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Dicas e Crónicas de Miguel Nunes Pedro

O ESPÍRITO E A CULTURA DO GOLF
DICA Nº 10 - As Viagens

 

Fazer uma viagem de golf de quatro ou cinco dias com um grupo de amigos é imprescindível, para qualquer golfista, pelo menos uma vez por ano. Estou a falar deste tema precisamente numa semana em que vou com um grupo de amigos até El Puerto de Santa Maria (Cádiz) em que o ponto alto da viagem é, sem dúvida, aquela tapa de jamoncito de pata negra con aceite de oliva, los huevos revueltos con gambas y las chuletitas de cordero en la Bodeguilla del Bar Jamon.

E, porquê imprescindível? Simplesmente para fugir à rotina. A rotina de jogar sempre no mesmo campo, de jogar sempre com aqueles três ou quatro parceiros do costume, de almoçar sempre na mesma mesa do clube, de falar quase sempre de golf, de fazer birdies nos mesmos buracos e espetarmo-nos nos mesmos (é psicológico). Ouvir a mesma piada por pessoas diferentes vezes sem conta, também cansa um bocadinho. Tal como, ver quase sempre os mesmos a ganharem campeonatos e os outros, a lamentarem-se.

Isto é mau? Nem pensar, antes pelo contrário. Mas, se fizerem uma viagem seguramente que o vosso ano golfistico vai melhorar. Às vezes, conhecemos melhor uma pessoa amiga do clube em quatro dias de viagem do que em dez anos de convívio semanal. É tudo diferente. Até a rotina passa a ser diferente! 

Divirta-se e aproveite o passeio.

Um abraço
Miguel

10 Março 2010

A propósito: Viagem a Puerto de Santa Maria - Troféu Marisco e Pata Negra
veja aqui


Miguel Nunes Pedro
Exerce a sua actividade no
Estádio do Jamor

 

Profissional de ensino desde 1989, e membro nº 27 da PGA de Portugal, Miguel Nunes Pedro passa a publicar aqui algumas das suas dicas, conselhos e experiências. Num tom divertido mas conhecedor vem, de certeza, enriquecer e promover o espírito e boas práticas do nosso golfe.

 

Se desejar marcar uma lição com o Miguel telefone para 963684566
nunespedro@npgolf.pt

 


 

DICA Nº 9 - "A Irritiqueta"

Este jogo, que Winston Churchill apelidou de uma maneira cara de jogar ao berlinde, está cheio de “paneleirices”. Perdoem-me o termo mas, não me ocorreu outro. Aqueles britânicos, invejosos do nosso sol, impingiram-nos umas regras de etiqueta que uma pessoa que começa a jogar deve pensar que se está a jogar ao jogo da estátua.

Eu quando vou à praia, não ando a alisar as pegadas das pessoas que vão à minha frente, ou atrás, aliás aquilo na praia nunca se sabe bem quem está à frente ou atrás, é um perigo. Quando ataco bem a bola e sai um “bife”, porque não levá-lo para casa? A vida não está fácil. E aqueles buraquinhos que fazemos de vez em quando nos greens que se chamam “aleluia”, para quê arranjá-los? Deviam era dar-nos uma medalha. E a bandeira, porque é que não a podemos atirar como se estivéssemos a treinar o lançamento do dardo, ora essa.

E agora, vamos às subtilezas. Porque é que fica bem desejar bom jogo aos nossos parceiros no tee do 1? Eu quero é ganhar. Deixemo-nos de hipocrisias. Abrir a luva, fazer sombra ou tocar o telemóvel quando os parceiros de jogo vão jogar, são coisas tão mesquinhas que só servem de desculpa quando se falha um shot. Quando acertam, não ouvem nada. Andar a correr e a saltar aos berros no meio do campo, são demonstrações de alegria que não se podem ter a jogar golf. É uma tristeza!

Agora, há uma coisa que devem saber. O jogador que está mais perto do buraco, vai assistir a bandeira. O penúltimo a “patar” é o que deve colocá-la no buraco. Nunca se deixa um jogador sózinho no green a “patar”. É tudo uma questão de educação! 

Divirta-se e aproveite o passeio.

