A última jornada no Montado Hotel & Golf Resort voltou a ser chuvosa,
com vento e frio e só duas jogadoras lograram bater o Par-72 do campo: a
alemã Franziska Friedrich e a espanhola Cavadonga Sanjuan, ambas com 71
pancadas, 1 abaixo do Par, mas nenhuma terminou sequer no top-5.
O título foi atribuído à alemã Olivia Cowan, de apenas 18 anos, que no
ano passado fora 26º (+14) neste Internacional de Portugal. Desta feita,
melhorou claramente a sua prestação, com voltas de 74, 69, 73 e 73,
andou sempre na luta pela vitória e acabou por triunfar com 289
pancadas, 1 acima do Par, batendo apenas por 1 shot a espanhola Núria
Iturros e a alemã Amina Wolf.
Olivia Cowan conquistou no Montado o seu 2º troféu em Campeonatos
Internacionais Amadores do calendário da EGA que contem para o ranking
mundial amador, depois do sucesso no Luxemburgo em 2011.
Em 2014 a alemã obtivera uma série de resultados de relevo,
designadamente 2º lugares no European Ladies Amateur Open, no German
Matchplay Championship e no Campeonato Nacional de sub-18 do seu país.
«Vim cá para ganhar, mas não estava à espera que o meu resultado fosse
suficiente para o conseguir. Fiquei um pouco em estado de choque. O meu
jogo foi muito bom, deixei a bola com frequência perto da bandeira.
Podia ter metido mais putts, mas não me posso queixar», declarou ao site
“Golf Tattoo”.
Três portuguesas no top-40 entre 89 participantes
Foi um ano histórico, em que, pela primeira vez, três portuguesas
passaram o cut, ou seja, integraram o top-40 entre 89 participantes.
Beatriz Themudo, a melhor portuguesa nos três primeiros dias, que
terminara a primeira jornada num excelente 7º lugar, admitiu que quatro
voltas ao mais alto nível, com mau tempo, quando o Circuito Liberty
Seguros da FPG se disputa em torneios de dois dias, deixaram marcas. Mas
a jogadora do Club de Golf de Miramar foi a agradável surpresa do
torneio.
«Acusei cansaço tanto físico como psicológico. A certa altura, o corpo
deixou de responder, comecei a dar maus shots e a perder a confiança»,
elucidou, com sinceridade, a campeã nacional de sub-18, depois de uma
última volta em 82 pancadas, 10 acima do Par, que a fez tombar para o
32º posto, com um agregado de 305 pancadas, 17 acima do Par, empatada
com a alemã Antonia Eberhard.
Em contrapartida, Leonor Bessa, que em 2014 já tinha sido a melhor
portuguesa na prova, apesar de não ter passado o cut na altura,
conseguiu a melhor volta nacional pelo segundo dia consecutivo, desta
feita em 76 pancadas, 4 acima do Par.
A bicampeã nacional de sub-16 subiu ao 29º lugar, com um total de 304
pancadas, 16 acima do Par, um dos melhores resultados portugueses dos
últimos anos, sobretudo desde que em 2008 o torneio passou a realizar-se
em quatro voltas de stroke play.
«Foi mais uma grande aprendizagem e excelente experiência. Sem dúvida
que vai contribuir para a minha evolução futura», disse Leonor Bessa,
que já tinha sido a melhor portuguesa de sempre (16º lugar) no Açores
Ladies Open do ano passado, o mais importante torneio feminino
português, integrado no LETAS, a segunda divisão profissional europeia.
Quanto a Susana Ribeiro, fez a sua pior volta do torneio no último dia
(tal com o Beatriz Themudo), em 79 pancadas, 7 acima do Par, e concluiu
a prova no 38º lugar, somando 309 (+21).
«Hoje estava difícil de jogar porque estava muito vento e eu falhei
principalmente nos putts, com 6 greens a 3 putts!», lamentou-se a
bicampeã nacional amadora, que passou o cut na prova pela terceira vez
nos últimos cinco anos, uma manifestação de regularidade.
Na última volta, Leonor Bessa sofreu 3 duplos-bogey e 1 bogey, mas
adicionou 3 birdies, para um total de 10 birdies em quatro voltas.
