DICA Nº 9 - "A
Irritiqueta"
Este jogo, que Winston Churchill apelidou de uma maneira
cara de jogar ao berlinde, está cheio de “paneleirices”. Perdoem-me o
termo mas, não me ocorreu outro. Aqueles britânicos, invejosos do nosso
sol, impingiram-nos umas regras de etiqueta que uma pessoa que começa a
jogar deve pensar que se está a jogar ao jogo da estátua.
Eu quando vou à praia, não ando a alisar as pegadas das
pessoas que vão à minha frente, ou atrás, aliás aquilo na praia nunca se
sabe bem quem está à frente ou atrás, é um perigo. Quando ataco bem a
bola e sai um “bife”, porque não levá-lo para casa? A vida não está
fácil. E aqueles buraquinhos que fazemos de vez em quando nos greens que
se chamam “aleluia”, para quê arranjá-los? Deviam era dar-nos uma
medalha. E a bandeira, porque é que não a podemos atirar como se
estivéssemos a treinar o lançamento do dardo, ora essa.
E agora, vamos às subtilezas. Porque é que fica bem
desejar bom jogo aos nossos parceiros no tee do 1? Eu quero é ganhar.
Deixemo-nos de hipocrisias. Abrir a luva, fazer sombra ou tocar o
telemóvel quando os parceiros de jogo vão jogar, são coisas tão
mesquinhas que só servem de desculpa quando se falha um shot. Quando
acertam, não ouvem nada. Andar a correr e a saltar aos berros no meio do
campo, são demonstrações de alegria que não se podem ter a jogar golf. É
uma tristeza!
Agora, há uma coisa que devem saber. O jogador que está
mais perto do buraco, vai assistir a bandeira. O penúltimo a “patar” é o
que deve colocá-la no buraco. Nunca se deixa um jogador sózinho no green
a “patar”. É tudo uma questão de educação!
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel
3 Março 2010
DICA Nº 8 - "As apostinhas"
Fazer uma partida de golf sem uma apostinha, é como jogar
gamão a feijões, ou seja, não tem lá muita piada. Isto não se aplica
quando estamos a jogar um campeonato, porque nesse caso já existe a
pressão de fazer um bom resultado, nem quando se é principiante porque
aí ainda existe a pressão de se acertar na bola. Agora, quando um
jogador já cumpre o seu handicap, recomendo que aposte a qualquer
coisa, numa partida amigável.
Pode ser uma bebida, um almoço, um jantar, uns trocados,
às bolas, “sindicatos”, enfim, a qualquer coisa que seja pagável logo a
seguir ao jogo. Não é para ninguém ficar mais rico, ou mais pobre, é
simplesmente para se jogar com mais atenção, mais interesse, ser mais
competitivo, jogar com mais ritmo, sentir a pressão do jogo e também,
para haver uma certa picardia saudável quando mandamos aquelas “bocas”
deliciosas em que normalmente só os que jogam há mais tempo é que as
percebem ou sentem e, finalmente, também para ter o prazer de ganhar,
principalmente aqueles que são mais amigos (não é Carlos?).
É pelo respeito do jogo de golf que se deve apostar.
Digam-me lá qual é a piada de andar uma manhã ou uma tarde inteiras a
jogar com os amigos a repetir bolas quando se falha (e às vezes não são
poucas), a serem todos muito simpáticos uns com os outros e chegarem ao
fim do jogo e ninguém saber quem ganhou! Por amor de Deus. Isso não
existe! Apostem! E depois há a desforra...
Divirta-se e aproveite o passeio.
Um abraço
Miguel 25 Fevereiro 2010
DICA Nº 7 - Distância
O principal objectivo de
um jogo de golf é meter a bola no buraco no menor número de pancadas. No
entanto, qualquer golfista, pretende atirar a bola sempre mais longe.
Porquê? Porque é uma vantagem e também porque dá um enorme gozo. Uma vez
um aluno meu com handicap 9, e já com uma idade respeitável, disse-me:
“Ó Miguel, preciso ganhar 30 klmetros urgentemente”. E eu,
respondi-lhe prontamente: “Isso é fácil, começa a jogar do tee das
senhoras”. O que eu pretendo dizer com isto é que, quando um jogador já
tem um swing razoável, uma boa técnica e um bom ritmo, é muito difícil
ganhar distância. Cada jogador tem o seu swing natural e uns, por um
motivo ou outro, conseguem atingir maiores distâncias.
A meu ver, só há
três maneiras para obter mais distância:
1. Melhorar
a técnica
2. Material
- pode não ter o material adequado ao seu swing
3. Melhorar
a condição física
O John Daly (com aquela
barriga), o Tom Watson (com 60 anos), o Ian Woosnam (com 1,64 de altura)
ou o Álvaro Quirós (com três quartos de swing), são jogadores
naturalmente compridos. Cada jogador tem as suas características e não
vale a pena forçar. Paciência. Não dá mais do que aquilo. Também eu
queria!
