Açores Ladies Open

LEONOR BESSA APURADA AOS 16 ANOS

 

Leonor Bessa, de apenas 16 anos, tornou-se hoje (Sábado) na segunda portuguesa a passar o cut no Açores Ladies Open, o mais importante torneio de golfe feminino português, que a Golf Stream organiza até amanhã (Domingo), no Batalha Golf Course, em São Miguel, com o apoio da Associação de Turismo dos Açores e da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor.

Nas três anteriores edições do Açores Ladies Open só Sofia Câmara, em 2012, neste mesmo campo, tinha conseguido o apuramento para os derradeiros 18 buracos. Tal como Sofia Câmara, também Leonor Bessa não irá poder tocar em qualquer prémio monetário, por ser ainda amadora. A única profissional portuguesa presente, a campeã nacional Mónia Bernardo, falhou hoje o cut por 3 pancadas, no dia em que celebrou o seu 38º aniversário.

 

Leonor Bessa por João Moniz

O torneio de 30 mil euros em prémios monetários, integrado no Ladies European Tour Access Series (a segunda divisão feminina europeia), tem uma nova líder, a norueguesa Tonje Daffinrud, totalmente desconhecida em Portugal, mas que tem tudo para vir a ser uma grande jogadora, depois de, nos últimos três anos, ter sido uma estrela do circuito universitário norte-americano.

As 68 pancadas de Tonje Daffinrud, 4 abaixo do Par, são já o melhor resultado de sempre nas três edições em que o Açores Ladies Open passou pelo Batalha Golf Course. A norueguesa de 23 anos não fica, porém, com o recorde do torneio porque, no ano passado, no campo do Clube de Golfe da Ilha Terceira, a espanhola Mireia Prat entregou um espetacular cartão de 64 (-8).

As 74 pancadas de Leonor Bessa ontem (sexta-feira) igualaram a melhor volta de uma portuguesa neste torneio, marca estabelecida por Susana Ribeiro no ano passado, na Terceira.

Os principais resultados do 4º Açores Ladies Open, com apenas três jogadoras a baterem o Par do Batalha Golf Course aos 36 buracos, são os seguintes:

1ª Tonje Daffinrud (Noruega), 139 (71+68), -5
2ª Daniela Prorokova (República Checa), 140 (70+70), -4

3ª Caroline Rominger (Suíça), 141 (70+71), -3

21ª (empatada) Leonor Bessa (Portugal), 154 (74+80), +10

32ª (empatada) Mónia Bernardo (Portugal), 157 (80+77), +13 (falhou o cut por 3)
 

A terceira e última volta inicia-se amanhã, às 9h00, todas as jogadoras saem do buraco 1, Leonor Bessa sai logo no segundo grupo, às 9h10, ao lado da italiana Vittoria Valvassori, enquanto o último grupo, o das três primeiras classificadas, arranca às 10h30. Leonor Bessa, estando no 21º lugar, visa agora o 19º posto de Sofia Câmara em 2012, a melhor classificação de sempre de uma portuguesa neste torneio.  

Leonor Bessa sofreu

Um dia depois de ter sido a primeira portuguesa a entrar no top-ten de uma volta de um torneio a contar para circuitos profissionais europeus, Leonor Bessa apanhou um valente balde de água fria. E não estamos a falar do literal “icce bucket challenge” que andou na moda neste verão, mas do resultado de 80 pancadas, 8 acima do Par, com que fechou a segunda volta, passando o cut mesmo à queima.

Desde que entregou o cartão, até surgirem os resultados finais, a bicampeã nacional de sub-16 viveu uma boa hora e meia de espera e passou momentos de natural ansiedade, sem saber se iria ou não continuar em prova. Foi, então, ajudada a passar o tempo com Susana Ribeiro e Mónia Bernardo.

