85º Campeonato Internacional Amador de Portugal Feminino

OLIVIA COWAN CAMPEÃ, LEONOR BESSA A MELHOR LUSA

 

Leonor Bessa foi a melhor portuguesa no 85º Campeonato Internacional Amador de Portugal Feminino, num ano em que, pela primeira vez, três portuguesas passaram o cut. O mais importante torneio de golfe feminino português para amadoras de alta competição foi ganho pela alemã Olivia Coawn, que conquistou em Palmela o seu 2º título em Campeonatos Internacionais Amadores sancionados pela EGA (Associação Europeia de Golfe). 

   

 

A última jornada no Montado Hotel & Golf Resort voltou a ser chuvosa, com vento e frio e só duas jogadoras lograram bater o Par-72 do campo: a alemã Franziska Friedrich e a espanhola Cavadonga Sanjuan, ambas com 71 pancadas, 1 abaixo do Par, mas nenhuma terminou sequer no top-5. 

O título foi atribuído à alemã Olivia Cowan, de apenas 18 anos, que no ano passado fora 26º (+14) neste Internacional de Portugal. Desta feita, melhorou claramente a sua prestação, com voltas de 74, 69, 73 e 73, andou sempre na luta pela vitória e acabou por triunfar com 289 pancadas, 1 acima do Par, batendo apenas por 1 shot a espanhola Núria Iturros e a alemã Amina Wolf. 

Olivia Cowan conquistou no Montado o seu 2º troféu em Campeonatos Internacionais Amadores do calendário da EGA que contem para o ranking mundial amador, depois do sucesso no Luxemburgo em 2011. 

Em 2014 a alemã obtivera uma série de resultados de relevo, designadamente 2º lugares no European Ladies Amateur Open, no German Matchplay Championship e no Campeonato Nacional de sub-18 do seu país. 

«Vim cá para ganhar, mas não estava à espera que o meu resultado fosse suficiente para o conseguir. Fiquei um pouco em estado de choque. O meu jogo foi muito bom, deixei a bola com frequência perto da bandeira. Podia ter metido mais putts, mas não me posso queixar», declarou ao site “Golf Tattoo”. 

Três portuguesas no top-40 entre 89 participantes 

Foi um ano histórico, em que, pela primeira vez, três portuguesas passaram o cut, ou seja, integraram o top-40 entre 89 participantes. 

Beatriz Themudo, a melhor portuguesa nos três primeiros dias, que terminara a primeira jornada num excelente 7º lugar, admitiu que quatro voltas ao mais alto nível, com mau tempo, quando o Circuito Liberty Seguros da FPG se disputa em torneios de dois dias, deixaram marcas. Mas a jogadora do Club de Golf de Miramar foi a agradável surpresa do torneio. 

«Acusei cansaço tanto físico como psicológico. A certa altura, o corpo deixou de responder, comecei a dar maus shots e a perder a confiança», elucidou, com sinceridade, a campeã nacional de sub-18, depois de uma última volta em 82 pancadas, 10 acima do Par, que a fez tombar para o 32º posto, com um agregado de 305 pancadas, 17 acima do Par, empatada com a alemã Antonia Eberhard. 

Em contrapartida, Leonor Bessa, que em 2014 já tinha sido a melhor portuguesa na prova, apesar de não ter passado o cut na altura, conseguiu a melhor volta nacional pelo segundo dia consecutivo, desta feita em 76 pancadas, 4 acima do Par. 

A bicampeã nacional de sub-16 subiu ao 29º lugar, com um total de 304 pancadas, 16 acima do Par, um dos melhores resultados portugueses dos últimos anos, sobretudo desde que em 2008 o torneio passou a realizar-se em quatro voltas de stroke play. 

«Foi mais uma grande aprendizagem e excelente experiência. Sem dúvida que vai contribuir para a minha evolução futura», disse Leonor Bessa, que já tinha sido a melhor portuguesa de sempre (16º lugar) no Açores Ladies Open do ano passado, o mais importante torneio feminino português, integrado no LETAS, a segunda divisão profissional europeia. 

Quanto a Susana Ribeiro, fez a sua pior volta do torneio no último dia (tal com o Beatriz Themudo), em 79 pancadas, 7 acima do Par, e concluiu a prova no 38º lugar, somando 309 (+21). 

«Hoje estava difícil de jogar porque estava muito vento e eu falhei principalmente nos putts, com 6 greens a 3 putts!», lamentou-se a bicampeã nacional amadora, que passou o cut na prova pela terceira vez nos últimos cinco anos, uma manifestação de regularidade. 

