Na história de 54 edições do Open de Portugal só nove jogadores
ganharam depois de terem representado a selecção europeia da Ryder
Cup. O dinamarquês foi o nono, juntando-se a Colin Montgomerie,
Miguel Angel Jiménez, Paul Broadhurst, Phillip Price, Sam Torrance,
Ronan Rafferty, David Gilford e Sam Richardson. E Bjorn deu-se ainda
ao luxo de fazê-lo com um ‘score’ de 23 abaixo do Par, apenas a 1
pancada do recorde do torneio para 72 buracos que continua a
pertencer a “Monty”, com os -24 de 1989 na Quinta do Lago.
«É uma honra fazer parte deste lote de prestigiados vencedores do
torneio», disse Thomas Bjorn, sem dúvida, um dos melhores campeões
de sempre do Open de Portugal.
Mas a sua ligação ao país é ainda mais profunda. «Desde os 14 anos
que venho a Portugal jogar golfe. Tenho de agradecer à Federação
Portuguesa de Golfe por deixar-me treinar nos Invernos com as
selecções portuguesas», declarou na cerimónia de entrega de prémios,
acrescentando mais tarde, já em conferência de Imprensa, que conhece
«o presidente da FPG, Manuel Agrellos, há muitos anos». Não quis, no
entanto, tornar públicas as suas melhores recordações desses tempos:
«Éramos jovens e divertíamo-nos com coisas que é melhor não contar
agora não contar, mas posso dizer que passei uns bons tempos com o
António Sobrinho».
Nas duas primeiras voltas deste 54º Estoril Open de Portugal Thomas
Bjorn jogou ao lado de Filipe Lima, um jogador que considera «muito
bom, mas a passar por um mau bocado como eu também passei, mas
nota-se que o talento está lá».
Hoje esse talento veio ao de cima quando o nº1 português arrancou
três ‘birdies’ nos cinco primeiros buracos, parecendo que iria
assaltar a classificação, mas um triplo-‘bogey’ no buraco 9 arrumou
de vez a questão, já depois de um primeiro bogey no 7. Lima fechou a
prova com um sempre desagradável duplo-‘bogey’ no 18, mas saiu da
Penha Longa no 57º lugar, entre os 78 jogadores que passaram o ‘cut’,
motivado para o resto do ano (ver entrevista em baixo).
Para o presidente da FPG, Manuel Agrellos, «o Filipe Lima provou que
é o melhor jogador português, aquele que sistematicamente passa mais
‘cuts’ e que está ali na luta nos torneios do European Tour. A FPG
nunca deixou de apoiá-lo, mesmo quando outros já não acreditavam
nele. Tem jogo para ser um grande vencedor».
Para Manuel Agrellos, o balanço da semana «é extremamente positivo.
O torneio não começou bem com a mudança de data devido ao mau tempo,
mas foi uma decisão acertada a de adiá-lo. O campo da Penha Longa
apresentou-se excelente e foi muito elogiado pelos jogadores,
terminámos com um lindo dia de sol que possibilitou bonitas imagens
na transmissão televisiva internacional e tivemos um grande campeão
que nem se esqueceu de agradecer a Portugal e à Federação pelos
tempos da sua juventude que passou por cá».
Portugal e a FPG poderão necessitar da sua ajuda para a vitória na
candidatura à organização da Ryder Cup de 2018. Com a renúncia da
Suécia, é provável que o dinamarquês Bjorn tenha deixado de ter uma
candidatura preferida, mas como é o actual presidente da Comissão de
Jogadores do European Tour, optou por uma resposta diplomática:
«Portugal é um país que está no coração de todos os jogadores do
European Tour. É um dos nossos destinos de golfe preferidos. Mas a
decisão da Ryder Cup, que terá de ser tomada até Março do próximo
ano, é algo de muito sério e eu diria que Portugal tem tão boas
hipóteses de ganhar como qualquer outra candidatura».
Já sobre o local onde gostaria de defender em 2011 o seu título de
campeão do Estoril Open de Portugal, não teve dúvidas nenhumas:
«Adoraria defendê-lo na Penha Longa» (ver entrevista em baixo).
A cerimónia de entrega de prémios foi dirigida pelo secretário-geral
da FPG, Pedro Vicente, contando com a presença de Fernando Seara
(presidente da Câmara Municipal de Sintra), Duarte Nobre Guedes
(presidente do Turismo Estoril), António Padeira (Director-coordenador
da Promoção do Turismo de Portugal), Manuel Agrellos (presidente da
Federação Portuguesa de Golfe), Peter Adams (director de torneios do
PGA European Tour) e João Pedro Themudo (presidente da PGA de
Portugal).
RESULTADOS
‘Top-5’
O ‘top-5’ definitivo do 54º Estoril Open de Portugal, após a quarta
volta (72 buracos) no campo da Penha Longa, ficou ordenado do
seguinte modo:
1º Thomas Bjorn (Dinamarca), 265 (67+65+65+68),
-23, €166.660.
2º Richard Green (Austrália), 270 (67+65+64+70),
-18, €111.110.
3º Mark Hasstrup (Dinamarca), 272 (67+69+64+70),
-16, €62.600.
4º Robert Rock (Inglaterra), 274 (68+67+68+71), -14, €50.000.
