Mesmo assim, a jogadora da Quinta do Peru foi a melhor portuguesa. Susana Ribeiro despediu-se com um agregado de +8 e Sofia Câmara de +18.

Luso-descendentes ainda mandam

Já sem portuguesas em prova, as atenções viram-se, naturalmente, para as luso-descendentes.

Gwladys Nocera, bisneta de uma portuguesa que emigrou para França, mantém-se na liderança do torneio co-organizado pela Carmona Santos Lda., e pelo Turismo do Oeste, com o patrocínio do Turismo de Portugal.

A francesa de 35 anos chegou a perder o comando da prova, mas um eagle no buraco 5 e birdies nos buracos e 17 (saiu do 10), numa volta isenta de bogeys, recolocaram-na à cabeça do leaderboard com 12 abaixo do Par. Aliás, a nº1 europeia de 2008 ainda não fez qualquer bogey e já vai com dois eagles em 36 buracos.

«Fiz 18 ‘greens’ e joguei sólida, mas nada de especial. Estava um dia ventoso e em alguns buracos não era fácil a escolha de taco, mas o Raphael (o caddie) e eu fizemos uma boa selecção e não cometemos erros», disse Nocera que costuma treinar com a luso-francesa Caroline Afonso em Biarritz.

Nocera está longe de poder respirar na última volta de amanhã porque sente-se acossada pela sul-africana Ashleigh Simon, a 17º na Henderson Money List desta semana, a apenas 1 pancada.

O ‘top-ten’ separa-se por escassas 5 pancadas na partida para a última volta, pelo que tudo pode ainda acontecer. É nisso que aposta a actual nº1 europeia, a inglesa Melissa Reid, depois de hoje ter entregado o melhor cartão do dia, de 66 (-6) – a par da sua compatriota Georgina Simpson – depois de brilhar com um albatroz.

O albatroz, ou seja, 3 pancadas abaixo do Par de um buraco, é considerado na gíria do golfe como o hole-in-one dos profissionais. Melissa Reid explicou desta forma o seu feito raro no buraco 5, um Par-5 de 390 metros: «Dei um bom drive, num buraco curto que dá sempre para jogar para o eagle ou para o bridie e fiquei a 114 metros da bandeira. Bastou um ferro-9, um pouco à direita e depois, pela reacção do meu caddie, vi que a bola tinha entrado no buraco. Foi o primeiro albatroz da minha carreira profissional».

«Não joguei este torneio no ano passado, pelo que não conheço tão bem o campo mas este ano decidi vir porque é um ano de qualificação para a selecção europeia da Solheim Cup. E como quero ir jogar alguns torneios aos Estados Unidos (LPGA Tour), achei melhor garantir alguns pontos em Portugal», disse a inglesa de 24 anos, que considera que o nº1 que ocupa na tabela europeia reflecte «consistência e fazer as escolhas certas».

Caroline Afonso

- 6 (68+70 = pancadas)

A luso-francesa Caroline Afonso voltou a viver um bom dia e subiu ao 12º lugar com 6 abaixo do Par. Não fosse o duplo-bogey no 18 e teria entrado no ‘top-ten’.

«Em seis torneios que já joguei este ano, este é o segundo cut que consigo passar e isso, para mim, é muito positivo. Hoje joguei mais ou menos. Fiz duas pancadas abaixo do Par. Não foi muito bom, foi apenas mais ou menos. Porquê? Porque fiz duplo-bogey no buraco 18. Mas nos segundos nove buracos estive melhor, porque fiz quatro abaixo e acabou por ser uma volta positiva.

«Amanhã vou tentar estar ao mesmo nível de hoje. Conseguir um resultado abaixo do Par para mim será muito bom. Chegar à vitória acho que não está ao meu alcance, mas um lugar entre as dez primeiras sim, isso é possível e é isso que espero fazer.

«Não sinto qualquer pressão por estar a jogar em Portugal. Para mim é absolutamente igual jogar aqui ou noutro lugar.

«A Virginie Lagoutte-Clemente (terceira classificada, com - 9) é uma amiga de longa data e muito próxima. A classificação dela aqui não me surpreende, e acho que é jogadora pronta a vencer a prova. É uma competidora de grande nível. Antes do torneio estivemos a treinar juntas.

«Eu e a Virginie somos como família. Somos amigas há muito tempo.

«Também conheço muito bem a Gwladys Nocera – a líder da prova. Ela, tal como eu, treina em Biarritz. Ainda não joguei com ela, mas conheço-a bem. A Nocera também é uma competidora e pode lutar pela vitória».

Classificação

O ‘top-8’ do 18º ISPS Handa Portugal Ladies Open, após 36 buracos ao CampoReal, está ordenado do seguinte modo:

1ª Gwladys Nocera (França), 132 (64+68), -12.

2ª Ashleigh Simon (África do Sul), 133 (66+67), -11.

3ª Virginie Lagoutte Clément (França), 135 (68+67), -10.

3ª Christel Boejlon (Holanda), 135 (68+67), -10.

5ª Melissa Reid (Inglaterra), 136 (70+66), -8.

5ª Diana Luna (Itália), 136 (67+69), -8.

5ª Georgina Simpson (Inglaterra), 136 (70+66), -8.

5ª Lydia Hall (País de Gales), 136 (68+68), -8.

12ª Caroline Afonso (França), 138 (68+70), -6.

Há mais 4 jogadoras empatadas com a luso-francesa.

Portuguesas

93ª Magda Carrilho (FPG/ Quinta do Peru), 149 (73+76), +5, amadora.

117ª Susana Ribeiro (FPG/ Estela Golf), 158 (78+80), +14, amadora.

122ª Sofia Câmara (FPG/ Quinta do Peru), 162 (81+81), +18.

124ª Mónia Bernardo (Sheraton Pine Cliffs), 79 (-7), retirada por lesão.