Um abraço
Miguel

3 Março 2010


 

DICA Nº 8 - "As apostinhas"

Fazer uma partida de golf sem uma apostinha, é como jogar gamão a feijões, ou seja, não tem lá muita piada. Isto não se aplica quando estamos a jogar um campeonato, porque nesse caso já existe a pressão de fazer um bom resultado, nem quando se é principiante porque aí ainda existe a pressão de se acertar na bola. Agora, quando um jogador já cumpre o seu handicap, recomendo que aposte a qualquer coisa, numa partida amigável.

Pode ser uma bebida, um almoço, um jantar, uns trocados, às bolas, “sindicatos”, enfim, a qualquer coisa que seja pagável logo a seguir ao jogo. Não é para ninguém ficar mais rico, ou mais pobre, é simplesmente para se jogar com mais atenção, mais interesse, ser mais competitivo, jogar com mais ritmo, sentir a pressão do jogo e também, para haver uma certa picardia saudável quando mandamos aquelas “bocas” deliciosas em que normalmente só os que jogam há mais tempo é que as percebem ou sentem e, finalmente, também para ter o prazer de ganhar, principalmente aqueles que são mais amigos (não é Carlos?).

É pelo respeito do jogo de golf que se deve apostar. Digam-me lá qual é a piada de andar uma manhã ou uma tarde inteiras a jogar com os amigos a repetir bolas quando se falha (e às vezes não são poucas), a serem todos muito simpáticos uns com os outros e chegarem ao fim do jogo e ninguém saber quem ganhou! Por amor de Deus. Isso não existe! Apostem! E depois há a desforra...

Divirta-se e aproveite o passeio.

Um abraço
Miguel

25 Fevereiro 2010

 


 

DICA Nº 7 - Distância

O principal objectivo de um jogo de golf é meter a bola no buraco no menor número de pancadas. No entanto, qualquer golfista, pretende atirar a bola sempre mais longe. Porquê? Porque é uma vantagem e também porque dá um enorme gozo. Uma vez um aluno meu com handicap 9, e já com uma idade respeitável, disse-me: “Ó Miguel, preciso ganhar 30  klmetros urgentemente”. E eu, respondi-lhe prontamente: “Isso é fácil, começa a jogar do tee das senhoras”. O que eu pretendo dizer com isto é que, quando um jogador já tem um swing razoável, uma boa técnica e um bom ritmo, é muito difícil ganhar distância. Cada jogador tem o seu swing natural e uns, por um motivo ou outro, conseguem atingir maiores distâncias. 

A meu ver, só há três maneiras para obter mais distância:

1.  Melhorar a técnica

2.   Material -  pode não ter o material adequado ao seu swing

3.  Melhorar a condição física

O John Daly (com aquela barriga), o Tom Watson (com 60 anos), o Ian Woosnam (com 1,64 de altura) ou o Álvaro Quirós (com três quartos de swing), são jogadores naturalmente compridos. Cada jogador tem as suas características e não vale a pena forçar. Paciência. Não dá mais do que aquilo. Também eu queria!

Divirta-se e aproveite o passeio.

Um abraço 
Miguel

17 de Fevereiro 2010


 

DICA Nº 6 - O Golfe e a Família

Caros Amigos

Será que o golf é um jogo familiar? Gostava de saber qual é a sua opinião. Eu vou dar-vos a minha. Sempre que jogávamos juntos, o meu Pai, os meus irmãos e eu, nunca passámos do buraco nº 4 da Carregueira e, ao fim de dois buracos, já só havia dois jogadores em campo. Não dá! São todos a dar palpites uns aos outros. Faz assim, faz assado, é confiança a mais, eu sei lá, é impossível. 

E nas férias? Partidas familiares nas férias são um espectáculo. Avós, filhos, netos, sobrinhos, irmãos, casais, cunhados. É uma alegria. O objectivo nº 1 e único é ver se o jogo chega ao fim. Mas porque é que nós insistimos em jogar juntos? Primeiro, porque todos adoramos este maldito jogo e depois porque, na realidade, é um jogo familiar. Qual é a modalidade em que um avô pode competir com um neto? Um homem com uma mulher?

Aconselho e recomendo que incentivem todos os vossos familiares, que não jogam, a começarem. Isto é óptimo! E discutir também é óptimo! Agora, jogarem muitas vezes juntos, já é um caso a considerarem...