5º Damien McGrane (Irlanda), 275 (64+70+68+73) -13, €42.400.
Português que passou o ‘cut’
57º Filipe Lima (FPG), 287 (71+71+70+75), -1, €2.750.
Portugueses que falharam o ‘cut’
79º Hugo Santos (Ping), 144 (70+74), Par.
79º António Dantas (Penha Longa), 144 (72+72), Par.
92º Ricardo Santos (FPG/PressPeople), 145 (73+72), +1.
113º Gonçalo Pinto (FPG), 148 (72+76), +4*
116º Henrique Paulino (Indra/Mobbit), 149 (76+73), +5.
116º Ricardo Melo Gouveia (FPG), 149 (74+75), +5*.
121º Tiago Cruz (Banco BIG), 151 (76+75), +7.
125º Miguel Gaspar (FPG), 152 (76+76), +8*.
127º Nuno Campino (MyGolf), 153 (72+81), +9.
.
130º António Rosado (CLC), 158 (82+76), +14.
131º António Sobrinho (Vale do Lobo), 159 (77+82), +15.
132º João Malagueira (FPG), 160 (75+85), +16)*.
134º Nelson Cavalheiro (Oceânico), 163 (79+84), +19.
135º Tomás Silva (FPG), 164 (83+81), +20*.
* Amador
Q. You mentioned the conditions there...how tough
was it at times in the wind?
A. It was very tough, because a lot of your approach shots are to
elevated greens, so it’s difficult to know how the wind will react
in the wind. So even wedge shots became very difficult. It was a
tough day on the course, but I had a game plan to shoot something in
the 60s, and I knew that if I managed to do that in those
conditions, I’d be very tough to beat.
Q. Was it difficult to keep your focus on the 18th
tee, after such a long wait?
A. Not really – I knew that even if Richard made eagle I could still
make a bogey and win the tournament, so it wasn’t as big an issue as
it might’ve been. But it’s never nice to wait. There are a few holes
out there where you are going to have to wait, but I kept my
patience. The big holes today for me were 14 and 15 – the two
birdies there were very special.
Q. Can we now start to talk about Thomas Bjorn as
a potential Ryder Cup player?
A. Not really. I’ve got such a long way to go to make the team, so
it’s not really in my mind. I just want to go and play some good
golf over the summer, and if I play like I did this week for a few
events over the summer, potentially there’s a chance to make The
Ryder Cup Team. But it’s taken a lot of hard work to get myself into
this position, so it wouldn’t be fair on myself if I didn’t just
enjoy this moment, instead of starting to get ahead of myself.
Q. Was there ever a time over these past few
years where you doubted that you would win again?
A. When you go through a long winless spell like I did, where I was
playing poorly and struggling mentally, the doubts do start to creep
in. But this year I’ve felt pretty good about how I’ve been playing,
and although I missed six cuts in a row, I had a pretty strong
belief that I would turn it around. I played well in Wales last
week, apart from the last day, and then qualifying for The Open on
Monday was a big boost for me, because I knew I could play well when
I really needed to. I just carried the confidence I took for there
into this week, and that was one of the reasons behind my
performance, which is one of my best for many years – certainly over
the first three days.
Q. Just finally a quick word about Mark Haastrup
– it must be nice to see two Danes in the top three?
A. Yeah, it’s great. He’s a young boy, and so he needs those kind of
performances to give him the confidence and belief that he belongs
out here. Today’s round of 67 was wonderful, so that’s every credit
to him because when you come out on Tour these days, it’s very
difficult to make a name for yourself, unless you’re exceptionally
talented.
Q. You mentioned after Wales that you would have
a different mental attitude the next time you got into
contention...was that the case today?
A. Yeah, I just concentrated on my own game today. I had a
three-shot lead, so things can only really go wrong. So I went out
and just tried to build a score, which is what I’ve done all week. I
put a number in my head, in the 60s, and I knew that if I hot that
score, I’d be very difficult to beat. Even if things don’t go your
way early in the round, just keep plugging away because the birdie
chances will come in the end. So I stayed in the moment all day, and
even though I missed some short putts – particularly on the 12th
– I bounced back and never found myself in too much trouble.
That was the key to winning.
Q. After six missed cuts, what happened this
week?
A. I’ve started putting much better over the last two weeks, and in
order to shoot low numbers, that’s what you’ve got to do. It make
such a big difference, because all of a sudden you don’t have to hit
it to 12 feet to make birdies any more – you can hit it to 12 feet
and still make birdies. So it takes a lot of pressure off your long
game – I feel a lot more freedom in my game these days.
Q. The President of the Portuguese Federation
said he knows you well...
A. Yeah, I first came over here when I was around 40 – we had an
exchange between the Danes and the Portuguese, and we’ve stayed in
touch ever since. He’s a good guy.
Q. Have you got any stories?
A. I was young at the time, so I’m not sure I want to share them!
Q. What have you made of the course? Because some
people have said it’s too short...
A. It is quite short, but it’s always windy here, so that’s the
course’s natural defence. You saw how windy it was today – just
because it’s not that long, it’s still a tough course. You’ve got to
drive the ball very well out there. When I look at my stats this
week, my driving stats have been fantastic. So that’s
basically where I won the tournament.
Q. Would you like to defend your title here next
year?
A. Of course I would!