18º Portugal Ladies Open

LUSO-DESCENDENTES DÃO CARTAS LAURA DAVIES NÃO DESILUDE

 

 

Duas luso-descendentes francesas brilharam na primeira ronda do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open, uma jornada marcada por um novo recorde do CampoReal Golf Resort & Spa, em Torres Vedras, e pela esperança de ver a campeã nacional, Magda Carrilho, passar amanhã o ‘cut’, pela primeira vez em torneios do Ladies European Tour.

 

Gwladys Nocera, bisneta de uma portuguesa que emigrou para França à procura de melhor vida e por lá casou, lidera o torneio de 200 mil euros em prémios monetários, co-organizado pela Carmona Santos Lda., e pelo Turismo do Oeste, com o patrocínio do Turismo de Portugal.

 

«Lamentavelmente só tenho vindo a Portugal para jogar, mas adoro o país e não se que região destacar, porque gostei do Algarve, Lisboa, Cascais e agora desta região do Oeste», disse Nocera, depois de uma primeira volta em 64 pancadas, 8 abaixo do Par.

 

O recorde anterior pertencia à australiana Karen Lunn e à inglesa Trish Johnson, que fizeram 65 (-7) na última volta do ano passado, razão pela qual ocuparam as duas primeiras posições da classificação definitiva.

Quase a completar 36 anos neste mês de Maio, a francesa é uma das sete jogadoras que já foram nº1 europeias, no seu caso em 2008, ano em que venceu cinco dos seus dez títulos.

 

«Não posso fazer comparações com uma época em que tudo me correu bem, mas hoje não fiz erros, fiz 18 ‘greens’ e 31 ‘putts’ e um ‘eagle’ no 18», explicou Nocera, que utiliza um ‘kit’ montado no quarto do hotel para treinar o ‘putt’, enquanto o seu computador transmite por Skype as imagens para o seu treinador Olivier Leglise: «Na semana passada patei mal, esta semana usei este esquema e hoje deu resultado».

 

Mas se Gwladys Nocera manteve poucas ligações a Portugal, Caroline Afonso, pelo contrário, chegou a jogar torneios internacionais com a bandeira portuguesa pintada nos sapatos e foi campeã nacional amadora em 2006, no Oporto Golf Club.

 

Filha de um português e uma francesa, ambos presentes esta semana no CampoReal, Caroline Afonso sente-se quase a jogar em casa, embora hoje em diz represente França e na primeira volta entregou um cartão de 68 pancadas, 4 abaixo do Par, integrada no grupo das 8ª classificadas, com um fantástico ‘eagle’ no buraco 9 (Par-4).

 

Afonso, a actual nº1 do Access Series (a II Divisão do golfe europeu) mas que no ‘Henderson Money List’ do Ladies European Tour (I Divisão) é a 81ª, colocou-se hoje à frente (por 1 pancada) do numeroso grupo que inclui a campeoníssima Laura Davies.

 

A inglesa está encantada com o CampoReal, «belíssimo, estratégico», mas reconhece que «é um percurso montanhoso que não se adequa» ao seu «estilo de jogo», ao não lhe possibilitar «usar o driver nos buracos de Par-5. Na maioria dos casos nem há razão para bater os Par-4 de drive porque pode-se jogar um ferro e um wedge».

 

A antiga nº1 mundial promete, contudo, «tentar adaptar o jogo a estas características do campo» e admite pensar no título: «O Open de Portugal é um dos poucos torneios que não ganhei e quero fazê-lo».

 

A apenas 5 pancadas da líder, pode sonhar com o seu 46º troféu no Ladies European Tour, até porque está a jogar «tão bem como no ano passado e até o putting melhorou hoje».

 

Laura Davies, que a portuguesa Sofia Câmara considerou um Tiger Woods de saias, idolatrando ambos, é um exemplo para as mais jovens, designadamente as portuguesas, cuja melhor representante foi a actual campeã nacional amadora, Magda Carrilho.

 

A jogadora da Quinta do Peru, acompanhada pelo seleccionador nacional da Federação Portuguesa de Golfe, Sebastião Gil, está pela terceira vez a tentar passar o ‘cut’ e desta feita poderá consegui-lo com uma boa segunda volta amanhã, depois de hoje ter concluído os primeiros 18 buracos em 73 pancadas, 1 acima do Par.

 

Mais complicada afigura-se as tarefas da profissional Mónia Bernardo (+7) e das amadoras Susana Ribeiro (+6) e Sofia Câmara (+9).

 

A segunda volta do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open começa amanhã às 08:00 horas, com dois ‘tees’ em funcionamento, nos buracos 1 e 10, sendo a última saída às 14:30 h.

 

No ‘Pro-Am’ de ontem, a vitória sorriu à austríaca Nicole Gergely, com 23 abaixo do Par, jogando com os amadores Francisco Carrilho, Miguel Costa e Rui Faxuxa.

 

O segundo lugar foi da ‘rookie’ norte-americana Jaclyn Sweeney com 22 abaixo do Par, ao lado dos amadores Alison Foster, Carly Cummings e Richard Wilson. O terceiro posto foi para a francesa Anne-Lise Caudal, com Orlando Henrique, Álvaro Dinis e Emílio Fernandes, com -21.

