João Girão e Gonçalo Costa são os únicos
portugueses dentro do top-40 provisório, a marca do cut aos 54 buracos,
figurando exatamente no grupo dos 40º classificados, com 73 pancadas, 1
acima do Par, mas a maioria dos outros golfistas nacionais ainda tem
boas hipóteses, embora necessite de melhorar nos próximos dois dias.
«O que é importante realçar é que, à
exceção do João Girão, nenhum dos nossos jogadores começou muito bem,
mas conseguiram todos manter a calma e jogar bem nos últimos buracos,
para fazerem um resultado minimamente aceitável, mantendo tudo em aberto
para as aspirações que têm neste torneio», comentou o selecionador
nacional, Nuno Campino.
Um total de 30 jogadores conseguiu bater o
par-72 do campo, provando, uma vez mais, a elevada qualidade dos 120
inscritos no principal torneio de golfe português para amadores de alta
competição.
«O Campeonato tem mostrado isso mesmo nos
últimos anos. Os melhores da Europa têm estado presentes e não é por
acaso que alguns dos últimos campeões estão a jogar agora no European
Tour», comentou Nuno Campino.
Mas não foi só o nível dos jogadores a
contribuir para estes bons resultados. O tempo também ajudou. «Esteve um
dia perfeito para jogar, foi o melhor dia que apanhei em muitas semanas
de treino que levo», admitiu Gonçalo Costa.
«Hoje o campo estava fácil de manhã, com
as condições mais fáceis que se pode ter neste campo. Eles jogaram 10 ou
12 buracos sem vento, não estava frio, a temperatura estava boa, por
isso, esperava um pouco mais de alguns jogadores, que jogassem abaixo do
Par», corroborou Nuno Campino.
Quem soube tirar partido desses fatores
benéficos foi Christoffer Bring, que, tal como João Girão, dobrou os
primeiros nove buracos com 3 birdies e isento de bogeys. A diferença
para o vice-campeão da Taça FPG/BPI foi que o português sofreu depois
bogeys no 10, 14 e no 15, mais 1 duplo-bogey no 16, antes de um último
birdie no 17. Em contrapartida, o dinamarquês de 16 anos perdeu, é
certo, pancadas no 13 e no 16, mas esteve brilhante na ponta final com
birdies no 13 e 17 e eagles no 15 e no 18, sendo que, este último foi um
hole-in-one.
O ás foi executado com um «full swing de
ferro-8, perfeito», percorrendo os 171 metros até ao buraco: «Foi o meu
melhor shot de sempre e no início fiquei especado a pensar no que tinha
acontecido. Depois, levantei os braços e celebrei com os meus parceiros
aos gritos».
Há duas semanas, a italiana Martina Flori
jogou a segunda volta do Internacional Feminino em 65 pancadas, um novo
recorde do campo. Hoje, Christoffer Bring igualou essa marca de 7 abaixo
do Par e Marco Andrade, diretor do Montado Hotel & Golf Resort irá
gravar ambos os recordes numa placa que será pendurada na Clubhouse.
«Foi a melhor volta da minha carreira. Já
tinha feito voltas assim ou melhores em treino, mas nunca em torneios»,
elucidou o dinamarquês, que, obviamente, adorou o Montado: «É um bom
campo, esteve bom tempo, o desenho é bonito e gosto do torneio, forte,
com bons jogadores».
Christoffer Bring diz que os melhores
resultados da sua curta carreira foram 5º lugares no British Boys, no
Campeonato Nacional Amador da Dinamarca e no Campeonato Nacional de
sub-18 do seu país.
O dinamarquês é perseguido por três
jogadores com 67 pancadas, 5 abaixo do Par, portanto, a 2 de distância
do líder, entre os quais o esloveno Zan Luka Strin, que integrou o grupo
de Gonçalo Costa.
Este membro da seleção nacional que foi ao
Mundial do Japão no ano passado, foi o mais consistente dos portugueses,
com 1 birdie (no buraco 12) e 2 bogeys (11 e 3), tendo saído do 10:
«Tive alguns azares no percurso, não estive no meu melhor dia de putt e
isso influenciou o meu resultado, porque, de resto, estive muito sólido
do tee ao green, falhei poucos greens, os que falhei consegui recuperar
e logo aí nota-se a solidez do meu jogo. Mas há dias em que os putts não
entram».
Gonçalo Costa, que regressou ao seu
treinador de há uns anos, Miguel Nunes Pedro, preparou-se bem para o
torneio: «É o campeonato mais
importante que há em Portugal. Estou em forma, estive em semanas
intensas de treino, após terminar os exames da faculdade, estou a
conseguir corrigir o que falhava e, acima de tudo, a recuperar a
consistência de jogo que tinha e o prazer de jogar que sempre tive».
Nota-se também que está mais musculado e
não é por acaso: «Preparei-me especialmente nesta pré-temporada. Falei
com o José Pedro Almeida, que é o meu preparador físico, ele orientou-me
um plano de treino, tenho feito isso cinco vezes por semana e começo a
sentir a diferença de um trabalho regrado e planeado. Parece que não,
mas é cada vez mais uma peça fundamental no swing».
Confiante nas suas capacidades, visa alvos
bem específicos: «O primeiro objetivo é passar o cut e depois é um
top-20, um objetivo que não é muito ambicioso mas possível e da forma
como estou a jogar e joguei hoje poderei atingi-lo».
Quanto a João Girão, que saiu do buraco 1,
o que sobressaiu mais da sua exibição em jeito de montanha russa foi a
capacidade de superar aquele mau momento de 4 pancadas perdidas em três
buracos e começa a ser visível o trabalho de Gonçalo Castanho, o
psicólogo que a FPG contratou para as seleções nacionais.
«Estava a sentir-me confiante, senti que
iria fazer um bom resultado, pelo que foi um arranque proporcional à
forma em que me sentia. Falhei umas pancadas na segunda volta, não foram
erros estratégicos, mas eram importantes e não deveria tê-los falhado em
três buracos seguidos, bogey, bogey, duplo. Estava com 2 abaixo nessa
altura e de repente fiquei com 2 acima, é sempre um choque. Depois
recuperei mentalmente, ainda por cima o Gonçalo Castanho estava comigo e
isso ajudou-me bastante. É um resultado que não compromete e ainda
faltam três dias», explicou o jogador que no ano passado foi o segundo
melhor sub-18 português.
Dos restantes dez portugueses, merece
igualmente algum destaque José Maria Cunha. É certo que as suas 78
pancadas deixam-no no 104º posto, mas se pensarmos que se trata ainda de
um sub-16, com 4,6 de handicap, percebe-se que as suas 6 pancadas acima
do Par acabam por ser um resultado encorajador.
Principais resultados aos 18 buracos foram
os seguintes:
1º Christoffer Bring (Dinamarca), 65 (-7).
Portugueses no cut provisório
40º Gonçalo Costa, 73 (+1).
40º João Girão, 73 (+1).
Portugueses fora do cut provisório
59º Pedro Lencart, 74
(+2).
59º Vítor Lopes, 74 (+2).
71º João Ramos, 75 (+3).
71º Renato Ferreira, 75 (+3)
71º João Magalhães, 75 (+3).
87º Afonso Girão, 76 (+4).
95º Tomás Bessa, 77 (+5).
95º Tomás Silva, 77 (+5).
104º José Maria Cunha, 78 (+6).
118º Rui Morris, 85 (+13).
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Press-Release
Gab. Imprensa F.P.G..
11 de fevereiro 2015
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