Não, não foi a mentira de 1 de Abril, o jovem amador espanhol, Pablo
Martin-Benevides, 20 anos, natural de Malaga, venceu o
Open de Portugal com 7 pancadas abaixo do par do campo de Oitavos.
Num campo que foi muito assolado por ventos fortes, atingindo na primeira
jornada os 50 kms/hora, Martin tornou-se a vedeta do torneio, ecoando o
seu nome, o do Open de Portugal e do campo de Oitavos por todo o mundo
do golfe, devido a este acontecimento inédito na história do European Tour ter
ocorrido pela primeira vez no 1145º torneio organizado por este Circuito.
Pablo Martin-Benevides, aluno da Universidade do Estado de Oklaoma, nos
EUA, conseguiu este feito: no 5º torneio que disputou no European
Tour; com a idade de 20 anos e 340 dias, tornando-se o segundo mais jovem
campeão de sempre do European Tour e o mais jovem do Open de Portugal; no
3º lugar no ranking dos mais jovens campeões espanhóis após Seve
Ballesteros – vencedor do Open da Holanda, em 1976, com 19 anos e 121 dias
de idade – e, de Sergio Garcia, que venceu o Open da Irlanda, em 1999, com
19 anos e 176 dias.
Martin jogou o torneio a convite da Federação Portuguesa de Golfe e da
Quinta da Marinha Oitavos Golfe, por ser, actualmente, o nº 1 do
ranking mundial amador, não sendo portanto um desconhecido.
Em 2005 Martin ganhou uma bolsa de estudos universitários nos Estados
Unidos sendo então o nº 1 amador europeu.
Em 2001, com 15 anos apenas, Pablo ganhou o British Boys Amateur
Championship; em 2002 conquistou o Campeonato Europeu Individual Amador
de Sub-16 e o Campeonato da Europa por Equipas de Sub-18; em 2003,
averbou triunfos no Orange Bowl e no Campeonato Internacional Individual
Amador de Espanha, vencendo também por equipas o Eisenhower Trophy, Campeonato da Europa Amador por Equipas e o Jacques Leglise Trophy (na
selecção da Europa Continental); em 2005, recebeu o Phil Mickelson Award
que distingue o melhor estreante no Campeonato Universitário Americano;
em 2006, recebe o Jack Nicklaus Award que se destina a premiar o melhor
jogador do ano no Campeonato Universitário Americano, como aluno da
Oklahoma State University, onde se candidatou a uma licenciatura em
Economia.
No próximo verão Martin – uma vez que interrompe agora a actividade
golfista, após este torneio inesquecível, para se dedicar aos estudos –
pensa ingressar, em Novembro deste ano, no circuito profissional,
tornando-se membro do European Tour, graças à insenção de dois anos que
agora obteve o que lhe permite participar em todos os torneios do Circuito em
2007 e 2008.
O prémio de 208.330 euros foi parar às mãos do vice-campeão, o francês
Raphaël Jacquelin, uma vez que o estatuto de amador não permite a Martin
receber qualquer prémio.
Pablo obteve no torneio 73, 70, 66 e 68 pancadas, obtidas com: um
eagle; 16 birdies ; 44 pars; e, 11 bogeys, tendo
conseguido uma última volta sem bogeys em que concretizou, 3
birdies e 15 pars.
O vice-campeão do evento foi o francês Raphaël Jacquelin, 33 anos,
natural de Lyon, que apurou 70, 69, 72 e 67 pancadas, 6 pancadas abaixo
do par do campo, tendo recebido o chorudo prémio de 208.330 euros
– que não pôde ser entregue a Martin – montante com que ascendeu o 16º
lugar da ordem de mérito, onde apresenta ganhos acima do 287 mil euros,
obtidos em seis dos oito torneios em que participou.
O 3º lugar do evento foi partilhado pelo alemão Martin Kaymer –
classificado entre os 10 primeiros jogadores do Challenge Tour de 2006 –
os ingleses, David Griffiths e Graeme Storm – que faziam parte dos 118
classificados na ordem de mérito de 2006 – e, o sul-africano, Charl
Schwartzel – vencedor dum torneio entre 2005 e 2007, mais propriamente,
do Dunhill Championship de 2005; que concretizaram 3 pancadas abaixo do
par do campo.
