O recorde do torneio para 54 buracos são as 195 pancadas de Robert
Lee em 1997 mas no campo do Clube de Golfe do Estoril foram “apenas”
12 abaixo do Par. Portanto, as 19 pancadas abaixo do Par de Bjorn
são um resultado mais impressionante.
Aliás, se o escandinavo fechar amanhã (Domingo) com uma derradeira
volta em, pelo menos, 6 abaixo do Par, irá quebrar o velhinho
recorde do Open de Portugal para 72 buracos que ainda pertence ao
consagrado Colin Montegomerie, ao vencer na Quinta do Lago em 1989
com 24 abaixo do Par.
Claro que, para Thomas Bjorn, parceiro de equipa de “Monty” na
selecção europeia que venceu a Ryder Cup em 1997 e 2002, o mais
importante é ganhar, algo que ele não faz há quatro anos, desde o
Open da Irlanda de 2006.
O dinamarquês passou por uma série negra e uma crise de confiança
que o fez falhar seis ‘cuts’ consecutivos este ano e a falta de
hábito de ganhar nos últimos tempos – ele que tem nove títulos do
European Tour e outros dois no Circuito do Japão – tem-no feito
tremer nos momentos cruciais.
Na semana passada, no Open do País de Gales, reencontrou o seu
melhor golfe, esteve na luta pelo título nas três primeiras voltas,
mas depois fechou com uma última volta em 74 pancadas e terminou no
9º lugar.
«Joguei demasiado na expectativa, a procurar não cometer erros e
esperar que fossem os outros a falhar. Da próxima vez que me deparar
com esta situação vou agir de forma diferente e jogar ao ataque»,
prometeu o presidente da Comissão de Jogadores do European Tour, na
entrevista que deu na passada quarta-feira, antes de se iniciar este
54º Estoril Open de Portugal.
Uma semana depois de Celtic Manor, Thomas Bjorn depara-se de novo
com o mesmo cenário e a sua principal preocupação é não cair na
tentação de jogar à retranca: «Quando passamos por períodos longos
em que não somos candidatos aos títulos, ficamos um pouco mais
nervosos do que era costume. Sei que tenho a experiência de ter
ganho torneios no passado, mas amanhã preciso de concentrar-me. Sei
que o campo dá boas oportunidades de ‘birdies’ e não poderei
descansar à espera que o troféu me caia no colo. Vou ter de ir à
procura dele».
Richard Green, o seu perseguidor, igualou hoje o recorde do campo de
64 pancadas (-8) e também não vence no European Tour há três anos,
desde o Open da Áustria em 2007, mas o australiano anda com uma
atitude muito mais descontraída do que Bjorn, até porque teve a
sorte de jogar três dias seguidos com o vencedor da Taça do Mundo de
Vilamoura em 2005, o galês Bradley Dredge.
Dredge, que também venceu o Madeira Islands Open em 2003, está a
jogar bem, no 9º lugar, mas ao contrário de Bjorn procura
divertir-se no campo. «Ele também gosta de automobilismo e
fartámo-nos de falar sobre o facto de termos mesmo aqui ao lado o
Autódromo Estoril. Temos ouvido o rugir dos motores de todos os
lados do campo de golfe e até estamos com vontade de dar lá um pulo
para ver o que se está a passar. Adoraria dar uma volta à pista mas
não sei se me deixarão», disse Richard Green, que nas horas vagas é
piloto de competição.
«Integro a categoria GT que é muito cara e por isso não consigo
correr tantas vezes quanto gostaria, mas fui 4º classificado no
Grande Prémio da Austrália e estive muito perto do pódio»,
acrescentou o ‘canhoto’ que poderá amealhar amanhã mais 166.660
euros se conquistar o terceiro título da sua carreira no European
Tour.
Filipe Lima melhora
Quem está de fora da corrida pelo primeiro cheque é Filipe Lima mas
o nº1 português subiu hoje 8 lugares, figurando agora no 41º posto,
com um agregado de 4 pancadas abaixo do Par.
Foi pena o ‘bogey’ no buraco 18, porque Lima poderia partir amanhã
para a última volta pelo menos quatro lugares à frente.
De qualquer modo, a terceira volta foi a melhor do jogador da
Federação Portuguesa de Golfe, com o ponto alto a acontecer no
buraco 13, mais um daqueles ‘chip-in’ em que é especialista, que
desta feita resultou num ‘eagle’ muito aplaudido por algumas
crianças que seguiam o seu ídolo (ver entrevista de Lima em baixo).
A última volta do 54º Estoril Open de Portugal arranca às amanhã
07:45 horas. Filipe Lima sai às 10:28 horas do ‘tee’ do buraco nº1,
ao lado do neo-zelandês Mark Brown, campeão do Johnnie Walker
Classic em 2008.
O último grupo, de Thomas Bjorn e Richard Green, sai às 13:47 horas
e o australiano tem a certeza de uma coisa: o seu parceiro de jogo
não será tão divertido como Bradley Dredge.
Bjorn é extremamente sério quando compete e não quererá grandes
conversas com Green, muito menos sobre o que se passa no Autódromo
Estoril vizinho. Os pensamentos do antigo capitão da Europa
Continental do Seve Trophy estarão todos virados para a taça e a
cerimónia de entrega de prémios marcada para as 18 horas.
RESULTADOS
‘Top-5’
O ‘top-5’ do 54º Estoril Open de Portugal, após a terceira volta (54
buracos) no campo da Penha Longa, está ordenado do seguinte modo:
1º Thomas Bjorn (Dinamarca), 197 (67+65+65), -19.
2º Richard Green (Austrália), 200 (67+65+64), -16.
3º Damien McGrane (Irlanda), 202 (64+70+68) -14.
4º Robert Coles (Inglaterra), 203 (68+66+69), -13.
4º Robert Rock (Inglaterra), 203 (68+67+68), -13.
4º Daniel Vancsik (Argentina), 203 (69+66+68), -13.
Português que passou o ‘cut’
41º Filipe Lima (FPG), 212 (71+71+70), -4.
Portugueses que falharam o ‘cut’
79º Hugo Santos (Ping), 144 (70+74), Par.
79º António Dantas (Penha Longa), 144 (72+72), Par.
92º Ricardo Santos (FPG/PressPeople), 145 (73+72), +1.
113º Gonçalo Pinto (FPG), 148 (72+76), +4*
116º Henrique Paulino (Indra/Mobbit), 149 (76+73), +5.
116º Ricardo Melo Gouveia (FPG), 149 (74+75), +5*.
121º Tiago Cruz (Banco BIG), 151 (76+75), +7.
125º Miguel Gaspar (FPG), 152 (76+76), +8*.
127º Nuno Campino (MyGolf), 153 (72+81), +9.
.
130º António Rosado (CLC), 158 (82+76), +14.
131º António Sobrinho (Vale do Lobo), 159 (77+82), +15.
132º João Malagueira (FPG), 160 (75+85), +16)*.
134º Nelson Cavalheiro (Oceânico), 163 (79+84), +19.
135º Tomás Silva (FPG), 164 (83+81), +20*.
* Amador