 

Caroline Afonso

- 4 (68 pancadas)

 

«Gostei muito da minha prestação hoje. Foi muito positivo. Terminar o primeiro dia com um score abaixo do PAR e muito bom e isso deixa-me muito contente.

 

«O buraco 18 estragou a volta? Não! Fiz o Par. A bola caiu atrás de um painel publicitário, tive de dropar, mas não fui penalizada.

 

«O melhor da minha volta foi o putting. Fiz 28 putts.

 

«Os primeiros nove buracos foram bons, fiz um eagle no buraco dois.

 

«Gosto muito deste campo. Estou adaptada, depois de cá ter jogado o ano passado. Sinto-me mais à vontade, mesmo sendo um campo exigente.

 

«Para esta edição do Ladies Open não tenho qualquer objectivo pré-definido. Jogar abaixo do Par é o que pretendo. Vamos ver se consigo fazer isso no final dos três dias.

 

«Para amanhã? Quero apenas jogar bem. Só isso.

 

«Este ano joguei quatro torneios e apenas passei um cut. Mas ainda estamos na primeira parte da época».

 

Magda Carrilho (AM)

+1 (73 pancadas)

 

«No início estava com um pouco de medo. Estava muito calor, mas depois o jogo começou a correr bem. Descontraí-me, e isso foi essencial. Consegui manter a calma e terminei com uma pancada acima, apesar de ter acabado os primeiros nove buracos com duas acima do Par. Foi muito bom. Estou muito contente e isso é um bom prenúncio para amanhã.

 

«Tenho muitas esperanças em passar o cut. Vamos ver como corre o dia. Claro que este foi o primeiro dia. Amanhã vou sair com calma.

 

«Está a ser muito melhor que o ano passado. A experiência conta e este arranque foi muito melhor que o do ano passado. Vou jogar tranquila, sem pensar em resultados, nem no cut, jogar o meu jogo com fiz hoje e depois logo se verá».

 

Susana Ribeiro (AM)

+6 (78 pancadas)

 

«Comecei a jogar bem, mas estava um bocado nervosa. No buraco 8 fiz um triplo-bogey e no 9 fiz um bogey. Acabei mal a primeira volta, mas depois nos segundos nove buracos fiz dois birdies nos dois primeiros buracos; em termos gerais acho que correu bem.

 

«Esta é a primeira vez que participo no Ladies Open. Amanhã espero fazer melhor do que fiz hoje.

 

«Participar numa prova desta natureza deixou-me um pouco nervosa, mas depois, com o correr do jogo fui relaxando e fiquei calma. As outras jogadoras foram muito simpáticas para mim. Estou a gostar muito desta experiência.

 

«Quem admiro mais de todas as jogadoras aqui presentes? A Laura Davies. Jogo golfe desde os quatro anos e a Laura Davies sempre foi o meu ídolo. Ela nas mulheres é o Tiger Woods nos homens. Sempre foram os meus ídolos. E agora estar a jogar no mesmo torneio que ela é uma grande satisfação».

 

Sofia Camara

+9 (81 pancadas)

 

«Foi a minha estreia no Ladies Open. No início não estive bem, estava um pouco nervosa, especialmente nos primeiros buracos. Depois aguentei-me até ao fim e acabei razoavelmente bem… tendo em conta os primeiros buracos.

 

«Foi óptimo jogar com profissionais. Uma das jogadoras era diferente, vem de outra cultura (asiática), mas em compensação a terceira jogadora era muito simpática. Jogar com profissionais tem um ritmo muito mais exigente.

 

«O resultado final não foi o que esperava, mas amanhã vai ser melhor.

 

Não senti qualquer pressão pela presença da minha mãe. (Cláudia Dantas, profissional de golfe). Estou habituada a jogar com público, gosto de jogar com público. Senti só pressão de início. No geral, a minha participação acabou por ser positivo».

 

Classificação

 

O ‘top-ten’ do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open, após 18 buracos ao CampoReal, está ordenado do seguinte modo:

 

1ª Gwladys Nocera (França), 64 (-8).

2ª Ashleigh Simon (África do Sul), 66 (-6).

2ª Sarah Kemp (Austrália), 66 (-6).

2ª Stacy Lee Bregman (África do Sul), 66 (-6).

5ª Louise Stahle (Suécia), 67 (-5).

5ª Belén Mozo (Espanha), 67 (-5).

5ª Diana Luna (Itália), 67 (-5).

8ª Caroline Afonso (França), 68 (-4).

Há mais 10 jogadoras empatadas com a luso-francesa.

 

Portuguesas

 

68ª Magda Carrilho (FPG/ Quinta do Peru), 73 (+1), amadora.

110ª Susana Ribeiro (FPG/ Estela Golf), 78 (+6), amadora.

117ª Mónia Bernardo (Sheraton Pine Cliffs), 79 (-7).

112ª Sofia Câmara (FPG/ Quinta do Peru), 81 (+9)

Fonte: Gabinete Imprensa Portugal Ladies Open
13 de Maio 2011

 

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Revised: 04-08-2011 .