Divirta-se e aproveite o
passeio.
Um abraço
Miguel
17 de Fevereiro 2010
DICA Nº 6 - O Golfe e a Família
Caros Amigos
Será que o golf é um jogo familiar? Gostava de saber qual
é a sua opinião. Eu vou dar-vos a minha. Sempre que jogávamos juntos, o
meu Pai, os meus irmãos e eu, nunca passámos do buraco nº 4 da
Carregueira e, ao fim de dois buracos, já só havia dois jogadores em
campo. Não dá! São todos a dar palpites uns aos outros. Faz assim, faz
assado, é confiança a mais, eu sei lá, é impossível.
E nas férias? Partidas familiares nas férias são um
espectáculo. Avós, filhos, netos, sobrinhos, irmãos, casais, cunhados. É
uma alegria. O objectivo nº 1 e único é ver se o jogo chega ao fim. Mas
porque é que nós insistimos em jogar juntos? Primeiro, porque todos
adoramos este maldito jogo e depois porque, na realidade, é um jogo
familiar. Qual é a modalidade em que um avô pode competir com um neto?
Um homem com uma mulher?
Aconselho e recomendo que incentivem todos os vossos
familiares, que não jogam, a começarem. Isto é óptimo! E discutir também
é óptimo! Agora, jogarem muitas vezes juntos, já é um caso a
considerarem...
Divirta-se e aproveite o passeio em família!
Um abraço
Miguel
9 de Fevereiro 2010
DICA Nº 5 - A arte de saber "patar"
Caros Amigos
Se fizermos uma partida de golf, com todos
os greens in regulation, e depois fizermos dois putts em todos os
buracos, “patar” é 50% do jogo. Como todos sabemos, na realidade não é
bem assim. Normalmente, andamos a deambular por algumas zonas do campo
que nem sempre são verdes (há que justificar o green-fee) e isso faz com
que a percentagem de utilização do putter seja de 35/40% do total de
pancadas que damos numa volta (depende um pouco do nível de cada
jogador).
É
frequente perguntarmos a um jogador: “Então quantas é que fizeste?”. E
ele, ao fim de um quarto de hora interminável em que nos contou todas as
suas pancadas, peripécias e, inclusivé tacos que jogou, responde o
seguinte: “É pá, joguei muito bem mas fiz sete greens a três putts e um
a quatro”. Santa paciência, não há “pachorra”. Não vale a pena
justificar o mau resultado com os putts. É a pancada que fazemos mais
vezes durante um partida e, por isso, temos que treiná-la e ter a mesma
atenção que temos quando batemos um drive. O putt é como a vida, é feita
de altos e baixos. Ou seja, há alturas em que estamos a “patar” melhor
do que outras. O importante é percebermos que, quando elas não querem
entrar, temos que ter calma, paciência e esperar por melhores dias.
Recomendações para “patar” bem, sem arranjar desculpas:
1ª
Antes de ir jogar, pegue em três bolas e vá até ao putting-green. Faça
uns putts compridos, uns de meia distância e outros curtos, só para
ganhar um certo “feeling”. Nota – o Lee Trevino não gostava de meter
putts compridos no putting-green antes de ir jogar. Dizia que se
gastavam!
2ª
Quando chegar ao buraco nº 1 e fizer o seu primeiro putt, tente perceber
que existe a sua maneira de “patar” do dia. Coloque-se à bola da forma
mais natural e simples que encontrar e, deixe-se levar pelo seu
instinto.
3ª
Dê mais importância à distância do que à direcção.
4ª
Pense em jogar a bola para perto do buraco. Às vezes, ela entra.
5ª
Não demore, nem complique.
6ª
Putts a descer, só entram a morrer. Putts a subir, dê menos linha e mais
força mas nunca deixe o putt a seguinte a descer.
7ª O
vento também tem muita influência. Dê sempre um desconto e, é sempre
mais fácil “patar” contra o vento do que a favor.
8ª
NAP (corte da relva). Tente ver (às vezes não é fácil) para onde a relva
cresce pois tem influência na trajectória da bola. Normalmente, a relva
cresce para o lado do mar, rio, lagos.
9ª
Se falhar um putt curto, não se chateie, não vale a pena. Vai ver que
vai falhar muitos mais. Os profissionais também falham só que, falham um
bocadinho menos.
10ª
Não passe a vida a trocar de putter. O problema é mais do índio do que
da flecha. Jogue sempre com o “seu”putter.
Divirta-se a aproveite o passeio!
Abraço
Miguel
3 de Fevereiro 2010
DICA Nº 4 - "O Azimute"
Caros Amigos
Tirar o azimute, alinhar ou apontar é um dos fundamentos básicos do golf.
Temas que eu abordei anteriormente como o ritmo, grip ou postura, só têm
sentido se um jogador tirar bem o azimute. Quando se chega a um
determinado nível de jogo, é seguramente o ponto em que temos que ter
mais atenção. Não adianta nada ter o melhor swing do mundo, se não
tivermos a pontaria bem afinada.
