Quase a completar 36 anos neste mês de Maio, a francesa é uma das sete
jogadoras que já foram nº1 europeias, no seu caso em 2008, ano em que
venceu cinco dos seus dez títulos.
«Não posso fazer comparações com uma época em que tudo me correu bem,
mas hoje não fiz erros, fiz 18 ‘greens’ e 31 ‘putts’ e um ‘eagle’ no
18», explicou Nocera, que utiliza um ‘kit’ montado no quarto do hotel
para treinar o ‘putt’, enquanto o seu computador transmite por Skype as
imagens para o seu treinador Olivier Leglise: «Na semana passada patei
mal, esta semana usei este esquema e hoje deu resultado».
Mas se Gwladys Nocera manteve poucas ligações a Portugal, Caroline
Afonso, pelo contrário, chegou a jogar torneios internacionais com a
bandeira portuguesa pintada nos sapatos e foi campeã nacional amadora em
2006, no Oporto Golf Club.
Filha de um português e uma francesa, ambos presentes esta semana no
CampoReal, Caroline Afonso sente-se quase a jogar em casa, embora hoje
em diz represente França e na primeira volta entregou um cartão de 68
pancadas, 4 abaixo do Par, integrada no grupo das 8ª classificadas, com
um fantástico ‘eagle’ no buraco 9 (Par-4).
Afonso, a actual nº1 do Access Series (a II Divisão do golfe europeu)
mas que no ‘Henderson Money List’ do Ladies European Tour (I Divisão) é
a 81ª, colocou-se hoje à frente (por 1 pancada) do numeroso grupo que
inclui a campeoníssima Laura Davies.
A inglesa está encantada com o CampoReal, «belíssimo, estratégico», mas
reconhece que «é um percurso montanhoso que não se adequa» ao seu
«estilo de jogo», ao não lhe possibilitar «usar o driver nos buracos de
Par-5. Na maioria dos casos nem há razão para bater os Par-4 de drive
porque pode-se jogar um ferro e um wedge».
A antiga nº1 mundial promete, contudo, «tentar adaptar o jogo a estas
características do campo» e admite pensar no título: «O Open de Portugal
é um dos poucos torneios que não ganhei e quero fazê-lo».
A apenas 5 pancadas da líder, pode sonhar com o seu 46º troféu no Ladies
European Tour, até porque está a jogar «tão bem como no ano passado e
até o putting melhorou hoje».
Laura Davies, que a portuguesa Sofia Câmara considerou um Tiger Woods de
saias, idolatrando ambos, é um exemplo para as mais jovens,
designadamente as portuguesas, cuja melhor representante foi a actual
campeã nacional amadora, Magda Carrilho.
A jogadora da Quinta do Peru, acompanhada pelo seleccionador nacional da
Federação Portuguesa de Golfe, Sebastião Gil, está pela terceira vez a
tentar passar o ‘cut’ e desta feita poderá consegui-lo com uma boa
segunda volta amanhã, depois de hoje ter concluído os primeiros 18
buracos em 73 pancadas, 1 acima do Par.
Mais complicada afigura-se as tarefas da profissional Mónia Bernardo
(+7) e das amadoras Susana Ribeiro (+6) e Sofia Câmara (+9).
A segunda volta do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open começa amanhã às
08:00 horas, com dois ‘tees’ em funcionamento, nos buracos 1 e 10, sendo
a última saída às 14:30 h.
No ‘Pro-Am’ de ontem, a vitória sorriu à austríaca Nicole Gergely, com
23 abaixo do Par, jogando com os amadores Francisco Carrilho, Miguel
Costa e Rui Faxuxa.
O segundo lugar foi da ‘rookie’ norte-americana Jaclyn Sweeney com 22
abaixo do Par, ao lado dos amadores Alison Foster, Carly Cummings e
Richard Wilson. O terceiro posto foi para a francesa Anne-Lise Caudal,
com Orlando Henrique, Álvaro Dinis e Emílio Fernandes, com -21.
Caroline Afonso
- 4 (68 pancadas)
«Gostei muito da minha prestação hoje. Foi muito
positivo. Terminar o primeiro dia com um score abaixo do PAR e muito bom
e isso deixa-me muito contente.
«O buraco 18 estragou a volta? Não! Fiz o Par. A bola
caiu atrás de um painel publicitário, tive de dropar, mas não fui
penalizada.
«O melhor da minha volta foi o putting. Fiz 28 putts.
