Segue-se um grupo igualmente
extenso de nove jogadores a apenas 1 pancada, o que mostra como a
competitividade está ao rubro e qualquer um pode ainda ganhar o torneio.
As excelentes condições meteorológicas, de sol, calor, sem vento e
apenas uma brisa, proporcionaram uma chuva de birdies e até sete eagles,
fazendo com que os resultados dos portugueses, não sendo muito elevados,
ficassem muito aquém do desejado.
Dos nove portugueses em prova
– um recorde – só Ricardo Santos está com a “cabeça fora de água”, ou
seja, dentro do cut provisório, mesmo no limite, no grupo dos 52º
classificados, com 70 pancadas, 1 acima do Par.
Um ano depois de ter sido o
melhor português de sempre, com um 16º lugar,
Ricardo Santos
sabe que necessita amanhã (sexta-feira) de voltar “a jogar abaixo do
Par”, para seguir em frente.
O algarvio de 31 anos, a
jogar no campo que representa, dobrou os primeiros 9 buracos (tendo
saído do 10), com 2 abaixo do Par, repetindo os birdies nos buracos 17 e
18 que fizera na véspera, no Pro-Am, mas depois, sofreu 1 bogey no 1 e
os restantes 8 buracos foram corridos a Par.
“A verdade é que hoje
foi um jogo um pouco sofrido, não que tenha cometido erros graves, mas
se calhar não dei os shots certos em determinados buracos, de forma a
poder atacar mais nos Par-5 e alguns Par-4 curtos, de forma a ficar mais
perto do green, para ter oportunidade de birdie mais acessível”, disse o
55º classificado na Corrida para o Dubai.
Muitos buracos a cumprir o Par foi também a sina de
Nuno Henriques. “Esta
foi uma volta bastante estranha. Saiu muito fora do normal, sem nenhum
birdie e com um bogey estúpido a começar. Falhei um put bastante curto,
no buraco 10, que foi o meu primeiro buraco, depois fiz 17 pares, a
maior parte a patar para birdie de uma distância de cinco, sete metros.
Não tive grandes oportunidades”, disse o madeirense de 25 anos, que está
no grupo dos 89º classificados, com 1 acima do Par. Nesse mesmo grupo a
2 pancadas do cut provisório figuram ainda
Filipe Lima
e os amadores Ricardo Melo
Gouveia e João Carlota, estes dois últimos produtos do Clube de Golfe de
Vilamoura e membros da selecção nacional da Federação Portuguesa de
Golfe, como Ricardo Santos em tempos mais recuados.
O campeão nacional,
Pedro Figueiredo,
chegou a andar com 3 abaixo do Par, com 3 birdies e sem sofrer bogeys.
Ia bem lançado, mostrando que
recuperara emocionalmente do desaire da semana anterior de ter sido
eliminado na Escola de Qualificação do European Tour, mas a partir do
buraco 12 viveu um pequeno pesadelo, com três bolas a irem parar a
obstáculos de água (12, 14 e 18), provocando 1 duplo-bogey (no 14) e 3
bogeys (12, 13 e 18) nos últimos 7 buracos. Terminou com 73 (+2) no 102º
posto empatado.
Mesmo assim, “Figgy”, de 23
anos, está optimista de poder passar o cut.
“Amanhã vou jogar shot a
shot, mas é lógico que vou ter de fazer algumas pancadas abaixo, alguns
birdies, talvez jogar de forma mais agressiva, mas acho que hoje até ao
12 estava bastante regular, acertava todos os greens”, disse o jogador
que passou duas vezes do cut do Portugal Masters na qualidade de Amador.
Quanto aos restantes
portugueses, António Rosado integra o grupo dos 111º classificados, com
74 (+3), enquanto Hugo Santos e Tiago Cruz são 114º empatados com 75
(+4). Para estes a tarefa é mais complicada, mas não é impossível caso
consigam uma série animadora de birdies.
Foi isso mesmo que aconteceu
hoje a um dos sete líderes, o mais conhecido do público português, o
espanhol Álvaro Quirós, campeão do Portugal Masters em 2008.
Apesar de uma intervenção
cirúrgica a um pulso que o deixou fora de competição durante cinco meses
no início da época, o andaluz tem vindo a recuperar e já alcançou
top-tens nos Opens da Irlanda e de Itália, recuperando alguma da
confiança perdida.
Hoje, o campeão de seis
títulos do European Tour nem começou bem, do buraco 10, com 2 bogeys nos
primeiros 5 buracos, mas depois disso foi um festim, ao carimbar 8
birdies nos últimos 13 buracos, incluindo uma série de 4 consecutivos:
“Não comecei bem, mas gostei da minha atitude de lutar, de querer
recuperar e, de repente, mesmo sem ter jogado muito bem, os putts
começaram a entrar. É muitas vezes a diferença de uma volta mediana para
uma excelente volta. Foi o que aconteceu. Não há dúvida que o meu nível
de putting esteve uma beleza e era disto que eu andava a sentir falta”.
Álvaro Quirós tirou,
naturalmente, partido do seu melhor conhecimento do campo, não tanto por
ter ganho aqui em 2008, mas porque desde Julho mudou de residência para
o Algarve, para os arredores de Vilamoura, assinando um contrato com a
Oceânico Golf para representar o Oceânico Victoria, à semelhança de
Ricardo Santos.
«Agora sou meio português –
disse aos microfones da Sky Sports – e é sempre simpático estar em casa.
É claro que é tudo muito recente mas já considero isto casa».
É essa atitude de luta, de
inverter um resultado inicial menos bom, que se pede hoje aos
portugueses, seguramente muito apoiados pelo público. Hoje entraram no
Oceânico Victoria Golf Course 6.763 espectadores, juntando-se aos 2.814
de ontem, dia do Pro-Am.
A segunda volta começa amanhã
às 8h00, com saídas simultâneas dos buracos 1 e 10, num total de 42
grupos de 3 jogadores cada um. As últimas formações saem às 14h00.
Ricardo Santos, parte às 12h50 do buraco 1. Do mesmo buraco 1 partem
António Rosado (8h10), João Carlota (8h20), Tiago Cruz (8h40), Nuno
Henriques (9h20) e Ricardo Melo Gouveia (14h00). Do buraco 10 saem
Filipe Lima às 13h00, Hugo Santos (13h40) e Pedro Figueiredo (14h00).