só jogar. Eles eram a minha força, protegiam-me. Esta estabilidade durou um ou dois anos e depois a equipa começou a desmembrar-se.

 

O preparador físico foi para o norte de África, mudei de psicólogo, porque achei que já não evoluía com o trabalho dele, depois com o empresário as coisas começaram a correr mal e também saíram e fiquei sozinho com o treinador.

 

Mais tarde foi o treinador que começou a ter problemas na vida pessoal e isso reflectiu-se em mim e afectou o meu jogo, que estava menos sólido.

 

No ano passado o Pedro Ribeiro voltou a trabalhar comigo como empresário e este ano comecei a criar uma outra equipa, ainda mais forte do que a anterior com a psicóloga desportiva Zoe Chamberlain (que também já vinha do ano passado), o preparador físico Guillaume Chaubron (da Federação Francesa de Golfe) e o treinador Damien Taylor (que também trabalha com Nick Dougherty e Bradley Dredge).

 

Quando comecei a trabalhar com a equipa anterior não tinha experiência no golfe; esta agora já tem experiência na modalidade. Por isso acho que é uma equipa muito mais forte do que a anterior. É diferente, porque ainda não tenho amizade com eles, mas a confiança vai chegar. Quando tenho dúvidas sei em quem me apoiar e onde é que eles estão».

 

 

Press-Release
GABINETE DE IMPRENSA

DO PGA EUROPEAN TOUR EM PORTUGAL
12/Jun/2010

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Revised: 12-06-2010 .