58º Open de Portugal at Royal Óbidos

TRÊS ANOS EM ÓBIDOS PARA DESCENTRALIZAR, MELO GOUVEIA COM AMBIÇÃO

A Federação Portuguesa de Golfe assinou hoje (terça-feira) o contrato com o Royal Óbidos Spa & Golf Resort para ser o palco da 58.ª edição do Open de Portugal at Royal Óbidos, sob a chancela do European Challenge Tour, numa cerimónia realizada esta manhã, no Hotel Albatroz, em Cascais, na presença de, entre outros, o atleta olímpico Ricardo Melo Gouveia e o bicampeão nacional Tomás Santos Silva. 
O único torneio de golfe português do European Challenge Tour muda de local, após três anos no Morgado Golf Resort, no Algarve, e atrairá a elite deste circuito europeu, de 17 a 20 de setembro de 2020. O sempre popular Pro-Am decorrerá a 16 de setembro e contará, entre outros, com os dois padrinhos da competição, o apresentador Jorge Gabriel e o jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos, duas “caras” bem conhecidas da RTP. 
O Royal Óbidos Spa & Golf Resort foi desenhado por Severiano Ballesteros. Foi, aliás, como salientou Kostantin Ranchinskiy, administrador do resort, «o último projeto concretizado por essa grande figura do golfe mundial». O saudoso Seve, provavelmente o melhor golfista europeu de sempre, disputou várias vezes o Open de Portugal, tentando conquistar um dos raros Opens nacionais do European Tour que faltam ao seu palmarés. «É uma homenagem a ele», sublinhou Kostantin Ranchinskiy. 
O contrato será por três anos, como patenteou Miguel Franco de Sousa, o presidente da Federação Portuguesa de Golfe (FPG), «de 2020 a 2022», com prémios monetários no valor de «200 mil euros, o mesmo deste ano» e um orçamento global «que ascende a 350 mil euros», suportados por apoios do «Turismo de Portugal, IPDJ, câmara Municipal de Óbidos e patrocínios privados». 
Para além de Miguel Franco de Sousa e de Konstantin Ranchinskiy, esteve também na cerimónia de assinatura Alain de Soultrait, o diretor-geral do Challenge Tour que anunciou que o número de participantes será reduzido para «144 jogadores em vez de 156», acrescentando que o número de convites para portugueses competirem no Challenge Tour em 2020 irá manter-se na ordem dos «42, 41, cerca de 40». 
Miguel Franco de Sousa frisou a relevância desses convites: «Fazermos esta competição é a única forma de darmos oportunidades de jogo no Challenge Tour a jogadores que não tenham o cartão. O Ricardo Melo Gouveia beneficia de um cartão “full” para 2020, não vai beneficiar destes “wild cards” e é uma grande honra para nós tê-lo no nosso torneio. Mas outros como o Tomás Santos Silva, o João Carlota, o Tomás Bessa, o Tiago Cruz, enfim, tantos outros jogadores, beneficiam muito pelo facto de organizarmos o Open de Portugal como uma prova do Challenge Tour». 
O presidente da FPG referiu, para além da dimensão desportiva do Open de Portugal, a dimensão económica é igualmente determinante, explicando parte da decisão de sair do Algarve e de deslocar o torneio para o Oeste: «Entre 2017 e 2019 estivemos no Morgado Golf Resort no Algarve, e agora temos a oportunidade de ir para uma nova região, para um novo destino como Óbidos, porque para nós também faz todo o sentido haver alguma descentralização nos grandes eventos. Há outras regiões do país que devem beneficiar do turismo de golfe. O Algarve é o melhor destino de golfe do Mundo, mas também temos a responsabilidade de estabelecer e de criar novos destinos que sejam atrativos para os jogadores estrangeiros que nos visitam». 
Ricardo Melo Gouveia e Tomás Santos Silva serão duas das estrelas do golfe nacional que irão jogar o Open de Portugal at Royal Óbidos, mas com objetivos muito diferentes em 2020. 
Ricardo Melo Gouveia terá de ser considerado um dos candidatos ao título, ele que conta no seu palmarés com três troféus neste circuito, mas o atleta olímpico português no Rio2016 tem objetivos ainda mais ambiciosos, o que é natural, tendo em conta que, em 2015, foi o n.º1 do ranking do Challenge Tour, um recorde nacional: «O meu objetivo principal é voltar ao European Tour. Ganhar o cartão e, porque não, tentar vencer o Challenge Tour, outra vez, como fiz em 2015. Foi a minha melhor época, senti que em qualquer torneio tinha hipótese de ganhar. Espero que para o ano voltem essas memórias e energias. Neste momento, não penso muito na qualificação olímpica, mas com bons resultados no início do ano, pode ser que entre no ranking olímpico. Jogar nos Jogos Olímpicos mais uma vez é um dos meus objetivos». 
Tomás Santos Silva, por seu lado, também sonha chegar ao European Tour, mas planeia uma escalada mais diluída no tempo e o Open de Portugal será uma das muitas etapas que sente ter pela frente. 
«Em 2020, se houver oportunidade, irei querer jogar alguns torneios do Challenge Tour, mas vou estar cem por cento focado no Alps Tour (uma das terceiras divisões europeias), porque penso que será por aí que chegarei ao Challenge Tour em 2021 e, quem sabe, a partir daí, atingir os meus objetivos (de European Tour)», disse. 
No fundo, o bicampeão nacional deseja traçar um percurso semelhante ao de Pedro Figueiredo que jogou uma terceira divisão europeia em 2017 (Pro Golf Tour), a segunda divisão em 2018 (Challenge Tour) e que desde 2019 que já está na primeira divisão, onde irá manter-se em 2020 (European Tour). 
O Open de Portugal at Royal Óbidos, promovido pela FPG, será a primeira grande competição internacional masculina a contar para rankings mundiais de profissionais na região do Oeste a norte de Lisboa. 
Contudo, no setor feminino, também com o apoio da FPG, mas sob uma organização privada, o Portugal Ladies Open, do Ladies European Tour, já tinha passado pelo Golden Eagle, em Rio Maior, em 2009, e pelo Dolce CampoReal, em Torres Vedras, em 2010 e 2011.

 

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Revised: 01-12-2019 .