Na partida para a segunda volta, Leonor Bessa era 9ª classificada, com 2 acima do Par mas o primeiro buraco (saiu do 10) foi logo um pesadelo. O facto de no dia anterior ter feito ali 1 bogey, devido a dificuldades no segundo “shot”, associado à excitação e ansiedade de estar no top-ten, levou-a a 1 triplo-bogey.

«Qualquer pessoa ficaria afetada com esse início e a partir daquele momento foi sempre a correr atrás do prejuízo, o que nunca é bom. É claro que ela precisou de algum tempo para assentar mas depois reagiu bem», disse o seu caddie, José Nicolau de Melo, um dos melhores jogadores do VerdeGolf Country Club, que conhece o campo como poucos e que, no ano passado, fez parte da seleção amadora da Federação Portuguesa de Golfe que venceu a Taça Manuel Agrellos.

Foi um dia de sofrimento para a jogadora do Club de Golf de Miramar. Ao triplo, somou logo outro bogey no buraco 11 e mais vieram no 14 e no 15, para enfrentar novo pesadelo no 18, donde só saiu com outro triplo-bogey. Foi um front nine (o percurso A do Batalha) terrível, cumprido em 45 pancadas, 9 acima do Par.

Nessa altura, muitas jogadoras teriam entrado em pânico. Não só estava bem fora do cut provisório, como começava a tombar para o fundo da tabela. Veio então um birdie providencial no buraco 1. Era o seu 1º do dia e o 3º torneio. Na altura, Leonor não sabia, mas foi o que lhe deu o apuramento para os 18 buracos de amanhã. A partir daí assentou, não perdeu mais nenhuma pancada e cumpriu o back nine (percurso C) em 35 (-1).   

Mónia Bernardo, apesar de continuar a competir, é sobretudo uma treinadora, no Sheraton Pine Cliffs, e foi com esses olhos de técnica que analisou a prestação da sua jovem compatriota: «O que houve hoje foi ansiedade. Só isso não a deixou fazer um bom resultado e também um pouco a sua falta de experiência. A Leonor vai ser uma grande jogadora. Não há nenhuma miúda portuguesa que consiga bater na bola tão bem como ela. Posso dizer que é a melhor batedora de bola de Portugal. Agora, só tem de ganhar estratégia, melhorar o jogo dos 50 metros para dentro. Ela é já uma boa jogadora, mas vai ser muito melhor».

Quando Leonor Bessa deu a entrevista à SportTV já estava claramente aliviada, orgulhosa do feito, mas, ainda assim, consciente de que não tinha sido um bom dia: «Fiquei feliz (passar o cut), porque era um dos meus objetivos, mas hoje não fiquei satisfeita com o meu jogo. Joguei bastante mal nos primeiros nove buracos, mas nos segundos nove joguei com 1 abaixo do Par».

A jogadora de Miramar é, aos 16 anos, a mais jovem portuguesa de sempre a passar um cut em torneios do LET (1ª divisão europeia) ou do LETAS (2ª divisão) mas recusou qualquer protagonismo na comparação com as suas compatriotas: «Se todas tivéssemos passado o cut é que teria sido brilhante. Não fico nada contente por a Mónia não ter passado. Ela merece, é muito boa jogadora, é uma referência para mim, mas é claro que me sinto contente por eu ter cumprido este objetivo».

Em relação ao seu jogo, a bicampeã nacional de sub-16 queixa-se de ainda não ter sido capaz de uma volta em que todos os compartimentos de golfe estejam afinados. Ontem tinha-se queixado do jogo de ferros, mas ficara satisfeita com o putt. E hoje?

«Hoje foi totalmente ao contrário. Hoje “patei” bastante pior, principalmente os putts curtos. O jogo de ferros esteve muito mais consistente, principalmente o voo de bola, o que me dá uma certa confiança para amanhã», explicou.

E a irmã de Tomás Bessa sabe bem o que gostaria de fazer amanhã: «O objetivo será jogar abaixo do Par. Estou confiante de que vai ser um grande dia».