No grupo dos classificados no 7º lugar figuram: os escoceses, Alistair
Forsyth e Andrew Oldcorn; o sueco, Michael Jonzon, vencedor do Open de
Portugal de 1997; e, o alemão, Sven Strüver; que apuraram 2 pancadas
abaixo do par do campo.
Digno de nota especial é o sueco Alexander Noren, colega de Martin no
Oaklaoma University, que chegou ao fim da terceira ronda no comando da
prova, tendo acabado por se ver relegado para a 11ª posição do evento ao
bater 76 pancadas na ronda final, após ter executado as rondas anteriores
com 71, 68 e 68 pancadas.
Algo de semalhante aconteceu ao inglês Ross McGowan – detentor do título
de campeão amador de Inglaterra de 2006 – que saiu da liderança no fim da
segunda volta do evento – onde chegou com duas marcas de 68 pancadas –
caindo para o 17º lugar, empatado, após ter apurado nas voltas seguintes 72 e 76
pancadas, onde foi encontrar o vencedor deste evento em 2000, o escocês Gary
Orr.
Dos portugueses presentes na prova só dois conseguiram passar o cut
– Tiago Cruz e Filipe Lima.
Tiago Cruz, vice-campeão nacional de 2006, que já o ano passado passou o
cut, tornou-se o único português a passar o cut em todos
os torneios em que participou, em número de seis, não tendo porem conseguido
o seu objectivo de se classificar nos Top-30 da competição.
Cruz recebeu um prémio especial instituído pela F.P.G. destinado ao
melhor português no torneio, que obteve o 54º lugar, empatado, com as
marcas de 70, 76, 71 e 72 pancadas, 5 acima do par do campo,
resultado com que concluiu o consagrado Paul Broadhurst – campeão do
evento em 2006 e 2005 – e outros jogadores de nomeada, como sejam: John
Bickerton; Brian Davis; Sören Hansen, que receberam cada, o prémio de
4.178 euros.
Lima, assim como Cruz, passou o cut à tangente – que eliminou os
jogadores com cinco e mais pancadas em relação ao par do campo
–tendo apurado nas voltas 75, 71, 77 e 69 pancadas, oito shots acima
do par do campo, resultado que o posicionou no 68º lugar,
empatado, na competição.
Com o prémio de 2.625 euros Lima encontra-se no 183º lugar da ordem de
mérito, com 20.841 euros obtidos em quatro dos dez torneios que já
disputou esta época.
No ano passado Filipe Lima, após este evento, encontrava-se no 131º lugar
da ordem de mérito, antes de vir a conquistar na China o seu melhor
resultado na época, um 3º lugar.
No grupo dos sete jogadores que não passaram o cut distingue-se o
amador Pedro Figueiredo, que obteve o 74º resultado com 5 pancadas acima
do par, que ao não conseguir o seu objectivo de passar o cut,
falhou o mesmo por apenas uma pancada, tendo sido o melhor deste grupo de
jogadores.
Os restantes portugueses que não passaram o cut obtiveram os
seguintes lugares e resultados no torneio: Hugo Santos e António Sobrinho
– 107ºE/+8; Ricardo Santos – 128ºE/+10; Nuno Campino – 143ºE/+13; João
Carlota (am) – 154º/+23; e António Rosado (am) – 155º/+26.
Os vencedores do torneio em anos anteriores que passaram o cut,
conseguiram as classificações e resultados seguintes: Michael Jonzon –
(1997) – 7ºE/-2; Gary Orr (2000) – 17ºE/par; Van Philips –
25ºE/+2; Paul Broadhurst (2006, 2005) – 54ºE/+5.
Não passaram o cut os seguintes anteriores vencedores do torneio:
Steven Richardson (1991) e Philip Price (2001, 1994).
Alguns dos mais cotados jogadores obtiveram as classificações e
resultados seguintes: Nick Dougherty – 21ºE/+1; Simon Dyson 21ºE/+1; Paul
Lawrie – 25ºE/+2; Robert-Jan Derksen e Daniel Vancsik – 34ºE/+3; e,
Francesco Milonari – 46ºE/+4.
Não passaram o cut, entre outros jogadores: Andres Romero; David
Frost; Miles Tunnicliff; Christian Cevaërt; Andrew Echenique; Jean
François Remesy; Notah Begay III; Ignacio Garrido; Jean Van de Velde; e,
Ariel Canete. |