Já assisti a várias rotinas curiosas de tirar o azimute, tais como:
colocar-se à bola e, com o taco, fazer o gesto de um tiro de espingarda;
taco atrás da bola e fazer uma espécie de uma “verónica” até chegar à
posição pretendida; “à Jim Furick” que pisca o olho vezes sem fim até
bater na bola e, às vezes, até depois ou será que ele nos anda a enganar
e é um sério concorrente do Tiger Woods. Estes golfistas são cá uns
malandros!
Ou seja, cada pessoa tem o seu ritual sagrado de tirar o azimute. O
mais importante é que a bola vá para onde a pretendemos jogar. Como é um
ritual sagrado, a minha recomendação é a seguinte: coloque-se atrás da
bola na direcção do alvo, reze um Pai Nosso e duas Avé Marias (se não
fôr católico ou fôr de outra religião, não maltrate a família),
dirija-se para a bola confiante, determinado, nada de medos e imagine
que vai dar um “ganda shot”. Se fôr um jogador natural de draw,
coloque-se quase sempre (há excepções) do lado esquerdo do tee; se, por
outro lado, fôr de fade, coloque-se do lado direito (também há
excepções). Tem a ver com os ângulos. Perdoa mais. Se por acaso fôr um
jogador naturalmente militar, ou seja, esquerda, direita, esquerda,
direita, reze três Pais Nossos e cinco Avé Marias.
Divirta-se e aproveite o passeio!
Um abraço,
Miguel
27 Janeiro 2010
DICA Nº 3 - "O Espelho"
Toda a minha vida de golfista que, coincide mais ou menos com a minha
existência, treinei muito em frente ao espelho. O meu Pai, tem no quarto
um espelho óptimo onde ele, os meus irmãos, eu e alguns amigos que íam
lá a casa tentávamos descobrir o verdadeiro segredo do swing de golf.
Devo dizer que o meu Pai, é um dos melhores jogadores do mundo em frente
ao espelho e, todas as semanas, descobre um segredo diferente. Chega a
ser desesperante. O único problema é que a minha Mãe, que é
provavelmente uma das maiores viúvas do golf da Península Ibérica está
sempre a esconder o taco que está debaixo da cama porque a carpete do
quarto está quase tão má como o relvado do estádio de Alvalade. Por
isso, tenho que treinar noutros espelhos. No outro dia, a secar as mãos
num restaurante, descobri um espelho fantástico e vi o meu swing de um
ângulo que nunca tinha visto. Colocava-me um bocado de lado em relação
ao espelho e via o meu swing de costas. Posso dizer-vos que descobri um
segredo novo. Ora bem, o que eu recomendo é que tentem descobrir o vosso
segredo em qualquer espelho. Aviso já que nem ao meu Pai disse qual era
o restaurante. “Top Secret”. A não ser que me convidem para ir lá
jantar...
Bom, isto tudo para dizer-vos que neste
Inverno chuvoso e desagradável, em que o S.Pedro abandonou
definitivamente a modalidade, dediquem-se ao golf virtual – play station,
ver golf na Sport Tv (na África do Sul está um tempo de fazer inveja) e
o nosso querido espelho. Tem uma vantagem. É que perdemos menos bolas!
Divirtam-se e aproveitem o passeio, no
corredor, claro!
Um abraço,
Miguel
20 Janeiro 2010
DICA Nº 2 - "Basics"
Ter
um bom grip e uma boa postura é meio caminho andado para ser, pelo
menos, um razoável jogador de golf.
Grip: Segurar e não agarrar o
taco
Postura: Atlética e Relaxada
Comece a pensar em baixar o seu handicap apenas depois do Carnaval. Até
lá, tente melhorar o seu swing. Se tiver uma boa base - grip e
postura - além de melhorar o seu jogo, quando jogar mal, vai ver que
não vai ser tão mal como se tivesse uma base errada. Nunca se esqueça:
"O swing vai e vem com muita facilidade". Por isso recomendo: vá ter com
o seu professor para ele fazer o diagnóstico dos seus basics. Se calhar
chegam 5 minutos!
Divirta-se e aproveite o passeio!
Um
abraço,
Miguel
11
Janeiro 2010
DICA Nº 1 - Ritmo
Caros Amigos Depois desta época de
festas e festejos, o corpo está mais pesado. Regra geral, as pessoas
fazem menos exercício. Tem chovido torrencialmente em todo o país. A
maioria dos campos estão pesados. A bola anda pouco. Por isso, eu
recomendo começar o ano a pensar apenas no
ritmo.
Esqueça a técnica, esqueça o resultado. Tente manter um
ritmo "nice
and easy", ganhar endurance para fazer os 18
buracos. Não tenha pressa de bater na bola. Ela Não foge. Não vale a
pena arranjar a desculpa de que o campo está empapado.
Divirta-se e aproveite o passeio! Um
abraço,
Miguel 7 Janeiro 2010
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