Beatriz Themudo viveu o seu único dia sem birdies (9 nas três voltas
anteriores) e perdeu-se com 2 duplos e 6 bogeys.
Susana Ribeiro ainda fez 1 birdie no 11 (saiu do buraco 10) e concluiu a
volta com outro birdie no 8 (o seu penúltimo buraco), mas, pelo meio,
deixou 9 bogeys no campo. A bicampeã nacional amadora colecionou 6
birdies na prova.
Declarações
de balanço das portuguesas ao Gabinete de Imprensa da FPG
Leonor Bessa: «O balanço que faço deste torneio é positivo porque foi
mais uma grande aprendizagem e excelente experiência. Sem dúvida que vai
contribuir para a minha evolução futura. Tenho imensa vontade de
melhorar aquilo que foi menos positivo neste torneio e de partir para a
próxima prova com garra e dedicação porque só posso encarar o futuro com
uma atitude determinada e ganhadora. Foi pena o primeiro dia ter corrido
mal mas foi uma aprendizagem e um acidente de percurso e consegui
mostrar isso com os outros resultados. Neste torneio fiz bastantes
duplos-boggeys (7), o que condicionou os meus resultados, mas agora é
sobre isso que tenho de refletir e continuar a remar rumo à vitória.
Susana Ribeiro: «Hoje estava difícil de jogar porque estava muito vento
e eu falhei principalmente nos putts, com 6 greens a 3 putts! Nos
primeiros dois dias bati mal o shot ao green. Apesar de estar confiante
nos shots, a bola não saia como queria. No terceiro dia consegui jogar
melhor e manter a cabeça fria sem pensar na passagem para o último dia e
consegui alcançar um bom resultado. A nível geral considero que o
resultado ficou muito aquém daquilo que são as minhas capacidades.
Beatriz Themudo: «Nos dois primeiros dias, embora o resultado tenha sido
igual, bati melhor na bola no segundo, porque senti que estava mais
confiante. Em relação ao putt, no primeiro dia, meti putts bastante
importantes para Par e estava confiante a "patar", confiança que fui
perdendo no segundo dia ao longo do jogo. No terceiro dia fiquei um
bocado nervosa por causa do cut, no buraco 13 já ia com +6 e se não
fosse a ajuda do meu pai (João Pedro Themudo, profissional e
ex-presidente da PGA de Portugal) ter-me-ia espetado e se calhar nem
sequer passava o "cut". Hoje, no ultimo dia, acusei cansaço tanto físico
como psicológico, e a uma certa altura o corpo deixou de responder,
comecei a dar maus shots e a perder a confiança! Mas saio deste torneio
com um objetivo cumprido, de cabeça erguida para continuar o trabalho
que tenho vindo a desenvolver, voltar a ganhar a confiança no putt pois
neste torneio fiz 17 greens a 3 putts o que e bastante mau. Com este
torneio acho que ganhei um bocadinho mais de maturidade».
Declarações
de Nuno Campino, selecionador nacional, ao G.I. da FPG
«É importante verificar que as apostas que temos feito na FPG dão o seu
fruto. Claro que quando há bons resultados como este tudo vale a pena,
como o estágio de preparação para o torneio neste mesmo campo, mas o que
quero salientar é que este resultado, de três passarem o cut, de três a
ficarem entre as 40 melhores de um torneio deste nível, é muito
importante para o golfe feminino português».
Resultados e classificações
Os principais resultados aos 72 buracos (finais) foram os seguintes:
1ª Olivia Cowan (Alemanha), 289 (74+69+73+73), +1.
Portuguesas qualificadas (passaram o cut)
29ª (30ª, 47ª e 60ª) (empatada) Leonor Bessa, 304 (81+75+72+76), +16.
32ª (era 18ª aos 54 buracos, 19ª aos 36 e 7ª aos 18) (empatada) Beatriz
Themudo, 305 (74+74+75+82), +17.
38ª (34ª, 47ª e 39ª) Susana Ribeiro, 309 (78+78+74+79), +21.
Portuguesas eliminadas (falharam o cut)
60ª (47ª e 51ª) Joana Silveira, 237 (80+76+81), +21.
79ª (87ª e 76ª) (empatada) Inês Barbosa, 245 (84+85+), +29.
Gab. Imprensa F.P.G.
1 de Fevereiro 2015
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