Divirta-se e aproveite o passeio em família!

Um abraço
Miguel

9 de Fevereiro 2010

 


 

DICA Nº 5 - A arte de saber "patar"

Caros Amigos

Se fizermos uma partida de golf, com todos os greens in regulation, e depois fizermos dois putts em todos os buracos, “patar” é 50% do jogo. Como todos sabemos, na realidade não é bem assim. Normalmente, andamos a deambular por algumas zonas do campo que nem sempre são verdes (há que justificar o green-fee) e isso faz com que a percentagem de utilização do putter seja de 35/40% do total de pancadas que damos numa volta (depende um pouco do nível de cada jogador).

É frequente perguntarmos a um jogador: “Então quantas é que fizeste?”. E ele, ao fim de um quarto de hora interminável em que nos contou todas as suas pancadas, peripécias e, inclusivé tacos que jogou, responde o seguinte: “É pá, joguei muito bem mas fiz sete greens a três putts e um a quatro”. Santa paciência, não há “pachorra”. Não vale a pena justificar o mau resultado com os putts. É a pancada que fazemos mais vezes durante um partida e, por isso, temos que treiná-la e ter a mesma atenção que temos quando batemos um drive. O putt é como a vida, é feita de altos e baixos. Ou seja, há alturas em que estamos a “patar” melhor do que outras. O importante é percebermos que, quando elas não querem entrar, temos que ter calma, paciência e esperar por melhores dias.

Recomendações para “patar” bem, sem arranjar desculpas:

1ª Antes de ir jogar, pegue em três bolas e vá até ao putting-green. Faça uns putts compridos, uns de meia distância e outros curtos, só para ganhar um certo “feeling”. Nota – o Lee Trevino não gostava de meter putts compridos no putting-green antes de ir jogar. Dizia que se gastavam!

2ª Quando chegar ao buraco nº 1 e fizer o seu primeiro putt, tente perceber que existe a sua maneira de “patar” do dia. Coloque-se à bola da forma mais natural e simples que encontrar e, deixe-se levar pelo seu instinto.

3ª Dê mais importância à distância do que à direcção.

4ª Pense em jogar a bola para perto do buraco. Às vezes, ela entra.

5ª Não demore, nem complique.

6ª Putts a descer, só entram a morrer. Putts a subir, dê menos linha e mais força mas nunca deixe o putt a seguinte a descer.

7ª O vento também tem muita influência. Dê sempre um desconto e, é sempre mais fácil “patar” contra o vento do que a favor.

8ª NAP (corte da relva). Tente ver (às vezes não é fácil) para onde a relva cresce pois tem influência na trajectória da bola. Normalmente, a relva cresce para o lado do mar, rio, lagos.

9ª Se falhar um putt curto, não se chateie, não vale a pena. Vai ver que vai falhar muitos mais. Os profissionais também falham só que, falham um bocadinho menos.

10ª Não passe a vida a trocar de putter. O problema é mais do índio do que da flecha. Jogue sempre com o “seu”putter.

Divirta-se a aproveite o passeio!

Abraço
Miguel

3 de Fevereiro 2010

 


 

DICA Nº 4 - "O Azimute"

Caros Amigos

Tirar o azimute, alinhar ou apontar é um dos fundamentos básicos do golf. Temas que eu abordei anteriormente como o ritmo, grip ou postura, só têm sentido se um jogador tirar bem o azimute. Quando se chega a um determinado nível de jogo, é seguramente o ponto em que temos que ter mais atenção. Não adianta nada ter o melhor swing do mundo, se não tivermos a pontaria bem afinada.

Já assisti a várias rotinas curiosas de tirar o azimute, tais como: colocar-se à bola e, com o taco, fazer o gesto de um tiro de espingarda; taco atrás da bola e fazer uma espécie de uma “verónica” até chegar à posição pretendida; “à Jim Furick” que pisca o olho vezes sem fim até bater na bola e, às vezes, até depois ou será que ele nos anda a enganar e é um sério concorrente do Tiger Woods. Estes golfistas são cá uns malandros!

