VII Portugal Masters

SETE JOGADORES LIDERAM, RICARDO SANTOS NO CUT

 

A sétima edição do Portugal Masters, de dois milhões de euros em prémios, arrancou hoje (quinta-feira) com uma situação inédita. Pela primeira vez, o mais importante torneio de golfe português, patrocinado pelo Turismo de Portugal e organizado pelo PGA European Tour, terminou a jornada inaugural com sete jogadores empatados na liderança. 

Com o Oceânico Victoria Golf Course, em Vilamoura, a jogar-se como um Par-71, sete jogadores cumpriram os primeiros 18 buracos em 65 pancadas, 6 abaixo do Par do campo desenhado por Arnold Palmer: o espanhol Álvaro Quirós, o galês Jamie Donaldson, o irlandês Simon Thorton, o alemão Maximillian Kiefer, o chileno Felipe Aguilar e os ingleses Graeme Storm e David Lynn. 

 

Segue-se um grupo igualmente extenso de nove jogadores a apenas 1 pancada, o que mostra como a competitividade está ao rubro e qualquer um pode ainda ganhar o torneio. As excelentes condições meteorológicas, de sol, calor, sem vento e apenas uma brisa, proporcionaram uma chuva de birdies e até sete eagles, fazendo com que os resultados dos portugueses, não sendo muito elevados, ficassem muito aquém do desejado. 

Dos nove portugueses em prova – um recorde – só Ricardo Santos está com a “cabeça fora de água”, ou seja, dentro do cut provisório, mesmo no limite, no grupo dos 52º classificados, com 70 pancadas, 1 acima do Par.  

Um ano depois de ter sido o melhor português de sempre, com um 16º lugar, Ricardo Santos sabe que necessita amanhã (sexta-feira) de voltar “a jogar abaixo do Par”, para seguir em frente. 

O algarvio de 31 anos, a jogar no campo que representa, dobrou os primeiros 9 buracos (tendo saído do 10), com 2 abaixo do Par, repetindo os birdies nos buracos 17 e 18 que fizera na véspera, no Pro-Am, mas depois, sofreu 1 bogey no 1 e os restantes 8 buracos foram corridos a Par. 

A verdade é que hoje foi um jogo um pouco sofrido, não que tenha cometido erros graves, mas se calhar não dei os shots certos em determinados buracos, de forma a poder atacar mais nos Par-5 e alguns Par-4 curtos, de forma a ficar mais perto do green, para ter oportunidade de birdie mais acessível”, disse o 55º classificado na Corrida para o Dubai. 

Muitos buracos a cumprir o Par foi também a sina de Nuno Henriques. “Esta foi uma volta bastante estranha. Saiu muito fora do normal, sem nenhum birdie e com um bogey estúpido a começar. Falhei um put bastante curto, no buraco 10, que foi o meu primeiro buraco, depois fiz 17 pares, a maior parte a patar para birdie de uma distância de cinco, sete metros. Não tive grandes oportunidades”, disse o madeirense de 25 anos, que está no grupo dos 89º classificados, com 1 acima do Par. Nesse mesmo grupo a 2 pancadas do cut provisório figuram ainda Filipe Lima e os amadores Ricardo Melo Gouveia e João Carlota, estes dois últimos produtos do Clube de Golfe de Vilamoura e membros da selecção nacional da Federação Portuguesa de Golfe, como Ricardo Santos em tempos mais recuados. 

O campeão nacional, Pedro Figueiredo, chegou a andar com 3 abaixo do Par, com 3 birdies e sem sofrer bogeys.  

Ia bem lançado, mostrando que recuperara emocionalmente do desaire da semana anterior de ter sido eliminado na Escola de Qualificação do European Tour, mas a partir do buraco 12 viveu um pequeno pesadelo, com três bolas a irem parar a obstáculos de água (12, 14 e 18), provocando 1 duplo-bogey (no 14) e 3 bogeys (12, 13 e 18) nos últimos 7 buracos. Terminou com 73 (+2) no 102º posto empatado. 

Mesmo assim, “Figgy”, de 23 anos, está optimista de poder passar o cut.  

“Amanhã vou jogar shot a shot, mas é lógico que vou ter de fazer algumas pancadas abaixo, alguns birdies, talvez jogar de forma mais agressiva, mas acho que hoje até ao 12 estava bastante regular, acertava todos os greens”, disse o jogador que passou duas vezes do cut do Portugal Masters na qualidade de Amador. 

Quanto aos restantes portugueses, António Rosado integra o grupo dos 111º classificados, com 74 (+3), enquanto Hugo Santos e Tiago Cruz são 114º empatados com 75 (+4). Para estes a tarefa é mais complicada, mas não é impossível caso consigam uma série animadora de birdies. 

Foi isso mesmo que aconteceu hoje a um dos sete líderes, o mais conhecido do público português, o espanhol Álvaro Quirós, campeão do Portugal Masters em 2008.  

Apesar de uma intervenção cirúrgica a um pulso que o deixou fora de competição durante cinco meses no início da época, o andaluz tem vindo a recuperar e já alcançou top-tens nos Opens da Irlanda e de Itália, recuperando alguma da confiança perdida. 

Hoje, o campeão de seis títulos do European Tour nem começou bem, do buraco 10, com 2 bogeys nos primeiros 5 buracos, mas depois disso foi um festim, ao carimbar 8 birdies nos últimos 13 buracos, incluindo uma série de 4 consecutivos: “Não comecei bem, mas gostei da minha atitude de lutar, de querer recuperar e, de repente, mesmo sem ter jogado muito bem, os putts começaram a entrar. É muitas vezes a diferença de uma volta mediana para uma excelente volta. Foi o que aconteceu. Não há dúvida que o meu nível de putting esteve uma beleza e era disto que eu andava a sentir falta”. 

Álvaro Quirós tirou, naturalmente, partido do seu melhor conhecimento do campo, não tanto por ter ganho aqui em 2008, mas porque desde Julho mudou de residência para o Algarve, para os arredores de Vilamoura, assinando um contrato com a Oceânico Golf para representar o Oceânico Victoria, à semelhança de Ricardo Santos. 

«Agora sou meio português – disse aos microfones da Sky Sports – e é sempre simpático estar em casa. É claro que é tudo muito recente mas já considero isto casa». 

É essa atitude de luta, de inverter um resultado inicial menos bom, que se pede hoje aos portugueses, seguramente muito apoiados pelo público. Hoje entraram no Oceânico Victoria Golf Course 6.763 espectadores, juntando-se aos 2.814 de ontem, dia do Pro-Am.   

A segunda volta começa amanhã às 8h00, com saídas simultâneas dos buracos 1 e 10, num total de 42 grupos de 3 jogadores cada um. As últimas formações saem às 14h00. Ricardo Santos, parte às 12h50 do buraco 1. Do mesmo buraco 1 partem António Rosado (8h10), João Carlota (8h20), Tiago Cruz (8h40), Nuno Henriques (9h20) e Ricardo Melo Gouveia (14h00). Do buraco 10 saem Filipe Lima às 13h00, Hugo Santos (13h40) e Pedro Figueiredo (14h00).

Press-release
10 de Outubro 2013

 

Revised: 14-10-2013 .