«Os primeiros nove buracos foram bons, fiz um eagle no
buraco dois.
«Gosto muito deste campo. Estou adaptada, depois de cá
ter jogado o ano passado. Sinto-me mais à vontade, mesmo sendo um campo
exigente.
«Para esta edição do Ladies Open não tenho qualquer
objectivo pré-definido. Jogar abaixo do Par é o que pretendo. Vamos ver
se consigo fazer isso no final dos três dias.
«Para amanhã? Quero apenas jogar bem. Só isso.
«Este ano joguei quatro torneios e apenas passei um cut.
Mas ainda estamos na primeira parte da época».
Magda Carrilho (AM)
+1 (73 pancadas)
«No início estava com um pouco de medo. Estava muito
calor, mas depois o jogo começou a correr bem. Descontraí-me, e isso foi
essencial. Consegui manter a calma e terminei com uma pancada acima,
apesar de ter acabado os primeiros nove buracos com duas acima do Par.
Foi muito bom. Estou muito contente e isso é um bom prenúncio para
amanhã.
«Tenho muitas esperanças em passar o cut. Vamos ver como
corre o dia. Claro que este foi o primeiro dia. Amanhã vou sair com
calma.
«Está a ser muito melhor que o ano passado. A experiência
conta e este arranque foi muito melhor que o do ano passado. Vou jogar
tranquila, sem pensar em resultados, nem no cut, jogar o meu jogo com
fiz hoje e depois logo se verá».
Susana Ribeiro (AM)
+6 (78 pancadas)
«Comecei a jogar bem, mas estava um bocado nervosa. No
buraco 8 fiz um triplo-bogey e no 9 fiz um bogey. Acabei mal a primeira
volta, mas depois nos segundos nove buracos fiz dois birdies nos dois
primeiros buracos; em termos gerais acho que correu bem.
«Esta é a primeira vez que participo no Ladies Open.
Amanhã espero fazer melhor do que fiz hoje.
«Participar numa prova desta natureza deixou-me um pouco
nervosa, mas depois, com o correr do jogo fui relaxando e fiquei calma.
As outras jogadoras foram muito simpáticas para mim. Estou a gostar
muito desta experiência.
«Quem admiro mais de todas as jogadoras aqui presentes? A
Laura Davies. Jogo golfe desde os quatro anos e a Laura Davies sempre
foi o meu ídolo. Ela nas mulheres é o Tiger Woods nos homens. Sempre
foram os meus ídolos. E agora estar a jogar no mesmo torneio que ela é
uma grande satisfação».
Sofia Camara
+9 (81 pancadas)
«Foi a minha estreia no Ladies Open. No início não estive
bem, estava um pouco nervosa, especialmente nos primeiros buracos.
Depois aguentei-me até ao fim e acabei razoavelmente bem… tendo em conta
os primeiros buracos.
«Foi óptimo jogar com profissionais. Uma das jogadoras
era diferente, vem de outra cultura (asiática), mas em compensação a
terceira jogadora era muito simpática. Jogar com profissionais tem um
ritmo muito mais exigente.
«O resultado final não foi o que esperava, mas amanhã vai
ser melhor.
Não senti qualquer pressão pela presença da minha mãe.
(Cláudia Dantas, profissional de golfe). Estou habituada a jogar com
público, gosto de jogar com público. Senti só pressão de início. No
geral, a minha participação acabou por ser positivo».
Classificação
O ‘top-ten’ do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open, após
18 buracos ao CampoReal, está ordenado do seguinte modo:
1ª Gwladys Nocera (França), 64 (-8).
2ª Ashleigh Simon (África do Sul), 66 (-6).
2ª Sarah Kemp (Austrália), 66 (-6).
2ª Stacy Lee Bregman (África do Sul), 66 (-6).
5ª Louise Stahle (Suécia), 67 (-5).
5ª Belén Mozo (Espanha), 67 (-5).
5ª Diana Luna (Itália), 67 (-5).
8ª Caroline Afonso (França), 68 (-4).
Há mais 10 jogadoras empatadas com a luso-francesa.
Portuguesas
68ª Magda Carrilho (FPG/ Quinta do Peru), 73 (+1),
amadora.
110ª Susana Ribeiro (FPG/ Estela Golf), 78 (+6), amadora.
117ª Mónia Bernardo (Sheraton Pine Cliffs), 79 (-7).
112ª Sofia Câmara (FPG/ Quinta do Peru), 81 (+9)