Ou seja, cada pessoa tem o seu ritual sagrado de tirar o azimute. O mais importante é que a bola vá para onde a pretendemos jogar. Como é um ritual sagrado, a minha recomendação é a seguinte: coloque-se atrás da bola na direcção do alvo, reze um Pai Nosso e duas Avé Marias (se não fôr católico ou fôr de outra religião, não maltrate a família), dirija-se para a bola confiante, determinado, nada de medos e imagine que vai dar um “ganda shot”. Se fôr um jogador natural de draw, coloque-se quase sempre (há excepções) do lado esquerdo do tee; se, por outro lado, fôr de fade, coloque-se do lado direito (também há excepções). Tem a ver com os ângulos. Perdoa mais. Se por acaso fôr um jogador naturalmente militar, ou seja, esquerda, direita, esquerda, direita, reze três Pais Nossos e cinco Avé Marias.

Divirta-se e aproveite o passeio! 

Um abraço, 
Miguel

27 Janeiro 2010

 


DICA Nº 3 - "O Espelho"

Toda a minha vida de golfista que, coincide mais ou menos com a minha existência, treinei muito em frente ao espelho. O meu Pai, tem no quarto um espelho óptimo onde ele, os meus irmãos, eu e alguns amigos que íam lá a casa tentávamos descobrir o verdadeiro segredo do swing de golf. Devo dizer que o meu Pai, é um dos melhores jogadores do mundo em frente ao espelho e, todas as semanas, descobre um segredo diferente. Chega a ser desesperante. O único problema é que a minha Mãe, que é provavelmente uma das maiores viúvas do golf da Península Ibérica está sempre a esconder o taco que está debaixo da cama porque a carpete do quarto está quase tão má como o relvado do estádio de Alvalade. Por isso, tenho que treinar noutros espelhos. No outro dia, a secar as mãos num restaurante, descobri um espelho fantástico e vi o meu swing de um ângulo que nunca tinha visto. Colocava-me um bocado de lado em relação ao espelho e via o meu swing de costas. Posso dizer-vos que descobri um segredo novo. Ora bem, o que eu recomendo é que tentem descobrir o vosso segredo em qualquer espelho. Aviso já que nem ao meu Pai disse qual era o restaurante. “Top Secret”. A não ser que me convidem para ir lá jantar...

Bom, isto tudo para dizer-vos que neste Inverno chuvoso e desagradável, em que o S.Pedro abandonou definitivamente a modalidade, dediquem-se ao golf virtual – play station, ver golf na Sport Tv (na África do Sul está um tempo de fazer inveja) e o nosso querido espelho. Tem uma vantagem. É que perdemos menos bolas!

Divirtam-se e aproveitem o passeio, no corredor, claro!

Um abraço,
Miguel  

20 Janeiro 2010


DICA Nº 2 - "Basics"

Ter um bom grip e uma boa postura é meio caminho andado para ser, pelo menos, um razoável jogador de golf. 

Grip: Segurar e não agarrar o taco 

Postura: Atlética e Relaxada 

Comece a pensar em baixar o seu handicap apenas depois do Carnaval. Até lá, tente melhorar o seu swing. Se tiver uma boa base - grip e postura - além de melhorar o seu jogo, quando jogar mal, vai ver que não vai ser tão mal como se tivesse uma base errada. Nunca se esqueça: "O swing vai e vem com muita facilidade". Por isso recomendo: vá ter com o seu professor para ele fazer o diagnóstico dos seus basics. Se calhar chegam 5 minutos! 

Divirta-se e aproveite o passeio! 

Um abraço,
Miguel  

11 Janeiro 2010


DICA Nº 1 - Ritmo

Caros Amigos

Depois desta época de festas e festejos, o corpo está mais pesado. Regra geral, as pessoas fazem menos exercício. Tem chovido torrencialmente em todo o país. A maioria dos campos estão pesados. A bola anda pouco. Por isso, eu recomendo começar o ano a pensar apenas no ritmo. Esqueça a técnica, esqueça o resultado. Tente manter um ritmo "nice and easy", ganhar endurance para fazer os 18 buracos. Não tenha pressa de bater na bola. Ela Não foge. Não vale a pena arranjar a desculpa de que o campo está empapado.

Divirta-se e aproveite o passeio!

Um abraço,
Miguel  

7 Janeiro 2010

 

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Revised: 06-07-2010 .