Mónia Bernardo celebra 38º aniversário

Mónia Bernardo não celebrou o seu 38º aniversário como desejaria, com a passagem do cut, ela que até já conseguiu esse feito num Portugal Ladies Open do LET (a primeira divisão). Pelo menos, não ficou totalmente desagradada com a sua volta de 77 (+5). Foram 3 bogeys no front nine, outros 3 no back nine e 1 birdie.

«Hoje dei uma ideia mais correta do meu jogo. Ontem não tinha estado nada bem nos putts. Agora, analisando com calma, recordando os shots perdidos ontem e observando o meu nível de hoje, julgo que teria podido passar o cut sem problema.

«Estou a bater bem na bola, em termos de distância, não vejo grande diferença para as outras, pelo que foi só mesmo os putts não terem entrado e isso faz uma grande diferença», disse.

Tal como há dois anos, não irá jogar no terceiro dia mas apreciou este regresso a São Miguel: «Tivemos um tempo maravilhoso, o campo é lindo e da outra vez em que estivemos cá não tínhamos tido oportunidade de ver isso (pelos dois furacões que fustigaram o torneio), o campo é magnífico e está em excelentes condições e, é claro, celebrar o aniversário aqui é sempre bom. Só o resultado poderia ter sido melhor».

Tonje Daffinrud sabe o que é ganhar

Tonje Daffinrud, a líder do 4º Açores Ladies Open, só se tornou profissional há um mês e marcou de tal forma a sua presença – com três top-ten nos últimos três torneios que jogou no LETAS – que já foi convidada para jogar o Open da África do Sul dentro de duas semanas, um prestigiado torneio a contar para o LET, onde ela quer estar a jogar em muito pouco tempo.

«Hoje tive um grande dia de golfe. Fui muito estável, não cometi muitos erros e fui capaz de concentrar-me em cada pancada», disse a antiga campeã nacional amadora da Noruega.

«É claro que estou contente por liderar o torneio. É por isso que estou aqui. Em todos os torneios em que participo tento estabelecer como objetivo ganhar. Tento não pensar demasiado nos resultados, porque sei que se me tiver preparado bem, poderei jogar agressiva e fazer birdies. Vim mesmo cá para ganhar», acrescentou a vencedora de dois torneios do circuito universitário americano, um dos quais o prestigiado Campeonato da Conferência Oeste.

«Hoje só dei um mau shot e até nesse consegui recuperar para não perder muitas pancadas (o bogey no buraco 4). Estava a “patar” realmente bem, consegui ter oportunidades e aproveitei-as», referindo-se aos 5 birdies carimbados.

Tonje Daffinrud está a jogar pela primeira vez no Batalha Golf Course e gosta do que viu: «É um campo manhoso, traiçoeiro. Não é muito longo, tem de ser-se muito regular do tee e é preciso saber ficar em posição de poder atacar as bandeiras. Nos greens há que conhecer bem o relevo porque se ficamos do lado errado do green enfrentamos problemas».

A jogadora dos Pioneers da Universidade de Denver licenciou-se este ano e regressou à Europa para tornar-se profissional. Na sua carreira amadora, foi vice-campeã europeia, jogou o Campeonato do Mundo pela Noruega, foi convocada para a Junior Solheim Cup pela seleção da Europa, e no circuito universitário americano teve 8 top-ten, incluindo 2 títulos individuais, merecendo variadas distinções na Conferência Oeste.

«Tive uma boa carreira amadora, terminei no 9º lugar no ranking universitário nos Estados Unidos, mas agora estou é mesmo super motivada e muito entusiasmada por iniciar uma carreira profissional e por fazer disto a minha vida», assegurou. Amanhã, poderá conquistar o seu primeiro título desde que assumiu este novo estatuto.

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Press-release
Golfstream
4 de Outubro 2014

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Revised: 06-10-2014 .