Na última volta, Leonor Bessa sofreu 3 duplos-bogey e 1 bogey, mas adicionou 3 birdies, para um total de 10 birdies em quatro voltas. 

Beatriz Themudo viveu o seu único dia sem birdies (9 nas três voltas anteriores) e perdeu-se com 2 duplos e 6 bogeys. 

Susana Ribeiro ainda fez 1 birdie no 11 (saiu do buraco 10) e concluiu a volta com outro birdie no 8 (o seu penúltimo buraco), mas, pelo meio, deixou 9 bogeys no campo. A bicampeã nacional amadora colecionou 6 birdies na prova. 

Declarações de balanço das portuguesas ao Gabinete de Imprensa da FPG 

Leonor Bessa: «O balanço que faço deste torneio é positivo porque foi mais uma grande aprendizagem e excelente experiência. Sem dúvida que vai contribuir para a minha evolução futura. Tenho imensa vontade de melhorar aquilo que foi menos positivo neste torneio e de partir para a próxima prova com garra e dedicação porque só posso encarar o futuro com uma atitude determinada e ganhadora. Foi pena o primeiro dia ter corrido mal mas foi uma aprendizagem e um acidente de percurso e consegui mostrar isso com os outros resultados. Neste torneio fiz bastantes duplos-boggeys (7), o que condicionou os meus resultados, mas agora é sobre isso que tenho de refletir e continuar a remar rumo à vitória. 

Susana Ribeiro: «Hoje estava difícil de jogar porque estava muito vento e eu falhei principalmente nos putts, com 6 greens a 3 putts! Nos primeiros dois dias bati mal o shot ao green. Apesar de estar confiante nos shots, a bola não saia como queria. No terceiro dia consegui jogar melhor e manter a cabeça fria sem pensar na passagem para o último dia e consegui alcançar um bom resultado. A nível geral considero que o resultado ficou muito aquém daquilo que são as minhas capacidades. 

Beatriz Themudo: «Nos dois primeiros dias, embora o resultado tenha sido igual, bati melhor na bola no segundo, porque senti que estava mais confiante. Em relação ao putt, no primeiro dia, meti putts bastante importantes para Par e estava confiante a "patar", confiança que fui perdendo no segundo dia ao longo do jogo. No terceiro dia fiquei um bocado nervosa por causa do cut, no buraco 13 já ia com +6 e se não fosse a ajuda do meu pai (João Pedro Themudo, profissional e ex-presidente da PGA de Portugal) ter-me-ia espetado e se calhar nem sequer passava o "cut". Hoje, no ultimo dia, acusei cansaço tanto físico como psicológico, e a uma certa altura o corpo deixou de responder, comecei a dar maus shots e a perder a confiança! Mas saio deste torneio com um objetivo cumprido, de cabeça erguida para continuar o trabalho que tenho vindo a desenvolver, voltar a ganhar a confiança no putt pois neste torneio fiz 17 greens a 3 putts o que e bastante mau. Com este torneio acho que ganhei um bocadinho mais de maturidade». 

Declarações de Nuno Campino, selecionador nacional, ao G.I. da FPG 

«É importante verificar que as apostas que temos feito na FPG dão o seu fruto. Claro que quando há bons resultados como este tudo vale a pena, como o estágio de preparação para o torneio neste mesmo campo, mas o que quero salientar é que este resultado, de três passarem o cut, de três a ficarem entre as 40 melhores de um torneio deste nível, é muito importante para o golfe feminino português». 

Resultados e classificações 

Os principais resultados aos 72 buracos (finais) foram os seguintes: 

1ª Olivia Cowan (Alemanha), 289 (74+69+73+73), +1.
 

Portuguesas qualificadas (passaram o cut) 

29ª (30ª, 47ª e 60ª) (empatada) Leonor Bessa, 304 (81+75+72+76), +16.
32ª (era 18ª aos 54 buracos, 19ª aos 36 e 7ª aos 18) (empatada) Beatriz Themudo, 305 (74+74+75+82), +17.
38ª (34ª, 47ª e 39ª) Susana Ribeiro, 309 (78+78+74+79), +21. 

Portuguesas eliminadas (falharam o cut) 

60ª (47ª e 51ª) Joana Silveira, 237 (80+76+81), +21.
79ª (87ª e 76ª) (empatada) Inês Barbosa, 245 (84+85+), +29.

Gab. Imprensa F.P.G.
1 de Fevereiro 2015

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Revised: 04-02-2015 .